Grãos e Cereais
Grãos são as gramíneas cultivadas como componentes comestíveis. Os cereais são produzidos em maior quantidade e fornecem mais energia aos alimentos em todo o mundo do que qualquer outro tipo de produto. Por este motivo, são considerados alimentos básicos.
Na sua forma natural são fontes ricas de vitaminas, minerais, hidratos de carbono, gorduras, óleos e proteínas. No entanto, quando refinada pela remoção do farelo, o restante do endosperma é, na maior parte de hidratos de carbono, e não tem a maioria dos outros nutrientes. Em alguns países em desenvolvimento, os grãos na forma de arroz, trigo, painço ou milho constituem parte do sustento diário. Em países desenvolvidos, o consumo de cereais é moderado e variado, mas ainda substancial. A palavra cereal deriva de Ceres, o nome da deusa romana da colheita e da agricultura.
Milho, trigo e arroz, juntos, representam noventa por cento de todos os grãos produzidos em nível mundial, enquanto que a produção de aveia e centeio caiu drasticamente os níveis de produção em 1960.
Embora cada espécie individual possua peculiaridades, o cultivo de todos os cereais é similar. A maioria são plantas anuais rendem colheitas consideráveis. Os cereais preferem o clima quente para se desenvolver. Cevada e centeio são os mais resistentes, capazes de hibernarem na Sibéria. Muitos cereais de estação fria são cultivados nos trópicos. O interesse aumenta por causa das vantagens no controle da erosão, redução da necessidade de fertilizantes e custos para o agricultor.
Os cereais de estação quente são cultivados em planícies tropicais durante todo o ano. O arroz é comumente cultivado em campos inundados, embora algumas cepas sejam cultivadas em terra seca. Outros cereais de clima quente, como o sorgo, são adaptados às condições áridas.
Variedades de inverno são semeadas no outono, germinam e crescem vegetativamente, para tornar-se inativos durante o inverno. Eles voltam a crescer na primavera e amadurecem no final da estação ou início do verão. Este sistema de cultivo faz uso sustentável da água e libera terra para outra safra no início da estação de crescimento.
Variedades de inverno podem não florescer até a primavera porque requerem vernalização: Exposição à baixa temperatura durante um período de tempo determinado de forma genética. Os invernos são quentes demais para a vernalização, que excede a rusticidade da cultura (que varia por espécie e variedade).
Agricultores cultivam em grande parte variedades de primavera. Cereais da estação são plantados no início do ciclo e amadurecem mais tarde, no verão, sem vernalização. Cereais de primavera requerem maior irrigação e rendem menos do que cereais de inverno.
Nos países desenvolvidos, as culturas de cereais são colhidas por máquina, geralmente usando a colheitadeira, que corta e debulha o grão durante uma única passagem através do campo. Nas nações em desenvolvimento, variedades de métodos de colheita são utilizadas, de acordo com o custo do trabalho, que combina ferramentas manuais, como a foice, por exemplo.
Se a cultura é colhida durante o tempo chuvoso, o grão não pode secar adequadamente no campo, fato que pode trazer a deterioração no armazenamento. Neste caso, o grão é enviado para uma instalação de desidratação para ser seco com calor artificial.
TEFF: Grão da Etiópia
Popular na Etiópia, mas pouco conhecido em outros lugares. Este grão antigo é rico em fibras e proteínas. Sua farinha é muitas vezes usada para fazer enjeira. Também pode ser comido como um cereal com farina e sabor de chocolate ou de noz. Sua farinha e produtos integrais geralmente podem ser encontrados em lojas de produtos naturais.
Plantas Oleaginosas
As oleaginosas são plantas cujas sementes ou frutos podem ser extraídos do óleo comestível, em alguns casos funciona como uso industrial. As sementes oleaginosas são mais plantadas no Brasil, caso da soja, amendoim, girassol e milho. Cada planta, por sua vez, pode ter outros usos econômicos, como o linho na composição das fibras têxteis. O óleo de soja está na liderança da produção mundial, seguido pelo óleo de palma e girassol.
Os métodos e máquinas para extrair o óleo presente nos frutos ou sementes variam de acordo com a planta. Na extração do óleo de sementes oleaginosas existem dois sistemas mecânicos. Em ambos os sistemas, as sementes devem ser pré-limpas, descascadas e picadas no solo.
A Extração Mecânica Envolve as Seguintes Etapas:
01: Sementes e triturados passam pelo condicionador de onde se retira uma massa homogênea;
02: A massa passa por uma prensa de parafuso, que pressiona em uma única etapa para remover a massa de óleo e formar um “bolo de proteína”;
03: O óleo passa para um crivo vibratório a fim de levar a cabo uma primeira etapa de filtração de impurezas com grandes dimensões;
04: A peneiração do óleo passa para um filtro que é obtido a partir de petróleo bruto filtrado;
05: O bolo de proteína gera excesso de óleo a ser extraído através de solventes, ou também podem ser utilizados para produzir alimentos aos animais de estimação.
A Extração de Solventes Engloba as Respectivas Fases:
01: Sementes moídas são esmagadas com um rolo;
02: Passam pelo processo de homogeneização;
03: Com o moinho e rolo e a homogeneização as camadas ficam finas no sentido de facilitar a remoção;
04: As gorduras de arrasto de solventes passam para um evaporador onde são separadas;
05: A farinha restante é levada para um separador para remover o solvente.
Grãos e Oleaginosas: Potencial Energético
Os dois tipos de vegetais podem ser utilizados no sentido de fornecer luz ou mesmo compor combustível para os automóveis. Especialistas indicam que este aspecto é principal responsável para o aumento dos produtos compostos por grãos ou oleaginosas nos supermercados. No Brasil existe pouca incidência na inflação, visto que grande parte das produções energéticas é provinda da cana-de-açúcar. No entanto, países como os Estados Unidos sofrem em níveis consideráveis com a disparada nos preços, principalmente entre os alimentos feitos com milho. Com o aumento das populações no mundo acontecendo de maneira desenfreada o consumo energético do futuro está comprometido, ao passo que a distribuição de alimentos compostos por grãos e oleaginosas pode ficar comprometida, com os preços elevados de maneira radical.
Artigo escrito por Renato Duarte Plantier
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