Em evento em Abbey Mills, na estação de bombeamento em Stratford, leste de Londres, em 22 de março de 2007, o ministro do Meio Ambiente no Reino Unido, Ian Pearson anunciou ambicioso projeto para limpar o rio Tâmisa, na cidade de Londres.
Um túnel com trinta quilômetros de comprimento será construído ao lado do rio para interceptar esgoto e escoamento de águas pluviais que deságua no rio. O túnel seria derivação de águas residuais para uma instalação de tratamento em East London. Cerca de 52 milhões de metros cúbicos de fluxos de águas residuais correm o Tamisa a cada ano.
De acordo com a Declaração Parlamentar, as descargas que matam os peixes criar um maior perigo para a saúde aos usuários do rio e ao reduzir o apelo estético do Tamisa. “Londres é hoje mais povoada e conta com maior urbanização – como o aumento de áreas pavimentadas que tem levado de modo rápido o escoamento de águas pluviais e, infelizmente, aumenta e transborda quando acontecem tempestades no rio”, disse David Owens, da Thames Water, em um comunicado de imprensa.
Tire Suas Dúvidas
“Esgotos de Londres são uma das grandes maravilhas da engenharia da época vitoriana e ter servido a capital bem mais do que 150 anos”, continuou Owens. O túnel é projetado para custar um mínimo de dois bilhões de euros. De fato depois de construído será considerado o maior projeto na história da Grã-Bretanha.
O anúncio vem depois de seis anos de estudo detalhado. Especialistas como Thames Tideway e Thames Water desempenharam papel significativo em determinar uma solução. “Não chegamos a essa decisão em um vácuo”, disse Pearson. “Uma vasta gama de jogadores tem sido fundamental na obtenção dos recursos”. Futuros trabalhos sobre o plano, como projeto detalhado, planejamento e financiamento.
Pearson diz que o financiamento do projeto pressiona os contribuintes. “Isso implicará, inevitavelmente, em alguns custos extras para os clientes, mas irá entregar benefícios tangíveis para Londres no longo prazo”, disse Pearson.
Críticas Ao Projeto
Houve críticas das despesas projetadas. “Os custos serão cumpridos de modo integral por meio de aumento nas faturas dos consumidores”, disse David Bland, presidente do Conselho de Consumidores de Água, em uma entrevista à BBC.
Prosseguir com o túnel não apenas melhora a qualidade ambiental do rio Tâmisa, como também sugere que o governo ajude a satisfaça as obrigações europeias no tratamento de esgoto. O projeto está previsto para ser concluído até 2019/20.
Símbolo Britânico
O Tâmisa é um dos grandes rios da Grã-Bretanha. Ele divide o sudeste do país e é o segundo mais longo do Reino Unido, atrás apenas do Severn. Passa por várias grandes cidades no percurso de 215 milhas, incluindo Oxford, Reading e Londres. No passado sofreu problemas de poluição excessiva.
Odor de Londres: Durante o ‘Grande Fedor’ de 1858, tanto esgoto bruto como os resíduos de curtumes, matadouros e outras indústrias poluentes que fluíram para o Tamisa tornavam o cheiro ambiente insuportável.
Aqueles que podiam não pensaram duas vezes abandonar Londres e fugir para o campo. Membros do Parlamento na Câmara foram demitidos por causa do fedor colossal e um plano massivo de construção de esgoto e aterros foi iniciado. A água suja esteve desviada para longe da cidade a se juntar à jusante.
O grande fedor não se repetiu, mas o Tâmisa ficou poluído. Ele ainda era um rio de cães mortos, esgotos e sopa química. O salmão que era comum até os anos 1800 tinha desaparecido. Na prática eles não retornaram após o esgoto ser construído em 1833. De fato o poder público apenas mudou a jusante do problema.
Rio Tamisa
Os mercados de peixe de Londres fecharam ou foram fornecidos com os peixes da costa. Epidemias de cólera eram comuns e água contaminada foi culpada. Tentativas foram feitas de modo periódico para limpar o rio, mas nunca o suficiente para deter o declínio. Na Segunda Guerra Mundial a degradação foi quase completa! Não havia oxigênio suficiente na água para suportar a vida, mesmo se o peixe sobrevivesse à contaminação. Em trecho de trinta quilômetros entre Fulham e Tilbury era um rio morto.
A maré começou a virar em 1961. Na década de 60 subiu a consciência ambiental. Instalações de tratamento de esgoto foram ampliadas e melhoradas. Sérios esforços foram feitos para restringir a execução de efluentes industriais para o Tamisa.
Em 1974, apenas treze anos após o programa de melhorias da qualidade da água começar, um salmão foi encontrado nos inferiores da Tâmisa. Após da ausência de um século e meio eles voltaram! Esforços para limpar o rio continuam nos dias de hoje e mais de 100 espécies de peixes estão presentes no Tamisa, parte deles no curso inferior.
Embora ainda haja problemas com a vazão de esgoto e poluentes, o rio tem desfrutado sucesso extraordinário. Em apenas algumas décadas recebeu lama tóxica em movimento e transformou em uma vida, com respiração no curso de água e ecossistema de trabalho. Ainda há muito a ser feito, mas o exemplo mostra que nenhum rio está além da salvação se o poder público e privado está disposto a tentar junto com a população em geral.
Córrego Poluído em Londres
A Corporação da Cidade de Londres foi responsável pela gestão do rio até 1857, quando o Conservancy Thames foi estabelecido. Ambas as organizações se esforçam para conservar peixes e manter o rio claro para as embarcações.
Produtos químicos de indústrias como a do rio gasômetro e esgoto da população crescem de modo rápido em Londres, resultando em forte poluição do rio. Sempre foi a principal fonte de água potável.
Em 1581, rodas de água foram erguidas na London Bridge para fornecer água para a cidade. As primeiras companhias privadas de água do século XVIII usaram parte não tratada do rio para abastecer a crescente população. Na década de 1830, a poluição resultou em um surto de cólera nos ingleses por causa da carência de oxigênio, momento no qual despareceu número significativo de peixes.
No final da década de 1850, o fedor do rio era tão grande que os deputados foram obrigados a abandonar a Casa dos Comuns. O engenheiro Joseph Bazalgette projetou novo sistema de esgoto que desviaria quilômetros de esgoto da cidade a jusante.
Artigo Escrito por Renato Duarte Plantier
