O Papagaio da Cara Roxa (Amazona brasiloiensis) é uma espécie de papagaio que teve origem nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. Contudo, a sua condição de espécie ameaçada tornou esse animal restrito ao sudeste do litoral de São Paulo e Paraná. Hoje em dia a espécie é uma das atrações do Parque Nacional de Superagüi.
Pesquisas empreendidas em relação a espécie concluíram que as populações estão estáveis no estado mesmo com o registro de algumas flutuações de população na última década. Os ninhos desse papagaio são feitos nos ocos das árvores mais altas, a preferência da espécie é pelas palmeiras. A maior concentração de espécies se dá nas regiões costeiras da Mata Atlântica.
Como é o Papagaio da Cara Roxa?
Em média essa espécie mede 36 cm de comprimento e tem a sua testa e loros vermelhos. O nome do mesmo se deve ao fato de que possui garganta e vértice arroxeados. A sua cabeça tem os lados azuis e a sua cauda tem a ponta amarelo-esverdeada com uma faixa subterminal vermelha. Existe a ameaça de extinção.
Resistência
A espécie de Papagaio da Cara Roxa está ameaçada de extinção e para verificar quantos espécimes ainda estão na natureza a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) realiza uma pesquisa de campo. Os pesquisadores vão a campo durante 3 dias com o objetivo de contar o maior número possível de indivíduos no litoral de São Paulo e Paraná.
Na última pesquisa foram contados mais de 7 mil papagaios, o que demonstra que mesmo sob ameaça a espécie resiste. Esse censo é realizado desde 2003 no estado do Paraná e desde 2013 em São Paulo.
Como o Censo é Feito
A mecânica consiste em levar os pesquisadores voluntários para fazer visitas aos dormitórios coletivos dos papagaios, os locais em que os indivíduos se concentram durante a noite. Os voluntários, pesquisadores e estudantes, são colocados em pontos estratégicos nos quais fazem a contabilização dos indivíduos.
Essa contabilização se dá nos momentos em que os indivíduos se deslocam entre os dormitórios e os locais de alimentação. Em geral os animais se deslocam durante o amanhecer e ao entardecer. Para garantir mais assertividade a contagem é repetida quatro vezes em cada dormitório.
Resultados
No último censo realizado foram contabilizados 7.451 papagaios. No litoral paranaense estavam 5.959 espécimes distribuídos em seis dormitórios, isso é cerca de 800 papagaios a mais do que a contabilização do ano anterior em que foram contados 5.160.
No litoral paulista a população teve um crescimento de 62% de um ano para o outro, de 926 foi para 1.492. Os sete dormitórios visitados se concentram em regiões como Itanhaém, Ilha do Cardoso, Ilha Comprida e Cananeia. Contudo, mesmo com esse aumento populacional a SPVS alerta que é necessário se manter cauteloso.
Crescimento
Para que o aumento seja considerado realmente estável é necessário que se repita por dois anos consecutivos. Porém, é importante destacar que o fato de a população não ter diminuído indica que os esforços que tem sido realizados com o objetivo de conservar esse papagaio tem dado algum resultado.
A área que concentra a maior quantidade de espécimes do papagaio da cara roxa está no litoral do Paraná, consiste nas unidades de conservação. Dentre elas podemos destacar o Parque Nacional de Superagui localizado em Guaraqueçaba e a Estação Ecológica Ilha do Mel localizada em Paranaguá. No total foram 4 mil indivíduos registrados nessas unidades, isso representa cerca de 70% da população toda de papagaios da cara roxa.
Falta de Registro
No último censo realizado a única região onde não se observou nenhum espécime foi Guaratuba, no Paraná. Uma explicação para esse fato é que a região passou por alterações e a espécie foi alvo de captura. Outra área em que se tem buscado indivíduos da espécie sem sucesso é o litoral de Santa Catarina.
Essa área é uma em que a espécie poderia ocorrer, no entanto, desde 2011 que não se tem registros. Pode ser que a redução de áreas com registros de presença da ave se deva a alteração do habitat. A espécie não está se desenvolvendo em locais em que o seu habitat foi modificado. O papagaio da cara roxa existe somente na Mata Atlântica e acredita-se que até o momento a população dessa ave deve ser de algo em torno de 8 mil indivíduos. Uma espécie classificada como vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Destruição do Habitat
O grande motivo da redução da população de papagaios da cara roxa é realmente a destruição da Mata Atlântica. A espécie é endêmica da região que percorre o litoral de São Paulo até o litoral de Santa Catarina. Conforme o espaço vai sendo destruído a ave reduz a área ocupada. Mesmo com o crescimento monitorado da espécie ainda se percebe que não se pode comemorar já que ainda não há estabilidade.
O projeto de verificação das quantidades de espécimes tem sido desenvolvido com o objetivo de manter o alerta ligado em relação a possível extinção desse papagaio. Trata-se de uma ave muita bonita e que merece a nossa atenção do que diz respeito a sua preservação. Manter o habitat desse papagaio intocado é de grande importância para que as aves continuem se reproduzindo.
https://www.youtube.com/watch?v=cuXfp3eXT8oBiodiversidade
O Papagaio da Cara Roxa faz parte da grande biodiversidade que compõem a Mata Atlântica brasileira. Um papagaio que se destaca por sua peculiar aparência e beleza e que tem sido fortemente ameaçada com o passar dos anos. Todos os anos o censo é realizado com o objetivo de verificar se houve o aumento da quantidade de papagaios e se eles voltaram a aparecer em locais em que antes eram abundantes e que agora não tem nem um espécime para contar a história.
A biodiversidade de papagaios do Brasil é impressionante e essa espécie é apenas uma das que merece a nossa atenção para ser preservada e mantida a salvo. A Mata Atlântica também deve estar no centro das nossas preocupações, pois com a sua preservação a espécie poderá voltar a existir em grande quantidade.