Estudos da WCS (WILDLIFE CONSERVATION SOCIETY) afirmam que o Parque Nacional Madidi, situado na região noroeste da Bolívia (La Paz), representa o local no qual existe maior nível de biodiversidade entre todos os outros parques existentes dentro do Planeta Terra. A grande parte da vida animal está composta por aves e pássaros de diversas espécies, embora também existam outras variedades.
A compilação dos dados da WCS, que gerou um boom de notícias relacionadas feitas por agências e comunicação, demonstra que dentro do Parque Nacional Madidi são encontradas onze por cento das espécies de pássaros no mundo, doze mil plantas distintas, trezentas famílias de peixes e duzentos mamíferos.
Dentro do seu território, equivalente a vinte mil quilômetros quadrados, existe desde picos congelados provindos da região dos Andes como também em florestas tropicais e exuberantes da Amazônia. O levantamento da WCS possui alto nível de confiança, visto que foi feito por mais de quarenta cientistas no período de quinze anos. Conheça o Parque Nacional Madidi, a maior diversidade do mundo.
.
Parque Nacional Madidi
Foi fundado no ano de 1995, preparado para receber alta demanda de turistas, fato que preocupa alguns ambientalistas locais, visto que o constante tráfego de pessoas e veículos pode prejudicar o ciclo do ecossistema em níveis consideráveis. O Parque Nacional de Madidi está situado em La Paz, nas províncias de Franz Tamayo, Iturralde e Abel Saavedra Bautista. Abrange os municípios de Apolo, San Buenaventura, Ixiamas e Pelechuco.
Faz fronteira com a Reserva da Biosfera de Manu, situada no Peru. Especialistas apontam que Madidi representa um das áreas ambientais mais protegidas do mundo quanto aos baixos níveis de desmatamento.
Sua peculiaridade está na diferenciação climática encontrada na mesma área. As noites são geladas nos picos gelados presentes perto da alta zona dos Andes, ao passo que são agradáveis nas florestas tropicais que estão no entorno do rio Madidi.
Vale ressaltar que muitos visitantes e especialistas em antropologia procuram o local exclusivamente para ter contato com as culturas nativas, que falam o quíchua mais as próprias linguagens locais, principalmente quando querem fazer comunicação em código. Representa a própria forma de defesa dos tribais.
Ao redor do Parque Madidi existem diversas lojas ecológicas que vendem desde artesanatos até pratos típicos da região, contemplados em nível mundial por diversas revistas especializadas em alimentação exótica. As comunidades locais são dependentes da comercialização turística. Quem deseja passar várias noites no local pode ficar no ECOCAMP, situado na floresta primária mais próxima da matriz principal na qual existem os agentes para oferecer apoio.
Variação Climática no Madidi
Na região temperada alpina o clima é frio na maior parte do tempo. Possui áreas com altitude intermediária, local no qual está presente a grande parte da biodiversidade por causa do clima fresco. Já nas planícies situadas ao norte, o tempo é tropical.
Os ventos vêm predominantemente das frentes norte e frio do sul, têm pouco impacto sobre a temperatura da região de Madidi. A estação seca coincide com o inverno austral. A temperatura média anual é de vinte e seis graus célsius, mas varia muito dependendo da altitude. Na região de Apolo, a precipitação anual é 716 milímetros. Estação chuvosa entre outubro e março e secas de maio a setembro.
Parque Madidi: Maravilla de Bolivia
Rosa Maria Ruiz e Parque Madidi: Luta Contra o Desmatamento em Madidi
Os noticiários locais apontam que Rosa Maria Ruiz é a ambientalista mais atuante na luta pela preservação da região. Há mais de duas décadas ela fundou o ECOBOLÍVIA, organização que foi indispensável para que o Parque Nacional Madidi fosse declarado como área de proteção ambiental, defendido pela constituição boliviana.
Com o intuito de descarrilar os planos governamentais de construir uma usina hidrelétrica no Rio Madidi, a ambientalista levou, no ano 2000, a equipe da NATIONAL GEOGRAPHIC para chamar a atenção internacional à área, ajudando a destruir os planos que estavam sendo criticados por grandes potências. Exemplo significativo de que grandes ideias reivindicativas podem dar certo sem o uso da força física ou depreciação dos patrimônios públicos.
A ECOBOLÍVIA parou de funcionar no ano de 2002. Ruiz trabalha agora para a Madidi Viagem, instituição incumbida na consolidação do Mosaico Madidi que visa gerar emprego, partindo do pressuposto da evolução do ecoturismo na região. Porém, ela já avisou que deixa de lado a função caso existam ameaças mais fortes emitentes no Parque. Nestas duas décadas de defesa extensiva da biodiversidade, Rosa Maria Ruiz se tornou o ícone moderno da classe ambientalista na Bolívia.
Selva-Amazonía Boliviana – Parque Nacional Madidi
Barragem Bala e Parque Madidi: Principais Ameaças à Maior Diversidade do Mundo
Existem diversos projetos que colocam os olhos dos ambientalistas em atenção para evitar com que a degradação mostre sua face na região. A Barragem Bala está entre os que geram maior repercussão dentro e fora da Bolívia. O plano consiste em construir sobre o Beni, rio que corta a Cordilheira Bala, uma nova hidrelétrica que conta, inclusive, com investimentos internacionais.
As discussões sobre a temática nos anos noventa e início do século XXI estavam congeladas, mesmo com o projeto sendo proposto em 1998. Porém, com o plano de crescimento econômico, a proposta voltou à pauta do governo no ano de 2007. Cientistas comprovaram que dois mil quilômetros quadrados seriam inundados, causando catástrofes irreversíveis ao Parque Madidi.
A construção da estrada Apolo-Ixiamas também representa outra ameaça evidente contra Madidi. Esta é uma reivindicação antiga de alguns políticos locais e comunidades do Altiplano, que querem colonizar o parque para a exploração da madeira e da agricultura. No entanto, estudos independentes da ONG “CONSERVATION STRATEGY FUND” demonstra que este projeto não representa alternativa de desenvolvimento qualificado para a região. O projeto, além de ser economicamente inviável, induziria significativo desmatamento dentro da área protegida.
Prejuízos ambientais causados pelo projeto de estrada poderiam ameaçar a conservação atual, além de prejudicar as futuras atividades turísticas nesta área protegida, que geram benefícios econômicos significáveis para a região. Especialistas apontam que a melhor solução está em direcionar os investimentos aos setores sociais, caso da educação e saúde, dois elementos precários em terras bolivianas. De fato, existem melhores perspectivas para melhorar a vida da população local mantendo-se os importantes serviços ambientais prestados pela região de Madidi.
Escrito por Renato Duarte Plantier