Educação ao Ar Livre

A educação ao ar livre, por meio de cursos no formato expedição, ainda acontece de forma tímida no Brasil. Entende-se por cursos no formato expedição, experiências educacionais contínuas, de múltiplos dias, em que alunos e instrutores se aventuram em um trajeto em área remota na natureza, de forma autossuficiente.

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A educação ao ar livre potencializa a apropriação de um largo conjunto de experiências que enriquecem o currículo. Sair da sala de aula para desenvolver todo um conjunto de atividades liga os alunos ao seu meio ambiente, à sua comunidade, à sociedade em geral e a eles próprios. A riqueza das experiências vividas que a educação ao ar livre proporciona pode ser relevante na aquisição de conhecimentos, na compreensão dos fenômenos estudados e no desenvolvimento das mais diversas habilidades. O governo escocês aposta decididamente nesta via e disponibiliza on-line todo um conjunto de informações bem interessantes.

  • Projeto pedagógico no Brasil

    Educação

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Embora haja estudos sobre esta proposta pedagógica no exterior, não se sabe se os resultados valem para a experiência brasileira. Este estudo trata de dois aspectos fundamentais à educação contemporânea: o valor da experiência e o desenvolvimento moral do indivíduo.

Na década de 60 a educação ao ar livre era um campo aberto. Poucas pessoas haviam ouvido falar sobre uma escola que usasse a natureza como sala de aula e ensinasse através das montanhas e da aventura. Menos pessoas ainda tinham essa atividade como seu meio de vida. A OUTWARD BOUND é a instituição pioneira no desenvolvimento da educação ao ar livre no mundo e hoje é uma organização sólida presente em 32 países.

Ar Livre

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  • Experiência no Brasil com Educação ao Ar Livre

Foi entrevistada uma psicóloga que coordena um abrigo para menores, em um estudo de caso sobre um aluno adolescente. Os resultados encontrados indicam que os cursos de educação ao ar livre caracterizam-se por experiências que estimulam os trabalhos em grupo, os debates sobre justiça e solidariedade na resolução de problemas e a reflexão sobre valores e princípios como coragem, esforço pessoal, disciplina, respeito e superação de limites.

Os resultados também indicam que esta proposta educacional proporciona experiências sensíveis e de conexão do ser humano com a natureza. Muito embora os resultados indiquem um grande potencial educacional para a educação ao ar livre, a atuação do profissional frente aos seus alunos é fundamental para que as experiências sejam fisicamente e psicologicamente seguras, alcancem seus potencias pedagógicos de desenvolvimento da moralidade e ajudem as pessoas a desenvolverem uma consciência ambiental crítica e não dogmática, manifestada por meio de ações concretas ao retornarem dos cursos para as suas casas e comunidades.

  • Características da Educação ao Ar Livre

A busca pelo ambiente natural não é um fenômeno novo. O interesse em realizar atividades nos ambientes naturais preservados ou pouco antropizados é uma realidade desde o século XIX. A partir daí o homem vem desenvolvendo ferramentas que minimizem os impactos das suas práticas no Meio Ambiente e valorizem o aprendizado através de práticas desportivas ou visitas conscientes. Dessa forma a Educação Ambiental se destaca como importante vetor de sensibilização das atitudes menos agressivas e a Educação Experiencial ao Ar Livre, aos poucos, conquista espaço como uma das mais importantes ferramentas do processo crítico educativo voltado ao Ambiente.

Uma experiência educacional pode ser uma aventura urbana e não na natureza; da mesma forma, uma experiência pode ocorrer na natureza e não ser uma aventura. É na combinação dos elementos natureza e aventura que algumas escolas de educação experiencial desenvolvem seu trabalho

  • Objetivos

Um dos objetivos da aventura é o desenvolvimento do ser humano, um processo que pode ser buscado de diversas formas como treinamentos corporativos, tratamentos terapêuticos e programas educacionais. Esta última forma, conhecida como outdoor education ou educação ao ar livre, envolve o planejamento e a implantação de uma ação educacional que inclui alguma forma de risco. O risco pode ser físico, como uma caminhada pelas montanhas durante a qual as pessoas se defrontam com uma tempestade, se percam ou se acidentem com a queda de rochas. Ou pode ser social, quando as pessoas são confrontadas com o medo de expor seus receios para os demais e serem julgadas por isso. Ou ainda pode ser espiritual quando, por exemplo, um estudante encontra uma situação onde é preciso encarar a si mesmo ou talvez o significado da vida e da morte.

O objetivo com a realização da educação ao ar livre é fomentar o processo de divulgação de uma prática educacional alinhada com os quatro objetivos da educação do futuro: aprender a ser, aprender a conhecer, aprender a fazer e aprender a viver juntos.

Outro aspecto decorrente das experiências vividas nos cursos de educação ao ar livre, segundo relatos dos alunos adolescentes, dos alunos adultos e dos educadores, está na oportunidade de adquirir conhecimento sobre si mesmo. As experiências que abordam disciplina, esforço, superação e coragem também permitem que a pessoa se conheça melhor. Além das menções diretas ao autoconhecimento, reconhecimento dos próprios limites e sobre a autopercepção dos pontos fracos e fortes.

  • Nos Primórdios da Humanidade

O método de educação ao ar livre foi o grande legado do Filósofo Sócrates, que vivia de maneira humilde, percorrendo descalço as ruas de Atenas. Tornou-se o filósofo por excelência, “amigo do saber”. Passou a ensinar em praça pública, sem cobrar pelos seus ensinamentos, ao contrário do que faziam os sofistas. Seu método consistia em fazer perguntas que conduziam o discípulo à descoberta da verdade.

Sócrates reformulou a filosofia grega, fazendo com que a busca de conhecimento, antes centrada no estudo da natureza, passasse a ocupar-se do homem e das suas ações. Tudo isso se deu de maneira espontânea, nas ruas, percorrendo os bosques, as praças, os rios. O intuito dele era fazer com que as pessoas pensassem e que, através da observação do mundo, fossem capazes de fazer sua própria analise de tudo.

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Apesar de nunca ter escrito uma obra, a atividade filosófica de Sócrates está documentada nos livros do também filósofo grego Platão, que foi um dos seus discípulos. Os célebres diálogos de Platão incluem o “Êutifron”, o “Critão”, o “Fédon” e “Um Banquete”. Em todos eles, Sócrates aparece como personagem.

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Categoria(s) do artigo:
Recursos Naturais

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