Incêndio no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros

No ano passado, 2017, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, uma unidade de conservação brasileira localizada na região centro-oeste, Alto Paraíso no estado de Goiás, sofreu o maior incêndio da história da reserva ambiental. Mais de 65 mil hectares de terras foram destruídos pelo fogo. O incêndio durou quase 15 dias e foi controlado graças aos esforços das autoridades competentes, de voluntários e da chuva, que, enfim, caiu.

O Parque

A área de conservação foi criada em 1961 e abriga, aproximadamente, 240.61 mil hectares de fauna e flora. O bioma natural é o Cerrado – caracterizado, especialmente, pela savana, mas também por floresta estacional e campo, e a reserva possui centenas de nascentes, cursos d’água, rochas com mais de um bilhão de anos, e paisagens de rara beleza, segundo informações do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio. O ICMBio é uma autarquia criada justamente para gerir as unidades de conservação nacional.

A proposta da reserva é essencial para proteger a vida animal e vegetal, as águas, além de estimular a pesquisa científica, a educação ambiental e o turismo. Há uma infinidade de paraísos naturais para visitar e aproveitar as trilhas, cachoeiras, camping, saltos, corredeiras e muito mais, transformando o parque em um lugar, extremamente, amado pelos turistas e por toda a comunidade. O parque foi considerado Patrimônio Mundial Natural em 2001 pela UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

O Incêndio

A situação foi catastrófica por atingir 26% da área preservada e por tudo que a Chapada dos Veadeiros significa enquanto patrimônio natural. A área abriga aquíferos brasileiros (Guarani, Urucuia e Bambú) que são formações geológicas subterrâneas que funcionam como reservatório de água, além de diversas nascentes das Bacias brasileiras. Várias espécies consideradas raras vivem na Chapada, como o tamanduá-bandeira, o lobo guará e a onça pintada.

Durante o incêndio, as altas temperaturas e as características naturais do Cerrado, geralmente seco e de vegetação rasteira, dificultaram bastante o processo de controle das chamas, conforme noticiado nos telejornais brasileiros. Muitos bombeiros e brigadistas trabalharam incansavelmente na operação e a Força Aérea Brasileira disponibilizou aviões para somar forças junto aos aviões-tanque do ICMBio. As prefeituras declararam situação de emergência, um reconhecimento legal de uma situação anormal, geralmente, provocada por grandes desastres.

Solidariedade

Uma equipe formada por, aproximadamente, 200 pessoas esteve envolvida no combate ao incêndio, entre eles os voluntários da Veterinários na Estrada, uma ONG de MG, os moradores locais, e membros do grupo Rede Contra Fogo, que inclusive criou um financiamento coletivo – vaquinha, para arrecadar recursos  a fim de combater o fogo na Chapada. A Rede foi criada pela sociedade civil organizada para apoiar a operação de combate e difundir informações e conteúdos sobre o bioma e a toda da região, instruindo as pessoas sobre a importância do meio ambiente e de se ter uma consciência ambiental.

Causas

Não ficou provado se o incêndio de fato foi criminoso, entretanto as equipes que trabalharam no local identificaram, e afirmaram, que uma chama não poderia começar espontaneamente em um local tão estratégico. O fogo teria começado próximo à rodovia GO-239, local onde o vento facilmente espalharia as chamas para o restante da reserva. A disputa territorial seria um motivo possível para o crime uma vez que o parque recebeu um aumento de sua área de conservação, que passou de 65 mil para 240 mil hectares, por meio de decreto assinado pela Presidência da República no dia 5 de junho de 2017.

No dia 28 de outubro a chuva, enfim, caiu sobre a Chapada dos Veadeiros ajudou a controlar o incêndio.

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