Caça as Baleias na Coréia do Sul

As baleias são mamíferos pertencentes a ordem dos cetáceos. Possuem uma estrutura óssea interna semelhante à dos mamíferos terrestres. Suas nadadeiras são membros locomotores atrofiados, remanescentes do período em que seus antepassados eram quadrúpedes. A cauda é grande e constitui o principal órgão de deslocamento das baleias.

As narinas de uma baleia localizam-se no alto de sua cabeça quando sobe à superfície após a submersão prolongada expele, através dela, o ar quente e úmido dos pulmões, o qual se condensa em contato com a atmosfera formando uma coluna de gotículas de água.

Baleia Sendo Retirada do Mar

Baleia Sendo Retirada do Mar

A audição é o sentido mais importante das baleias. Sabe-se que produzem ao menos dois tipos de sons: os que intervêm em seu sistema de ecolocalização e as vocalizações.

Os sons de ecolocalização funcionam como uma espécie de sonar biológico, enquanto as vocalizações são as conhecidas canções das baleias, que parecem ser um meio de comunicação entre os membros da mesma espécie.

O corpo é coberto por uma camada de gordura que ajuda na flutuação do animal e a manter o calor. Essa gordura também funciona como meio para armazenar energia. A baleia pode viver 30 anos em média, porém já foi registrada uma baleia que chegou até os 50 anos.

http://www.youtube.com/watch?v=8SzDHv37CLQ

Caça as Baleias

A atividade de Caça às Baleias  que já foi tema de um dos grandes clássicos da literatura universal e é hoje condenada por ambientalistas do mundo todo, teve seu início por volta do século XII, na região da costa espanhola e francesa, próximo ao Golfo de Biscaia. Naquela época eram ainda usados botes e arpões manuais lançados pelos corajosos que se aventuravam na perigosa caçada ao grande monstro dos oceanos.

Se alimentar de carne de baleia fazia parte da cultura de muitos povos desde a antiguidade e constituíam uma importante fonte de alimento, uma vez que um único animal continha uma grande quantidade de carne, porém, a maioria desses povos se alimentava apenas de baleias que ficassem encalhadas na praia não sendo considerado, portanto, como caça.

Nos séculos XVIII e XIV a caça às baleias cresce rapidamente impulsionada pela comercialização do óleo que era usado em lamparinas no mundo todo. Com a invenção do arpão a explosão em 1868 (aquele que é lançado de canhões) e a utilização de navios fábrica, movidos a vapor, a partir de 1905, a caça as baleias tomaram proporções alarmantes. Agora qualquer tipo de baleia podia ser caçado para suprir o consumo cada vez maior de produtos feitos com óleo de baleia (até mesmo cosméticos). Espartilhos, guarda-chuvas e peças de montaria feitas com a queratina (tiras flexíveis na boca dos cetáceos que serve como aparelho filtrante), conhecida como “barba de baleia”, e até peças decorativas feitas de dentes de baleia eram só alguns dos produtos dessa indústria.

Em 1930 as maiores espécies de baleia (azul, fin, sei, jubarte e franca) já tinham praticamente desaparecido do Atlântico Norte. Na década de 40 ficou claro que a caça desenfreada estava colocando em risco todas as espécies de baleias e, claro, o mercado que dependia dela. Por isso, em 1946 foi reunida em Washington (EUA) uma comissão com representantes dos principais países envolvidos na caça às baleias (incluído o Brasil que só baniu a caça às baleias em 1987) durante a “International Whaling Convention” (Convenção Internacional Baleeira) e formada a “International Whaling Comission” (Comissão Internacional Baleeira – CIB) com o intuito de realizar pesquisas sobre as baleias e regulamentar a prática de caça.

Uma das medidas para tentar preservar as baleias foi a criação de Santuários no Oceano Índico (1970) e no Oceano Antártico (1994), porém sua criação deverá ser reavaliada pela CIB dentre de um prazo determinado. Em 1998 o Brasil propôs a criação do Santuário do Atlântico Sul à CIB, porém a sua criação ainda não foi aprovada devido ao lobby feito pelos países que ainda caçam as baleias e a discussão foi adiada para este ano (2009). Nestes locais a caça é proibida e a intenção é de que eles sejam estendidos para formar um grande santuário global para as baleias, banindo de vez a caça comercial desses animais e garantindo de vez a manutenção das espécies de baleias.

Na Coréia do Sul

A Coréia do Sul decidiu renunciar ao controverso projeto de regresso à caça à baleia, que indignou a comunidade internacional, afirma a agência sul-coreana Yonhap, que cita um alto responsável do governo.

“As negociações entre os ministérios estão concluídas de forma a abandonar o projeto de caça à baleia nas águas ao longo das costas” do país, declarou à Yonhap este alto responsável que pediu para não ser identificado.

“Mesmo sendo para investigações científicas, devemos estar conscientes que é um assunto delicado no estrangeiro e aqui”, adiantou o responsável.

Seul provocou a indignação dos defensores do ambiente ao anunciar no início de Julho o regresso em curto prazo das campanhas de caça à baleia ao longo das costas sul-coreanas, que esteve suspensa 26 anos.

Como o Japão, a Coréia do Sul justificou a decisão explicando que estas campanhas tinham como objetivo a “investigação científica”. Posteriormente a carne deveria ser consumida.

Atualmente, apenas três países caçam oficialmente baleias. O Japão por razões alegadamente científicas e a Noruega e a Islândia que não respeitam a proibição. A caça da baleia também é praticada e autorizada a vários povos indígenas em todo o mundo.

26 Anos Após a Suspensão

A caça comercial à baleia é proibida desde 1986 por uma moratória da Comissão Baleeira Internacional (CBI) que pretende garantir a recuperação destes cetáceos, ainda que alguns países tenham permissão para a chamada caça aborígene de subsistência – como acontece no Alasca e Sibéria, por exemplo. Mas só agora o Japão utiliza a situação de exceção prevista: fins científicos. E, ao contrário do que acontece com a caça aborígene, esta exceção não precisa de aprovação da CBI.

Muitos coreanos consideram a carne de baleia uma iguaria. Antes da moratória de 1986, Seul caçava 600 baleias por ano, segundo autoridades citadas pela Reuters. Ainda que a caça à baleia seja punível com penas de prisão e multa, existe carne disponível, a maioria de baleias-anãs apanhadas alegadamente por acidente nas redes de pesca ou que dão à costa.

As baleias-anãs que a Coréia do Sul pretendia caçar estão ameaçadas, diz a organização WWF (Fundo Mundial da Natureza), acrescentando que não há provas de que as baleias estejam a esgotar os stocks piscícolas e a ameaçar a atividade pesqueira no país.

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Categoria(s) do artigo:
Fauna

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