Emissão de Carbono no Brasil

O Brasil e o Efeito Estufa

Uma das principais preocupações globais é o aquecimento global que já está sendo sentido nos dias muito mais quentes do verão e nos invernos muito mais rigorosos em algumas partes do mundo. A situação atual é o resultado de um processo que se intensificou e se tornou significativo depois da revolução industrial.

Com o desenvolvimento da indústria as emissões dos chamados gases do efeito estufa (GEE) aumentou muito em alguns países o que fez com que a situação chegasse nesse ponto em que nos encontramos. Para tentar remediar a situação muitos países se reuniram para tentar chegar a um acordo de redução de emissões de carbono.

Os países que foram os principais responsáveis pelas emissões nos últimos séculos foram classificados como responsáveis históricos pelo problema e por isso passaram a ter metas definidas de redução das emissões de acordo com o Protocolo de Quioto. O Brasil como passou por uma industrialização tardia não é um dos responsáveis históricos e por isso não tem metas estabelecidas de redução de gases do efeito estufa.

O Brasil no Contexto Mundial

Apesar de não ter metas a cumprir é importante que todos os países façam a sua parte para reduzir a emissão de carbono. O Brasil aparece como um destaque negativo uma vez que se configura como um dos principais emissores de CO2 do planeta, até mesmo em emissões per capita. Para se ter uma ideia o Brasil é responsável por cerca de 3% a 4% das emissões globais.

As emissões de carbono do Brasil se assemelham as da Indonésia, mas se diferenciam da China e Índia, por exemplo. Cerca de 80% das emissões de CO2 do mundo são decorrentes da queima de combustíveis fósseis (como o petróleo, gás natural e carvão) e os outros 20% são o resultado do uso inadequado da terra, em grande parte dos casos o desmatamento e a queima de florestas tropicais.

Detalhamento das Emissões de Carbono do Brasil

No Brasil cerca de 75% das emissões são decorrentes de desmatamento em grande parte da Amazônia e de outros tipos de usos inadequados da terra. Além de emitir CO2 o Brasil ainda reduz as florestas que poderiam ajudar a reduzir a quantidade de carbono na atmosfera.

Depois dos desmatamentos vem o setor de energia com mais ou menos 23%. Podemos ter uma ideia de quanto isso é sério observando que no Reino Unido, por exemplo, 90% das suas emissões estão centradas em quatro setores que são: indústria com 25%, energia com 24%, transporte também com 24% e habitação com cerca de 17%.

O Carbono e a Amazônia

A gigantesca floresta amazônica brasileira armazena cerca de 50 bilhões de toneladas de carbono nos seus 3,3 milhões de quilômetros quadrados. Pelo menos 200 milhões de toneladas de carbono são emitidas para a atmosfera devido a derrubada de uma média de 1,8 milhão de hectares de floresta por ano algo em torno de 18.000 km².

Isso é equivalente a 75% das emissões de carbono feitas pelo Brasil e a aproximadamente 3% das emissões totais do mundo. Dessa forma o Brasil é o quarto na lista dos mais poluentes do mundo. As pesquisas nos mostram um cenário alarmante para o futuro, pois apontam que se continuar nesse ritmo em 2050 cerca de mais de 40% da floresta amazônica já terá sido destruída.

Com isso terão sido emitidas para a atmosfera 36 bilhões de toneladas de carbono o que irá agravar bastante a situação do aquecimento global. Uma situação complicada que tem levado o país a caminhar para a perda da floresta amazônica assim como se tornar um país ainda mais poluente.

Planos Para Reduzir a Emissão de Carbono no Brasil

Na busca por reduzir a contribuição de emissão de carbono do Brasil o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e o Ministério do Desenvolvimento Agrário criou o Plano Setorial para Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC Nacional).

Basicamente se trata de um plano que tem como principal objetivo aperfeiçoar as práticas de manejo sustentável de recursos naturais assim como estimular a diminuição das emissões de gases do efeito estufa. Uma das principais metas do Plano ABC é diminuir em torno de 162,9 milhões de MgCO2eq as emissões de carbono que são feitas pelo setor agropecuário do país até o ano de 2020.

Para começar a chegar a esse objetivo o plano irá recuperar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas devido a maneja inadequado ou uso de adubo em excesso. Além disso, a área de reflorestamento dedicada a produção de celulose, madeira e fibras será aumentada de 6 para 9 milhões de hectares.

Além disso, dentre as estratégias desse plano estão tratar cerca de 4,4 milhões de m2 de dejetos animais para que seja produção de energia e compostos orgânicos. Existem ainda outros objetivos para conseguir reduzir as emissões de carbono do Brasil.

Novo Monitoramento de Emissão de Carbono

O Ministério do Meio Ambiente aposta numa nova plataforma de monitoramento de emissões de carbono para controlar a sua participação na poluição através de gases do efeito estufa. A ferramenta será usada como um tipo de termômetro para ter mais precisão em relação ao crescimento das emissões.

Essa plataforma vem para ajudar o Brasil a cumprir a sua meta de cortar entre 36,1% e 38,9% de suas emissões até o ano de 2020. Dentre os principais objetivos para se conquistar com essa ferramenta estão conter o desmatamento da Amazônia e do Cerrado e focar na geração de energia com fontes renováveis.

O país também busca incentivar a agricultura de baixo carbono assim como desenvolver melhorias no uso do carvão vegetal na indústria do aço e do ferro. O Brasil pode não ser um responsável histórico pelas grandes emissões de carbono, mas atualmente é um dos principais poluidores e por isso mesmo deve fazer a sua parte buscando maneiras de controlar as suas emissões.

Cabe a todos os países fazerem a sua parte para não acelerar ainda mais o processo de aquecimento global pelo qual o planeta já está passando. O país tem buscado soluções para reduzir as suas emissões, mas precisa atentar para a destruição das suas florestas.

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Categoria(s) do artigo:
Poluição

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