Toda a base da economia egípcia na era faraônica era baseada na agricultura. Basicamente, eram plantados cereais como o trigo e a cevada. O que tornava a agricultura no Egito possível era a época de cheia do Rio Nilo, que fertilizava a terra na extensão de toda a sua margem, deixando-as extremamente produtivas. A agricultura no Egito era tão importante que é possível observar em tumbas de faraós e figuras importantes, a representação de si próprios auxiliando na tarefa do plantio.
Como e Quando ela Realizada?
Quem trabalhava nas plantações das terras que pertenciam às altas camadas da sociedade, ou até mesmo ao Estado, eram os camponeses, que viviam em aldeias próximas. Todo o planejamento das plantações era relacionado à época de cheia do Rio Nilo. A inundação ocorria de Julho a Novembro, e era conhecida como a época “Akhit”.
Entre Novembro e Março, acontecia a época da saída da águas das terras na margem do Rio Nilo, e era conhecida como a época “Peret”. “Shemu” era o nome dado àépoca de colheita da produção, que acontecia entre os meses de Maio a Junho. Se contabilizarmos os meses de saída de água e de colheita, podemos observar que o período de agricultura durava pouco mais de seis meses.
O Trabalho do Plantio
Quando não estavam trabalhando no plantio, os camponeses eram requisitados para trabalhos nas obras públicas, como a construção de pirâmides. O trabalho do plantio era bem organizado: enquanto um grupo de camponeses era responsável por arar a terra, logo atrás vinham mais camponeses com a incumbência de semear a terra, lançando as sementes. Depois disso, outro grupo de camponeses guiava animais que pisoteavam a região, a fim de enfiar as sementes na terra.
Na época da colheita, eram utilizadas pequenas foices para cortar os pés de trigo e cevada, e em seguida, eram deixados de lado. Animais passavam por cima desses cereais, triturando-os. Então, eles eram recolhidos e levados aos donos das terras.
Curiosidade
Um caso curioso e bem conhecido aconteceu no tempo do faraó Ramsés V, e envolvia o capitão de um barco responsável por levar os grãos colhidos para um templo no Alto Egito. Supostamente, eram esperadas cerca de 700 sacas de grão por ano nesse templo, o que somaria cerca de 6300 sacas em noves anos. Porém, foram recebidas apenas 630 sacas por ano.
Registros indicam que o capitão recebia ajuda dos próprios camponeses no desvio das sacas. Nos casos de desvio, ou de tentativa de extorsão dos excedentes agrícolas como impostos, os camponeses recebiam sérias punições das autoridades. É possível observar em algumas tumbas do Antigo Reino regiões com relevo diferente, que se acredita que eram os locais onde as punições eram recebidas.
Por Cissa Ribeiro