Quem é o Dono do Ártico?

O Ártico

O Ártico também conhecido como Região Ártica é definida como aquela na qual a temperatura média do mês mais quente é menor do que 10°C na região setentrional do planeta. No Ártico está o Oceano Ártico e o Pólo Norte, a região como um todo se encontra inscrita no Círculo Polar Ártico.

No período do inverno a área é totalmente coberta de gelo e a temperatura chega a -60°C. Durante a estação mais fria do ano a vegetação que domina a região é a tundra, contudo, nas áreas que são um pouco mais aquecidas é possível encontrar bétulas e salgueiros. Em relação a fauna o Ártico é pobre, pois possui apenas algumas poucas espécies como ursos-polares, bois-almiscarados e focas árticas.

Os países que ficam próximos ao Ártico disputam ferrenhamente o direito de explorar os seus recursos. Mas, afinal quem é o dono do Ártico?

Disputa pelo Ártico e os Barris de Petróleo

Pesquisas de empresas renomadas apontam que no círculo polar ártico existem mais de 400 bilhões de barris de petróleo. Numa rápida comparação observa-se que no megacampo de Tupi da Petrobras existem cerca de 8 bilhões de barris. Essa grande quantidade de petróleo muito antes de ser uma solução para os anseios da humanidade representa um grande problema.

Para começar existe a grande tentação de explorar todo esse petróleo, em segundo lugar não existe clareza em relação a quem manda ou não manda no Ártico e por fim existe a questão do aquecimento global intimamente ligada a região ártica.

O Pólo Norte

A Rússia solicitou a ONU que incluísse ao seu território 119 395 km2 do Pólo Norte. É importante que fique clara a diferente entre o Pólo Norte e o Pólo Sul, enquanto o segundo possui terras o primeiro consiste numa reserva de água fresca congelada. Não existe terra além da Ásia, Europa e América do Norte.

Sendo assim a lei que rege essa área é a Lei do Mar que consiste num tratado internacional de 1982 que foi assinado em conjunto por todos os países que tem territórios que ultrapassam o círculo polar ártico.

Lei do Mar

A Lei do Mar diz que todo país tem o direito de controlar até 200 milhas de distância da sua costa, isso é equivalente a 370 km. Porém, existe a questão de como fazer a determinação de onde a costa começa. O país que conseguir provar que a sua crosta submersa vai além de 200 milhas tem o seu território sendo contado a partir desse ponto.

Petróleo e Gás Natural e as Dificuldades de Extração

O grande interesse que as nações do entorno do círculo polar Ártico possuem é a grande quantidade de petróleo e gás natural concentrado nesse pedaço gelado da Terra. Entretanto é necessário lembrar que existem dificuldades de engenharia para fazer a extração bem como a impossibilidade de pessoas habitarem essa região.

Outra dificuldade está no fato de que durante o verão faz sol durante todo o dia assim como no inverno é constantemente noite. É difícil uma vegetação conseguir crescer e se desenvolver além do que poucos animais conseguem sobreviver a essas condições.

Para se ter uma ideia a maior cidade além do círculo é Murmansk, na Rússia que conta com cerca de 325 mil habitantes e a segunda maior é Norilsk com aproximadamente 1350 mil habitantes. Com esse cenário as plataformas de petróleo que ficariam muito além do continente seriam completamente desumanas.

Extração de Gás

Se for confirmado de que realmente existe mais gás do que petróleo o problema fica ainda mais agravado, pois seria necessário construir uma suína de liquefação flutuante que teria um custo bastante significativo. Há a possibilidade de construir um gasoduto, porém, não tem como evitar o impacto que isso teria sobre o ambiente, a flora e a fauna.

Conselho Ártico

O chamado Conselho Ártico foi criado no ano de 2006 com o objetivo de fazer a divisão da responsabilidade pelo derretimento da água fresca congelada no pólo e não a divisão do próprio pólo e o seu petróleo. O mais curioso dessa situação é que o Conselho Ártico foi criado devido a preocupação de que o aquecimento global derreta a água congelada no Ártico mudando as correntes, cobrindo Amsterdã e mudando o clima do planeta.

O aquecimento global é resultante de atividades como a de queima de combustíveis fósseis, os mesmos que hoje os países da região brigam para extrair do Ártico.

Disputa Armada Pelo Ártico

Devido a descoberta dos recursos que existem no Ártico os países cujos territórios fazem fronteiro com o círculo ártico passaram a disputar mais ferrenhamente um pedaço e o direito de explorar os recursos da região. Um episódio bastante notável dessa briga foi em agosto de 2007 quando a Rússia mandou uma expedição de pesquisa fincar a sua bandeira no território submerso do Ártico com o objetivo de reivindicá-lo.

A repercussão desse movimento russo fez com que outros países reclamassem também o território ártico. Mesmo depois das reclamações a Rússia não se intimidou e enviou tropas militares para o Ártico. O Canadá em resposta disponibilizou aviões para interceptar as missões russas.

A Dinamarca foi outro país que logo começou a se mexer para garantir os seus direitos sobre o Ártico. Para isso começou uma pesquisa de dados científicos com o objetivo de justificar as suas reivindicações. A militarização que passou a ser criada na região do Ártico demonstrou toda a tensão que esse assunto tem gerado no mundo como um todo devido a possibilidade e o desejo de exploração do território.

O Exemplo da Antártida

Em dezembro de 1959 foi assinado o Tratado da Antártida (o qual foi prorrogado até 2041) no qual as nações que teriam direito sobre a região abrem mão da soberania para que o território seja explorado cientificamente apenas. Os países que teriam direito sobre esse território são Argentina, Austrália, Chile, França, Noruega, Nova Zelândia e Reino Unido (devido as Ilhas Malvinas).

Porém, o que se percebe em relação ao Ártico é que países como Rússia, Estados Unidos, Dinamarca, Canadá e Noruega nem cogitam fazer o mesmo. Os cinco países se reuniram em 2008 para fazer uma espécie de divisão do território. As demais nações protestam e aguardam o pronunciamento da ONU em 2014 através da Comissão de Limites da Plataforma Continental das Nações Unidas na qual serão definidos os limites para a exploração de cada país.

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