Planta Forrageira e Caatinga do Brasil

Entre os animais terrestres a forragem é material vegetal (planta principalmente folhas e caules) consumido por pastagens de gado. Historicamente, o termo de forragem significou apenas plantas consumidas pelos animais do pasto, resíduos de culturas e espécies imaturas de cereais. Também representa forma para designar as plantas cortas e levadas par a forragem. Embora o termo tenha ampla definição com a cultura forrageira usada para definir as culturas cultivadas para serem utilizadas por pastoreio.

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Caatinga e Plantas Forrageiras

Caatinga representa o bioma importante para o gado na região do semiárido brasileiro. Formada principalmente por arbustos e pequenas árvores. Os espinhos geralmente apresentam folhas caducas e de abscisão no início da seca. Os componentes adicionais da composição botânica no bioma incluem famílias de herbáceas formadas por gramíneas e leguminosas com ciclo anual.

A informação quantitativa da vegetação de caatinga é escassa na literatura, principalmente para o estrato herbáceo. Aspectos metodológicos são escassos, como a falta de padronização entre as avaliações para comparações sobre potencial forrageiro de espécies. Em relação ao valor nutritivo da forragem, é necessário estudar a disponibilidade de nitrogênio para ruminantes em plantas da caatinga, já que grande parte do elemento pode se ligar aos componentes de fibras.

Manipulação da vegetação de caatinga é uma alternativa para mudar a quantidade e qualidade da forragem para animais de pasto, afetando seu desempenho como resultado. Estudos medição da variabilidade qualitativa e quantitativa dos recursos forrageiros nativos da caatinga são obrigatórios, a fim de melhorar a gestão alimentação de animais, com o objetivo final de criar produção animal sustentável, com base na vegetação de caatinga.

Valor Nutritivo: Forrageiras na Caatinga

A qualidade da forragem está determinada pelo valor nutritivo, o qual é determinado pela composição química, ingestão e digestão. Teor de proteína (CP) tem sido considerado como parâmetro importante para a avaliação do valor nutritivo de forragem. Outros fatores, casos dos componentes secundários e da parede celular de forragens, por exemplo, podem restringir o consumo.

A maioria dos estudos sobre a forragem de caatinga encontrada na literatura refere-se à composição química das espécies. A correta avaliação da composição química da digestão é o primeiro passo para a avaliação nutricional desses alimentos volumosos.

Por outro lado, os alimentos volumosos normalmente são avaliados quando usados como ingredientes da dieta dos animais criados em confinamento ou pastagem. No entanto, nestes casos, o conhecimento específico sobre o potencial nutritivo do material determinado pode ser mal interpretado em consequência do efeito associativo.

Forragem: Plantas Nativas da Caatinga e Digestão dos Animais

Técnicas de conservação de forragem representam a alternativa para o uso estratégico de plantas nativas. Ceifa e ensilagens nos processos podem contribuir para diminuir o a queda nutricional. No entanto, recolha de material na área de caatinga é difícil e possui custos adicionais devem ser agregados para conservar a forragem.

Considerando o elevado número de espécies lenhosas da caatinga, a presença de taninos é importante na avaliação das forrageiras. A concentração de taninos crescente afetou negativamente a degradação da matéria seca e, de forma mais intensa, a degradação da proteína bruta em ovinos.

A digestão dos nutrientes está afetada também por fatores, inerentes ao alimentar, como: Espécies de animais, idade do animal, nível de consumo e qualidade dos alimentos. Pesquisas recentes demonstram que os animais possuem ingestão adequada com a utilização de nutrientes consumidos no lado nativo, ou com ingredientes complementares na dieta, como acontece nos sistemas de produção considerados intensivos.

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O uso de cactos na alimentação animal representa alternativa para a seca, embora os espinhos dificultem a ingestão. A remoção desses espinhos é feita com a queima do cacto, sendo que esta prática afeta a composição de forragem. Embora os cactos apresentem composição química adequada os fatores como a baixa densidade da biomassa de plantas, necessidade de eliminação de espinho e transporte para bebedouros podem ser atividades custosas, principalmente quando recolhidas de dentro da Caatinga.

A ingestão de matéria seca é responsável por sessenta a noventa por cento das alterações no desempenho animal, enquanto que dez a quarenta por cento pode ser atribuído à digestão da forragem. A quantidade de forragem disponível é afetada pela distribuição das chuvas, fator importante para o desempenho de animais na caatinga.

Gestão da Forrageira

A gestão representa alternativa para alterar a quantidade e qualidade da forragem disponível para os animais e, de maneira consequente, aumentar o desempenho dos mesmos. Há pouca informação sobre os aspectos quantitativos de plantas da caatinga, principalmente para o estrato de forragem. Metodologias de avaliação não são detalhadas, comprometendo assim os resultados relativos das forrageiras de algumas plantas.

Além disso, estas plantas podem ser utilizadas em programas de domesticação. Espécies promissoras são necessárias mais para aumentar a produção e diversidade, a fim de melhorar a situação social, econômica e ambiental.

Pesquisa detalhada sobre disponibilidade para ruminantes da caatinga são necessárias em nível emergencial. Estudos recentes indicam elevadas proporções de NIDA nestas espécies, também indicam a avaliação das mudanças qualitativas e quantitativas de forrageiras nativas da Caatinga, importantes para a suplementação do manejo alimentar visando à sustentabilidade das produções animais nas áreas de caatinga.

Caatinga no Nordeste Brasileiro

O Nordeste brasileiro abrange área de 1.558196 km² (18,3% da área total), com uma população de 51.609.027 habitantes (28,05% da população brasileira), de acordo com o IBGE (2010). A região semiárida do Brasil abrange 982,563 km², com 89,46% localizados na região Nordeste, onde oito dos nove estados têm pelo menos 45% de sua área incluída no semiárido.

O Nordeste do Brasil é caracterizado pela diversidade de paisagens. A caatinga se destaca como o único bioma exclusivamente brasileiro, com uma área de 844,453 km² (IBGE, 2004) totalmente inserida no clima semiárido.

A distribuição irregular de chuvas reduz a possibilidade de culturas anuais e da produção de gado, representando assim uma das opções mais importantes para o Nordeste do Brasil. A Caatinga representa recurso forrageiro importante para esta região. O sistema agroflorestal é amplamente praticado no semiárido, formado por animais em pastejo, exploração de recursos madeireiros e agricultura.

Além disso, a Caatinga tem baixa taxa de lotação, por causa das características sazonais das plantas, condições adversas de clima e do solo. De certa forma a vegetação está composta por espécies forrageiras.

Escrito por Renato Duarte Plantier

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Categoria(s) do artigo:
Gestão Ambiental

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