A História da Exploração do Ártico
Acredita-se que o primeiro explorador a atingir um ponto tão setentrional como o Círculo Ártico foi o grego Pítias, no século 4 a.C. Além do grego alguns monges irlandeses, no século 6, e os navegantes nórdicos do século 9 também alcançaram essa região e se instalaram por lá, nas ilhas do Atlântico Norte e do Oceano Ártico.
Porém, a exploração intensiva das regiões árticas começou a partir do século 16 com a busca por novas rotas comerciais entre o Oriente e a Europa.
Passagens Nordeste e Noroeste
Os holandeses e os ingleses estavam na vanguarda pela busca de uma passagem noroeste, uma rota marítima que levasse da costa setentrional da América do Norte ao Oceano Pacífico. O inglês Martin Frobisher é considerado o primeiro grande explorador do Ártico, pois em 1576 ele navegou pela costa ocidental da Groenlândia na tentativa de localizar uma passagem norte.
Mesmo que Frobisher tenha sido mal sucedido a sua expedição estimulou muitas novas tentativas. Algumas expedições meticulosamente planejadas foram organizadas com o intuito de penetrar nas regiões árticas que ainda não haviam sido mapeadas. No ano de 1585 o capitão inglês John Davis navegou até um estreito que depois de algum tempo ganhou o seu nome.
No ano de 1596 o navegador holandês Willem Barents chegou a Spitzbergen (Svalbard) e por isso foi creditado como o descobridor da ilha, mesmo que os vikings já tivessem localizado a mesma. Em 1607 foi a vez de Henry Hudson, da Companhia Moscovita da Inglaterra atingir o ponto mais setentrional do que qualquer outro navegador.
Na tentativa de encontrar uma passagem para o Pacífico na costa norte da Ásia (a Passagem Nordeste) ele acabou encontrando a ilha que depois passou a ser chamada de Jan Mayen. Numa viagem para o noroeste ele acabou localizando o estreito de Hudson e a baía de Hudson, em 1610.
Já no ano de 1616 foi a vez do explorador inglês William Baffin atravessar o estreito de Davis e chegar a baía que atualmente é chamada de baía de Baffin.
Os Relatos e a Falta de Interesse na Exploração
Os relatos de Hudson assim como os de outros exploradores, caçadores de focas, baleeiros entre outros fizeram com que a exploração do Ártico ficasse em segundo plano em relação ao desenvolvimento da pesca na área nos séculos 17 e começo do 18. Alguns baleeiros e caçadores de focas localizaram novas ilhas enquanto percorriam o oceano Ártico.
O Retorno do Interesse
Em 1728 o dinamarquês, a serviço da Rússia, Vitus Bering renovou o interesse para que se encontrasse uma passagem sobre “o topo do mundo”. Porém, somente em 1773 uma expedição britânica sob o comando de Constantine Phipps chegou ao ponto mais setentrional do que aquele que havia sido atingido por por Hendy Hudson mais de 150 anos antes.
Após as Guerras Napoleônicas, no começo do século 19, o momento era bem favorável para a exploração mais acelerada dessa região. Nesse momento homens e navios estavam disponíveis isso sem contar com o avanço da tecnologia de navegação. No período entre 1819 e 1825 William Parry, oficial da marinha britânica foi responsável por conduzir três expedições em busca de uma passagem noroeste.
Em 1827 ele liderou a primeira expedição que tentou chegar ao Polo Norte pela terra, chegou a um ponto 703 quilômetros distante do polo usando trenós. O ano de 1847 foi marcado por uma expedição que se perdeu, ela era comandada pelo explorador polar John Franklin que buscava a Passagem Noroeste.
Inúmeros grupos de busca foram enviados para o Ártico e isso acabou despertando um grande interesse pela região.
A Passagem Noroeste
Uma das expedições de resgate, comandada por Robert McClure, se tornou a primeira a localizar uma passagem noroeste (uma das mais diversas que seriam descobertas) e também foi a primeira expedição a percorrer parte do caminho a pé entre 1850 e 1854.
A Passagem Nordeste
No período de 1878 e 1879 um explorador sueco, Nils Nordenskjöld, conseguiu navegar com sucesso a Passagem Nordeste. A navegação dele foi pela costa da Sibéria da Escandinávia ao estreito de Bering. Entre 1903 e 1906 uma passagem noroeste da Groenlândia à costa ártica canadense e ao estreito de Bering foi navegada pelo explorador norueguês Roald Amundsen.
O Ataque ao Polo
Inúmeras tentativas de chegar ao Polo Norte foram empreendidas no final do século 19 e no começo do século 20. No ano de 1896 Fritjof Nansen, da Noruega fez uma viagem de caiaque, trenó e a pé, chegou a 363 quilômetros do polo.
O primeiro homem que recebeu o crédito por ter chegado ao Polo Norte foi Robert Peary. Com a companhia de Matthew Henson e de quatro esquimós ele alegou que chegou ao polo no dia 6 de abril de 1926. Richard Byrd, em 1926 realizou o primeiro voo de avião sobre o polo.
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Alguns dias depois um voo de dirigível foi realizado por Amundsen, Lincoln Ellsworth, dos Estados Unidos, e pelo italiano Umberto Nobile. Obviamente existem algumas questões de autenticidade das alegações de Peary e Byrd. Ainda tem as alegações de Frederick Cook, de Nova York, outro explorador que diz ter chegado no polo em 1908, porém, essas alegações são rejeitadas pelos historiadores.
Exploração Moderna e Desenvolvimento
Até o fim dos anos 40 grande parte do Ártico permanecia ainda inexplorada e não mapeada, isso representava um grande desafio para os cientistas e exploradores de vários países. Há ainda que se considerar a importância estratégica e militar da região que levou alguns países, em especial os Estados Unidos e a União Soviética, a expandir programas árticos.
Para isso foram instaladas diversas estações de pesquisa e comunicação não apenas na calota polar ártica, mas também nas terras do norte do Círculo Ártico e ilhas de gelo a deriva nas águas árticas. Os Estados Unidos foram responsáveis pela descoberta dessas ilhas, T-1, em 1946.
Foi durante o Ano Geofísico Internacional, em 1957/8 e os Anos Internacionais do Sol Silencioso, em 1964 e 1965, que diversos países ajudaram no estudo e mapeamento da região. O Ártico tem grande valor devido a sua importância científica e militar, mas também como rota de viagem.
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Ao longo desse texto você pode conferir mais detalhes sobre a história da exploração do Ártico. Muitos exploradores realizaram expedições importante para essa região.