O Programa de Valorização do Jaborandi idealizado pelo Grupo Centroflora foi um dos agraciados com o Prêmio Nacional da Biodiversidade, em 2016, concedido pelo Ministério do Meio Ambiente. O prêmio que estava em sua primeira edição foi criado com o objetivo de incentivar iniciativas que visam dar destaque para a conservação das espécies da nossa biodiversidade.
Ao todo o prêmio recebeu 888 inscrições em sua primeira edição, algo que reflete a grande biodiversidade do Brasil e a grande necessidade de um trabalho de conservação. Desses projetos foram selecionados 18 como finalistas disputando 07 categorias e o Programa de Valorização do Jaborandi foi escolhido o vencedor na categoria empresas. Os vencedores receberam o Troféu PNB que consiste num bela escultura de madeira de 35 cm esculpida pelo artista Darlan Rosa.
Conhecendo o Programa de Valorização do Jaborandi
O projeto vencedor do prêmio na categoria Empresas é da empresa Grupo Centroflora de Botucatu em São Paulo. A base desse projeto é oferecer geração de renda para as comunidades extrativistas de Jaborandi das regiões Norte e Nordeste do Brasil. A ideia central é dar apoio para que as famílias que dependem da extração do Jaborandi para ter renda o façam com responsabilidade e sustentabilidade.
Trata-se de um projeto que alia a preservação do Jaborandi com a criação de oportunidades financeiras para as comunidades que precisam. A comercialização do Jaborandi promovida por esse projeto é sustentável e fortalece a criação de cooperativas nessas regiões do país que tanto sofrem os impactos da crise econômica. O projeto tem grande relevância para o meio ambiente e para a economia local.
Ganhar esse prêmio foi um grande incentivo para que o projeto pudesse ter mais força e ser reconhecido como uma atitude séria e responsável. Sendo esse um prêmio concedido pelo Ministério do Meio Ambiente contribuiu para atrair os olhares da mídia e dos investidores, inclusive o projeto passou a ter apoio financeiro depois da notícia ter sido espalhada.
Por Que foi Criado o Programa de Valorização do Jaborandi?
O Grupo Centroflora está inserido no segmento farmacêutico e no ano de 2009 desenvolveu um colírio que utilizava pilocarpina que é um ativo extraído do Jaborandi. Buscando alternativas para ter acesso a matéria-prima a empresa observou que não havia sustentabilidade na extração da planta e que em breve não haveria mais fornecedores.
Os trabalhadores não tinham conhecimento de que maneira fazer a colheita assertiva e por isso ao invés de retirar apenas galhos de Jaborandi retiravam a planta toda da terra. Outro fator preocupante é que os trabalhadores quase não recebiam nada por seu trabalho devido a ação dos atravessadores que ficavam com maior parte do lucro. Essa situação não era boa nem para a empresa, nem para a espécie de Jaborandi e nem para os trabalhadores.
Soluções Propostas pelo Programa de Valorização do Jaborandi
Como o manejo do Jaborandi era um dos principais fatores de preocupação o grupo investiu fortemente em capacitação para esses trabalhadores. Foi ensinada a técnica correta de poda de galho em galho com o auxílio de uma tesoura própria para essa função. O outro fator preocupante era a exploração dos folheiros (profissionais que colhem a planta) e por isso a empresa também investiu na capacitação dos trabalhadores para a criação de cooperativas.
A diferença que esse programa está fazendo é bastante impactante, pois beneficia 500 famílias nos três polos de produção de Jaborandi nos estados do Pará, Maranhão e Piauí. A sede da empresa Centroflora está no Piauí e dessa forma ela consegue ter uma atenção maior sobre o trabalho dos envolvidos nesse projeto. O Prêmio Nacional da Biodiversidade é uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e pode incentivar mais projetos como o Programa de Valorização do Jaborandi.
