Como a Água Chega aos Rios?

Como a Água Chega aos Rios?

Os rios são corpos hídricos de extrema importância para os seres humanos e para toda a biosfera. Diversas comunidades ao redor do mundo, dependem deste curso d’água para várias finalidades, tais como: alimentação, transporte, higiene, trabalho, energia, dentre outros.

Além disso, animais de pequeno e grande porte necessitam das águas ribeirinhas para sua manutenção orgânica.

A interferência humana tem sido decisiva para a degradação dos rios. Muitas atividades industriais contribuem para a qualidade e quantidade de águas nestes mananciais.  Despejos irregulares de rejeitos são responsáveis pela baixa qualidade das águas doces, com comprometimentos consideráveis para saúde humana e ambiental.

Paralelamente, o aumento populacional participa com o incremento de quantidades expressivas de esgoto, que são despejadas diariamente nos rios, em regiões que não possuem tratamento.

Rio

Rio

A alimentação e o volume de água dos rios estão diretamente correlacionados com o ciclo biogeoquímico desta, e o ser humano tem interferência direta na dinâmica deste processo.

O ciclo da água pode ser descrito com uma série de fatores físico-químicos correlacionados, que permitem a plena circulação da água pelo planeta, levando-se em consideração que a quantidade deste recurso mineral não aumenta, nem diminui, apenas sofre transformações.

O ciclo da água é dinâmico, e nele, ocorre a mudança nos estados físicos desta substância química, intermediado, principalmente, pela energia solar e pela ação das forças gravitacionais.  Vale lembrar que os estados físicos da água são: o sólido, o líquido e o gasoso (ou vapor).

O ciclo também é dependente da geografia local, sofrendo influência de fatores, como: pressão, temperatura, tipo de solo, altitude, cobertura vegetal.

O regime alterado de chuvas e secas decorrentes do aquecimento global, através da queima de combustíveis fósseis, queimadas, desflorestamento, e outras interferências humanas têm modificado muito o panorama de algumas regiões, contribuindo para a alteração de diversas paisagens naturais, incluindo os rios.

Processos do Ciclo Biogeoquímico da Água

Os processos mais significativos envolvidos no ciclo da água são: evaporação, condensação, precipitação, transpiração e infiltração.

Na evaporação, a água contida na superfície terrestre (mares, solo, lagos, rios) passa para o estado de vapor, principalmente, pela incidência de raios solares. Através das correntes de vento, o vapor d’água atinge camadas superiores da atmosfera, onde a temperatura é mais baixa em relação ao solo.

Acrescenta-se a isso, que os vegetais também contribuem para o ciclo da água, uma vez que a eliminam em forma de vapor ou líquida, através do processo denominado transpiração.

Na eliminação gasosa, os vegetais são auxiliados pelos estômatos, que são estruturas responsáveis pelas trocas gasosas. E a eliminação da água em seu estado líquido é realizada através de um processo denominado gutação.  E podem também eliminar água através da decomposição.

Quando o vapor d’água atinge determinada altitude, ocorre o processo de condensação. Nesta etapa, a água passa do estado de vapor para o sólido e, o resultado é a formação de aglomerados de gotas de água, denominados de nuvens.

Uma vez acumulada nas nuvens, a água volta à superfície terrestre através das chuvas, no processo conhecido como precipitação. Dependendo da temperatura local, a precipitação pode ocorrer na forma de neve ou granizo.

Quando a água retorna, os caminhos são diversos, e dependem das condições climáticas e geográficas de uma determinada região, podendo novamente incidir sobre os corpos hídricos; infiltrar no solo até camadas mais profundas; escoar pelo solo e novamente evaporar, ou ainda, se fixar na vegetação.

Há determinados tipos de solos que possuem as condições ideais para permitir a infiltração da água, e o posterior armazenamento no lençol freático. A água percorre por camadas profundas, formadas por rochas impermeáveis irregulares, que permitem a sua mobilidade no subsolo.

Esta água subterrânea represada pode aflorar à superfície, como uma forma de descarga, formando as denominadas “minas d’água” (ou fontes), que escoam por relevos irregulares, e dão origem aos rios.

Todavia, a maioria dos rios é formada pela ação das chuvas, através do escoamento pelo solo. A água que cai em regiões mais elevadas percorrem caminhos diferenciais, se transformando em pequenos filetes, que uma vez unidos dão origem aos riachos e, a associação destes, aos rios.

Há ainda, rios que são formados pelo derretimento de geleiras.

Classificação dos Rios

Os rios podem ser classificados quanto à quantidade de água (ou escoamento), quanto à qualidade (presença de minerais, rochas, sedimentos) e, quanto à forma de relevo.

A quantidade de água presente em um rio é dependente da geografia local, do regime pluvial e dos impactos ocasionados pela interferência humana. Desta forma, o volume de água durante o ano não é uniforme.

A maioria dos rios do planeta é denominada perene, ou seja, que não sofrem variações de volume durante todo o ano. Já os rios efêmeros, são formados unicamente pela ação das chuvas, que escoam pela superfície e suprem a sua foz. Em épocas de seca, a água evapora por completo.

E os rios chamados de intermitentes ou temporários são aqueles que são afetados pela seca em uma determinada época do ano, fazendo com que a água seque de maneira igual.

No que se refere à qualidade das águas, os rios são classificados em:

  • Rios de águas claras, que são aqueles que possuem águas com poucos sedimentos e sólidos suspensos, o quê propicia uma água límpida. São também denominados de “rios azuis”;
  • Rios de águas brancas, que possuem coloração leitosa em função da quantidade de minerais suspensos, como cálcio e magnésio, e com quantidade de sedimentos rochosos significativos, como calcário, por exemplo;
  • Rios de águas pretas, que possuem abundância de matéria orgânica, e sedimentos pigmentados, que propiciam a coloração escura.

Quanto à forma de relevo, os rios podem ser classificados em dois tipos: de planalto e de planície. Os rios de planalto são aqueles, cuja água percorre depressões acentuadas devido ao relevo, até atingir sua foz, o que proporciona um fluxo mais intenso.

Este regime de velocidade e intensidade da queda d’água é considerado ideal para geração de energia e para a prática de esportes radicais.

Inversamente, os rios de planície são mais regulares, não possuindo alterações de fluxo consideráveis entre a nascente e a foz, sendo mais propícios para o transporte, pois não possuem oscilações que causem impactos nas embarcações.

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Categoria(s) do artigo:
Natureza

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