Um projeto pioneiro está para se tornar realidade no Rio Grande do Sul onde estão desenvolvendo estudos na Fundação Universidade de Rio Grande (FURG) para transformar a lama, misturada com areias e resíduos orgânicos, em eletricidade. Esse material é retirado do fundo do mar quando este é dragado e é o que esta acontecendo no Porto de Rio Grande.
De acordo com o projeto ao término de cinco anos uma usina pode gerar energia para abastecer uma cidade com um milhão de habitantes já que poderá ter uma produção de 580 mega watts por hora, isto segundo as estimativas do coordenador das pesquisas, professor Fabrício Santana que com a professora Cristiane Ogrodowski, coordena e trabalha há dois anos nesse projeto no Laboratório de Controle de Poluição da Escola de Química e Alimentos da FURG.
Este é um projeto que vai além da geração de energia na medida em que soluciona o problema que se apresenta em todos os locais onde acontece a dragagem que é não ter o que fazer com o material retirado nesse processo.
Que são as dragagens
São processos em que os resíduos que com o tempo vão se acumulando nos canais de passagem de navios, são retirados com o objetivo de manter e muitas vezes aumentar a profundidade de canais portuários para que assim navios não tenham problemas de navegação nestes locais.
Existe um sistema de injeção d’água em que o material depositado é disperso e redistribuído, entretanto no Porto de Rio Grande o sistema a ser usado é o de sucção em que o material é depositado em uma draga que o coloca em áreas muito profundas a 20 km da costa. A energia que virá da lama vai aproveitar esse material e para isso será usada a tecnologia do micróbio elétrico que nada mais é do que um micro organismo que tem capacidade de promover a geração de energia.
Esse processo é baseado em estudos feitos na Bélgica e Estados Unidos ainda na década de 60 e aproveita tudo que é retirado na dragagem comercializando areia e lama para a construção civil e o material onde se encontram os micros organismos vai para a geração de energia.
Materialização do projeto
Isso depende de construir uma planta piloto onde os sedimentos deverão ser tratados e que está prevista para ter inicio no segundo semestre deste ano. O investimento será de R$ 1 milhão no prazo de três anos sendo que a Secretaria Estadual de Ciências e Tecnologia vai investir R$ 300 mil, o porto além de fornecer a área vai investir mais R$ 60 mil e a Fundação Universidade de Rio Grande vai subsidiar R$ 640 mil no pagamento das horas trabalhadas pelos seis pesquisadores que formam o grupo.
Importante salientar que o processo é totalmente sustentável e vai gerar energia, renda e preservar o meio ambiente.