As notícias em relação ao mal que a humanidade está fazendo para o meio ambiente foram tantas em 2014. Na verdade, o que se viu nos noticiários foi parte da tragédia anunciada, caso os homens não mudem imediatamente os seus hábitos.
Um exemplo, do que estamos fazendo de errado, isto é, uma consequência, foi o degelo na Groenlândia e Antártida. Infelizmente, a notícia de 2014 é que esse fenômeno dobrou nos últimos 5 anos, revelou uma pesquisa.
Resultados dos Estudos Sobre a Groenlândia e Antártida
O que se observou, segundo estudos que foram revelados em meados de 2014, é que de 2009 até 2014, as duas principais capas de gelo do planeta, Groenlândia e Antártida, tiveram uma significativa redução de gelo. A conclusão foi possível graças ao uso de um satélite europeu que coletou as imagens que foram analisadas por um grupo de estudiosos.
CryoSat é o nome do satélite que trouxe a má notícia, segundo as análises a Groenlândia por ano está perdendo cerca de 375 km cúbios de gelo. Quando é feita a soma dessa perda mais aquela da segunda principal capa de gelo do planeta, a Antártida, esse número passa para perda anual de 500 km cúbicos.
O que na prática significa que se as duas maiores capas de gelo do planeta estão derretendo, automaticamente elas estão contribuindo para que os oceanos elevem o seu nível de água, neste caso, desde 2009, a quantidade dobrou.
Sobre os Cálculos de Elevação do Nível dos Mares
Segundo a revista científica que deu detalhes sobre o estudo, a “The Cryosphere”, não é possível, porém, calcular de quanto o degelo aumentou o volume do nível de água dos mares. Porém, considerando que todo o volume de degelo foi para o mar, podemos afirmar que ele fez uma grande diferença nesse aumento do volume de água. Lembrando que parte do degelo que chega ao mar é neve, porém, uma parcela bem pequena. O que levaria a crer, usando esses detalhes como base para o cálculo, que a contribuição foi anual de um milímetro.
O CryoSat, o satélite usado para obter essas informações, foi lançado em 2010 com um importante adicional, um aparelho sofisticado capaz de medir as formas das camadas de gelo. A Agência Espacial Europeia foi a responsável por lançá-lo ao espaço.
Com a volta do satélite e as fotos que ele colheu, o grupo liderado pelo cientista Veit Helm, do IAW, ficou analisando por quase dois anos o material e daí criou-se um modelo de elevação digital, também chamado de MED. Foi feito para avaliar a situação e como ela caminhava da Groenlândia e da Antártida.
O MED criado por esse importante grupo de cientistas, incorporou um modelo que inclui 14 milhões de medidas de altura que se referem a Groenlândia e no caso da Antártida, foram 200 milhões.
As Comparações de Resultados do Degelo nas Regiões
Os dados que foram coletados pelo satélite CryoSat lançado pela Agência Espacial Europeia foram comparados com dados parecidos, porém, coletados por uma outra agência, a Espacial Americana, Nasa. A base de dados dos americanos era referente aos anos de 2003 e 2009. Com esses números foi possível fazer um cálculo mais exato das mudanças de volume de gelo. A comparação entre as duas foi mais eficaz do que seria usar somente os dados do CryoSat.
São consideradas tendências negativas nos estudos, o que resulta de degelo, porém, é considerado tendência positiva tudo o que é nevasca ou consequência de precipitações.
O que podemos afirmar com base nos estudos é que a Groenlândia nunca teve uma redução na elevação tão grande como nos últimos 5 anos. Anualmente, ele vem perdendo neste período, 375 km cúbicos. A grande parte dessa perda está localiza nas costas sudeste e oeste da ilha.
Outro derretimento, que segundo os cientistas deve ser encarado como significativo é o na Corrente de Gelo Nordeste da Groenlândia.
O Nordeste da Groenlândia é formado por três glaciares e o que se observou nos estudos é que um deles recuou de forma acentuada, o chamado Zachariae Isstrom, dando para observar que parte do volume foi perdido. Para piorar, a mesma perda de volume já pode ser observada em outra áreas maiores, que estão com a localização mais para o interior da capa de gelo.
Sobre o Degelo na Antártida
A perda anualmente da Antártida, isto é, o degelo, é de cerca de 128 km cúbicos. A grande parte desse degelo vai para o lado oeste do continente. O lugar que conhecemos como Baía do Mar de Amundsen é quem recebe a maior parte do resultado desse degelo da Antártida.
Com isso, o que os cientistas puderam constatar é que grandes glaciares daquela área estão perdendo espessura e recuando, e mais, esse processo acontece em alta velocidade.
A única boa notícia nessa avaliação da Antártida é que se de um lado se perde gelo, do outro há ganhos de espessura, em várias áreas. Um exemplo, de um lugar com ganhos é na área chamada de Dronning Maud Land. Naquela localizada foram registradas grandes nevascas. Porém, a não tão boa notícia assim, é que segundo os cientistas, o fato de ganhar nestes locais não compensa o que foi perdido em outros lugares.
Além dos americanos, um grupo de cientistas do Reino Unido fizeram o seu próprio método de medição, o seu próprio MED. Eles fizeram o sistema, porém aplicando outro tipo de algoritmo e com base nos dados do CryoSat. Mesmo fazendo a troca de métodos, o resultado que conseguiram sobre o degelo foi bem próximo aquele do IAW.
O mesmo fizeram os alemãs, experimentaram fazer a medição usando o mesmo método em Antártida que foi aplicado na Groenlândia. Eles queriam comparar as duas maiores capas de gelo do planeta.
O resultado foi que quando compararam as duas maiores capas de gelo, Groenlândia e Antártida, a conclusão foi exatamente igual aquela conseguida pela missão dos Estados Unidos, Grace. Esse grupo de estudos há anos vem monitorando as mudanças nas regiões polares.
Os estudos da Grace são feitos com um tipo de satálite diferente daquele usado pelos europeus, observando em primeiro lugar, o quanto de gelo, volume, está sendo despejado no mar a cada ano.