Aproveitamento de Resíduos Orgânicos em São Paulo

Como uma extensão do projeto de Gestão de Resíduos Participativo, uma pesquisa está sendo realizada em Diadema (uma cidade da região metropolitana de São Paulo) para saber qual o potencial existente da recolha de resíduos orgânicos, usando para isso o esquema de bater de porta em porta.

O resíduo é então processado em um jardim comunitário nos arredores da coleta, onde esse resíduo é utilizado como adubo. Os produtos da horta são distribuídos entre os catadores de lixo, jardineiros, e participantes da comunidade. Em 2008, um projeto piloto foi realizado para explorar a viabilidade desse sistema que está sendo experimentado hoje.

Destino Para os Resíduos Orgânicos

Destino Para os Resíduos Orgânicos

Contexto

Diadema é um município exclusivamente urbano situado na região metropolitana da capital paulistana. Com mais de 350 mil habitantes, Diadema tem uma densidade populacional de aproximadamente 11.600 habitantes por quilômetro quadrado. As favelas que ocupam 3,5% do município e são o lar de 23% da população da cidade. As famílias de baixa renda nessas áreas gastam cerca de 50 a 80% de sua renda disponível em alimentos, e ainda não atendem às suas necessidades diárias em matéria de nutrientes.

Essa população também enfrenta uma série de problemas de saúde, tais como a contaminação das fontes de água, terra e os resíduos não tratados. No entanto, o compromisso conjunto dos moradores e do município de Diadema tem estimulado um ambiente facilitador para combater a pobreza, a desigualdade e a degradação ambiental.

Iniciativas municipais incluem o CONSEAD (Conselho Municipal de Segurança Alimentar), para ressuscitar a cultura da agricultura, o projeto das Hortas Comunitárias para estabelecer hortas para o uso da população, o Restaurante Popular, e um projeto essencial para a boa alimentação, o Banco Municipal de Alimentos.

Complementando as iniciativas municipais, a unidade das comunidades para melhorar seus meios de subsistência e os meios sócio ecológicos. O projeto é uma colaboração entre os moradores de Diadema, representantes do governo e instituições de pesquisa (Universidade de São Paulo – USP). Em Diadema, o projeto PSWM ajudou a estabelecer o Vida Limpa, que é uma associação organizada de recolha de resíduos.

As organizações não-governamentais  Olho d’Agua e MOVA (Movimento de Alfabetização) mantém iniciativas de apoio à comunidade em Diadema. Assim, a cidade ganhou grande potencial para a implementação da coleta de lixo orgânico e o planejamento do processamento de resíduos para a produção local de alimentos.

Metas e Objetivos:

O grande objetivo do projeto foi a realização de um estudo de viabilidade para a recolha, processamento e distribuição de resíduos orgânicos para uso em hortas comunitárias. A princípio, a maior preocupação era a viabilidade do projeto em três níveis:

  • Primeiro, a capacidade do Vida Limpa expandir seus serviços porta-a-porta de coleta de lixo orgânico,
  • Em segundo lugar, a capacidade e interesse das famílias se comprometerem a separar o lixo orgânico e também fornecer esse lixo para a coleta,
  • E terceiro, a capacidade do governo local para sustentar a estrutura desse processo.

As três áreas de interesse foram abordadas através de pesquisa participativa e qualitativa.

Resumo das Atividades de Pesquisa:

Inicialmente, a avaliação de capacidade e as atividades de planejamento do projeto foram realizadas, incluindo a consulta com o município, a cooperativa de reciclagem Vida Limpa, e os empregados participantes do projeto PSWM.

Três hortas comunitárias foram identificadas com potencial para apoiar o piloto do projeto. O jardim no Centro de Diadema, na Fundação Casa, devido à sua proximidade com a central de postagem (o depósito de coleta de reciclagem no centro de Diadema) e uma série de locais em bairros para que se fizesse a coleta.

Os processos de pesquisa qualitativa e participativa (incluindo as pesquisas, entrevistas, apresentações, e a consulta com os moradores locais, e a observação dos participantes) foram realizadas na área selecionada do projeto piloto, a fim de revelar os hábitos de eliminação de resíduos dos domicílios, o seu conhecimento dos potenciais e riscos de separar corretamente os resíduos orgânicos, bem como o seu conhecimento e receptividade no uso dos resíduos orgânicos em hortas comunitárias.

Compostagem

Compostagem

Das famílias que participaram da pesquisa, 90,9% estavam interessados em participar da separação dos resíduos orgânicos para o sistema de recolha do Projeto Vida Limpa. Livretos informativos também foram distribuídos para as famílias Ter um aprimoramento do seu nível de educação ambiental, para informá-los sobre o projeto, o valor da reutilização dos resíduos orgânicos, e o que poderia e o que não poderia ser incluído neste tipo de coleta. Atividades para o enriquecimento do conhecimento também foram realizadas com a empresa de reciclagem no posto central e com os jardineiros da Fundação Casa.

As entrevistas também foram realizadas com os principais representantes municipais da cidade. As entrevistas ajudaram a garantir o apoio do município, vincular o trabalho de diferentes departamentos (por exemplo, Limpeza Urbana, Abastecimento e Habitação), para identificar potenciais problemas que impeçam o sucesso, e o apoio logístico para a realização do piloto (por exemplo, a prestação de um carro de coleção e escalas para a pesagem do material coletado).

A Pesagem do Piloto

A consulta também foi mantida com os membros do Projeto Vida Limpa, para garantir que o piloto estivesse sendo realizado dentro de sua capacidade e não prejudicasse outras iniciativas. O projeto piloto correu por três semanas a partir de meados de agosto. O lixo orgânico foi transportado usando um carrinho de coleta fornecido pelo Departamento de Limpeza Urabana, e foi pesado nas balanças fornecidas pela Prefeitura.

No total, 341,40 kg (1,254.80 litros) de material foi recolhido, dos quais 37,09 kg (78,00 litros) foi então rejeitado, o que resulta em um peso líquido de 304,31 kg. Em média, 50,72 kg (209,13 litros) foram computados por rodada de coleta. Das 40 famílias que concordaram em separar o lixo orgânico para o Projeto Vida Limpa, 32 (80%) participaram pelo menos uma vez.

A avaliação dessa etapa inicial incluiu a distribuição de pesquisas entre as famílias participantes, entrevistas semi-estruturadas, e reuniões com as partes interessadas. A fim de avaliar a possibilidade de transferência do projeto, a pesquisa domiciliar mesmo que inicialmente realizada na área foi realizada em outro bairro enquanto a coleta regular de material sólido reciclável. Os resultados do projeto estão sendo analisados desde então.

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Categoria(s) do artigo:
Gestão Ambiental

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Comentários

  • ola! tenho um restaurante e produzo muito lixo organico gostaria de saber se vcs se interressa! obrigada!

    tereza raquel 8 de dezembro de 2013 1:18

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