O Histórico dos Agrotóxicos
Durante a Primeira Guerra Mundial os agrotóxicos foram criados, mas foram mais amplamente utilizados durante a Segunda Guerra Mundial como um tipo de arma química. Quando a guerra teve fim os produtos passaram a ser utilizados como defensivos agrícolas.
A história desses defensivos remonta a muitos anos, o primeiro agrotóxico que era composto orgânico DDT foi desenvolvido no ano de 1874 por Othomar Zeidler. Contudo foi somente em 1939 que Paul Muller percebeu que o composto poderia ser utilizado como um tipo de inseticida.
O Nobel de Química
No ano de 1948 Paul Muller recebei o Nobel de Química por ter descoberto e aplicado o DDT para combater insetos. O composto DDT era utilizado em larga escala para combater o inseto responsável por espalhar a malária. Porém, depois de algum tempo descobriu-se que assim como todos os outros compostos organoclorados, o DDT, é teratogênico, cancerígeno e se acumula no organismo.
Os Agrotóxicos e a Indústria Química
A indústria química ganhou impulso depois do fim da Segunda Guerra Mundial, pois os empresários dos países que venceram o conflito resolveram investir nela para expandir os seus negócios. Como nesse momento histórico os europeus estavam passando fome devido a falta de alimentos foi criada a chamada “revolução verde”.
O objetivo dessa revolução era promover a agricultura de forma fosse possível cultivar alimentos para quem tinha fome. No Brasil esse estímulo a agricultura chegou no meio da década de 60. A indústria do agrotóxico foi bastante beneficiada pelo fato de que o governo brasileiro impôs que o financiamento bancário para comprar semente somente seria concedido para quem fizesse também a compra de adubo e agrotóxico.
A Contaminação do Meio Ambiente no Brasil
Com essa ‘obrigação’ de comprar e usar os agrotóxicos os agricultores acabaram gerando uma grande contaminação do meio ambiente mesmo sem saber. Na Europa não foi muito diferente. Além dos problemas ambientais é necessário observar que a fome de todos os famintos não teve fim.
Os países europeus trabalham na busca por tentar amenizar o problema da degradação do meio ambiente, porém, no Brasil essa situação parece que somente piora a cada ano que passa. Para se ter uma ideia na década de 70 a Europa transferiu fábricas poluentes de agrotóxicos para o Brasil que as aceitou de braços abertos por ser um dos cinco maiores consumidores de agrotóxicos na agricultura do mundo.
As Consequências da Degradação do Meio Ambiente
A degradação do meio ambiente pode ser muito séria a longo prazo e os seus efeitos podem se tornar irreversíveis. Observando a situação mundial existem mais de 2 trilhões de toneladas de resíduos industriais sólidos e também aproximadamente 350 milhões de toneladas de detritos que são gerados todos os anos.
O uso irresponsável de agrotóxicos está tirando as chances de vida e sobrevivência da humanidade na Terra a longo prazo. Os principais prejudicados pelos agrotóxicos são os trabalhadores que tem contato com essas substâncias venenosas sem a devida proteção como máscaras, capacetes, macacões, luvas e outros equipamentos.
Apesar de já existirem campanhas de conscientização a respeito do contato com resíduos e embalagens ainda é grande o número de pessoas expostas. O Governo do Brasil não efetivou a lei de agrotóxicos que tem como principal premissa proibir a venda desses produtos que são cancerígenos, teratogênicos e mutagênicos.
Os Tipos de Agrotóxicos (Defensores Agrícolas)
Basicamente os chamados agrotóxicos podem ser divididos em dois grupos: inseticidas e herbicidas. No primeiro grupo estão três subgrupos grandes os organoclorados, os organofosforados e carbamatos e as piretrinas. Dentre os grupos que mais se destacam no grupo dos herbicidas estão clorofenoxois, Paraquat e dinitrofenóis.
Os Organoclorados
Os agrotóxicos mais danosos para o meio ambiente são os que fazem parte do grupo dos organoclorados, pois são os que duram mais tempo no meio ambiente, podem permanecer por até três décadas. Essas substâncias são absorvidas pela via oral, respiratória e dérmica chegando ao sistema nervoso central e periférico. O principal perigo dessas substâncias é a possibilidade de provocarem câncer. Devido a esse fato já foram banidos de vários países.
Os Organofosforados e Carbamatos
Os inseticidas organofosforados e carbamatos são os mais utilizados hoje em dia, a absorção deles também se dá por meio das vias oral, dérmica e respiratória. Dentre os seus efeitos estão a alteração do funcionamento de glândulas e dos músculos do cérebro.
As Piretrinas
Os inseticidas conhecidos como piretrinas podem ser naturais ou artificiais, pelo fato de serem instáveis a luz não são muito utilizados na agricultura. Esse tipo de inseticida acaba sendo usado mais no ambiente doméstico em forma de spray, tabletes ou espirais que acabam sendo dissolvidos no aquecimento. Um dos principais problemas apresentados por essas substâncias é o fato de causarem alergias podendo começar crises de asma ou bronquites em crianças principalmente.
Paraquat
Um herbicida que oferece um grande risco, é capaz de matar todos os tipos de plantas. Essa substância é responsável por causar lesões no rim e pode se concentrar nos pulmões causando uma fibrose irreversível.
Clorofenóis
Os dois principais clorofenóis são os 2.4-D e o 2.4.5-T e o seu principal perigo reside no fato de serem cancerígenos. O agente laranja, que ficou famoso pelo seu uso na Guerra do Vietnã, é resultado da mistura desses dois clorofenóis.
Intoxicação por Agrotóxicos
O Brasil é um dos países que mais utiliza agrotóxicos em todo o mundo, além das substâncias de uso agrícola tem outras de uso doméstico. Entram nessa lista também aqueles utilizados em Campanhas de Saúde. Como não existe um controle efetivo do uso dessas substâncias químicas tóxicas e também existe um grande desconhecimento da população a respeito dos seus riscos e perigos para a saúde a taxa de intoxicações humanas por agrotóxicos é bastante grande.
De acordo com a Organização Nacional de Saúde a cada um caso notificado de intoxicação por agrotóxicos tem pelo menos outros 50 que não são notificados. Trata-se de um grande perigo que começa no campo para os próprios agricultores até chegar a mesa das famílias de todo o país. Todo mundo está exposto em algum grau aos agrotóxicos e aos seus perigos.