O conceito de urbanização diz respeito ao aumento da população urbana em relação à população rural de um determinado país. Dessa forma apenas se pode considerar que existe processo de urbanização a partir do momento que o crescimento da população das cidades é superior em relação ao crescimento da população das áreas rurais. No Brasil a urbanização só teve início a partir da segunda metade do século XX que foi quando o país passou a ter mais da metade da população residindo nos centros urbanos.
50 anos em 5 – Governo Juscelino Kubitschek
O fator principal de incentivo para o processo de urbanização do Brasil foi o governo de caráter desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek que teve início em 1956. Houve o desenvolvimento industrial acelerado nesses anos e também a construção da nova capital, Brasília. A economia brasileira passou por grandes transformações sendo que os investimentos que antes eram quase que integralmente dedicados ao setor agrícola migraram para o setor das indústrias.
Os investimentos permitiram que mais centros urbanos se desenvolvessem uma vez que para instalar as unidades fabris era necessário um mínimo de infraestrutura. A dificuldade de importação ocasionada pelas duas Grandes Guerras do século XX ajudou a consolidar mais significativamente o Brasil como um país fabril.
Do Meio Rural para o Meio Urbano – O Êxodo Rural Brasileiro
O desenvolvimento das indústrias brasileiras dependia de ter mão-de-obra e os trabalhadores em potencial se concentravam no meio rural. Tendo dificuldades em se manter da agricultura, em especial pela substituição do trabalho do homem pelo da máquina, muitas famílias seguiram rumo as grandes cidades. Os estados do Rio de Janeiro e São Paulo foram os que tiveram maior crescimento nessa fase. Dentre os setores industriais de maior destaque estão o alimentício e o têxtil.
Mais de 80% de População Urbana
O Brasil demorou – em comparação com outros países – para se torna um país urbanizado. Para se ter uma ideia no começo da década de 1940 apenas 30% da população total era urbana. A partir da década de 1970 mais de 80% da população brasileira já vivia em centros urbanos. A proporção é de que a cada 10 brasileiros 8 vivem em cidades. A estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU) é de que até o ano de 2050 o Brasil terá cerca de 93% da sua população urbana.
Processo de Urbanização do Brasil
Comparativamente o processo de urbanização do Brasil é bastante diferente daquele desenvolvido nos países da Europa. Nosso país apresentou crescimento de sua população urbana bastante rápido, em apenas algumas décadas, contrariamente aos países do Velho Mundo em que esse foi um processo antigo.
De maneira geral os países da Europa se tornaram urbanos entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX. Apenas a Inglaterra destoa tendo se tornado um país urbano na primeira metade do século XIX. Outra diferença importante é que na Europa esse processo se deu de maneira mais organizada e menos abrupta. Ao passo que aumentava a população urbana crescia também a oferta de empregos, casas e escolas.
O Brasil em apenas sete décadas apresentou uma significativa alteração da lógica de distribuição da sua população. O crescimento acelerado da população urbana em paralelo a queda da população rural gera uma série de problemas de ordem social que pode ser bastante complexo de resolver.
Quais são as Consequências da Urbanização Desordenada?
Os principais problemas gerados pelo crescimento repentino da população urbana incluem a falta de moradia digna para todos (o que gera o surgimento de favelas), desemprego, aumento da criminalidade e índices mais altos de poluição do ar e da água. Atualmente, cerca de 30% da população brasileira vive nas favelas distribuídas por todo o país. Estima-se que com o passar dos anos e aumento da urbanização essa porcentagem aumente significativamente.
Distribuição Irregular da População Urbana
O processo de urbanização no Brasil não se deu de maneira regular em seu território sendo que algumas regiões tiveram concentrações mais significativas de população urbana. A região Sudeste – São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais – foi a que mais recebeu migrantes passando a ter uma superpopulação urbana. A região Norte, por sua vez, é a que menos se urbanizou nas últimas décadas.
Um dos principais fatores que contribuíram para essa realidade é a presença da floresta Amazônica em boa parte do território da região. No entanto, na última década os estados dessa região apresentaram a maior média de crescimento urbano, em torno de 30%. O Nordeste brasileiro apresenta taxa baixa de urbanização devido a sua lógica econômica e social em que quase 70% dos municípios é rural e existe uma ligação mais forte do homem e a terra.