Sociobiodiversidade tem relação com os serviços e bens gerados em consequência dos recursos naturais extraídos da floresta. O termo traz a concentração de cadeias produtivas formadas pelo interesse de comunidades tradicionais dependentes das produções em grandes áreas vegetativas. No Brasil as leis dizem que o governo Federal deve implantar ações que são voltadas para a produção de produtos sustentáveis.
Objetivos Da Biodiversidade: Planos De Ação
O PNPSB (Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade) foi implantação do governo Lula no ano de 2009. A abordagem sistêmica acontece de maneira participativa e descentralizada. Sobre planos específicos que visa subsidiar os arranjos produtivos no país, na concepção de que somente desta maneira as cadeias produtivas funcionam correspondendo aos anseios sustentáveis e sociais das regiões. O Caderno Técnico e o Guia para a Promoção de Produtos da Sociobiodiversidade sita três funções principais do PNPSB:
- Segurança alimentar de povos, comunidades tradicionais e agricultores familiares;
- Agregação de valor socioambiental;
- Geração de renda.
A secretária da agricultura familiar afirma que o Brasil está no grupo de nações que juntas possuem setenta por cento de toda a biodiversidade do planeta. A natureza exuberante está situada em locais com biomas singulares: Pampa, zona costeira marinha, mata-atlântica, caatinga, pantanal, cerrado e Amazônia.
Toda a respectiva riqueza biológica tem relação direta com a diversidade sociocultural representada por mais de duzentas tribos indígenas, sem contar com as inúmeras populações de etnias diferentes, como os agricultores familiares, pescadores, extrativistas e quilombolas. As populações precisam aprimorar suas técnicas de manejo para que a biodiversidade fique preservada.
Economia Verde e Piso De Proteção Ambiental Estimula a Sociobiodiversidade
No evento Rio Verde, em 2012, a ministra Tereza Campello abriu o painel, dizendo que o fato da erradicação da pobreza foi reconhecido como destaque no texto aprovado pela Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +20). “A agenda social está ocupando o espaço que merece. Temos que trabalhar alinhar nossas ações nas áreas social, ambiental e econômico. A grande novidade da Conferência Rio +20 é ser capaz de discutir integração social e meio ambiente em conjunto”, disse a ministra.
A ministra destacou o Piso de Proteção Socioambiental, proposta brasileira inspirada no “Green Grant” (Bolsa Verde), que foi incluído no documento final da Conferência Rio +20. O programa Bolsa Verde faz o pagamento do benefício condicionado às atividades sustentáveis a serem realizadas pelos habitantes extremamente pobres de reservas e áreas de assentamento.
Tereza Campello lembrou que o programa Bolsa Família é plataforma que serve para a inclusão de pessoas em uma ampla rede de proteção social. Ela informou que desde o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quase dezoito milhões de pessoas encontraram obtido emprego formal.
O ministro criticou os empresários que fazem “doações pontuais e transitórias” e que não trazem compromisso ao longo prazo, incluindo a agenda socioambiental em suas estratégias de sustentabilidade. “Nós não queremos receber favores, mas sim oportunidades. Nós precisamos de parcerias da criação de empresas”.
Programa Rede Brasil Rural e Desenvolvimento Da Sociobiodiversidade
Ela também falou sobre a Rede Brasil Rural, plataforma virtual que integra soluções inovadoras para a organização de arranjos produtivos no segmento da agricultura familiar, com o objetivo de organizar a cadeira de produtos da agricultura, desde o processo de produção (antes e dentro da fazenda) até o mercado de consumo (fora da fazenda).
Muitas das iniciativas mencionadas pela ministra não são conhecidos pela comunidade internacional, nem pelos próprios brasileiros, o que de certa forma seria importante para dar maior publicidade às ações que promovem a integração social de milhões de brasileiros, resultando em impacto positivo na economia do país.
Natura e Sociobiodiversidade
José Renato Cagnon, gerente da Natura no Pará, falou no Rio Verde 2012 sobre o desafio de trabalhar na região amazônica, visto que existem dificuldades logísticas enormes. A Natura atua na região há quase uma década.
De acordo com Gagnon, as cadeias de produtos no Pará com que a Natura trabalham para beneficiar cerca de 1.500 famílias organizadas em 13 cooperativas de produção. Interessante notar que desde 2007 a Natura tem parceria com seis cooperativas de produtores de cacau na região amazônica.
José Renato lembrou que o cacau produzido na margem da rodovia Transamazônica foi de má qualidade há anos, e agora ele vem de seis cooperativas que oferecem certificação orgânica de cacau.
Desmatamento: Reveses Na Sociobiodiversidade Em Nível Mundial
De acordo com o FAO (FOOD AND AGRICULTURE E ORGANIZATION), no ano de 2006 o desmatamento mundial de zonas tropicais foi de quase treze milhões de hectares, média que se equivale ao tamanho do Peru. Além da diminuição de danos que as emissões dos gases lançam na atmosfera, as preservações de florestas geram impactos positivos na biodiversidade e formas de conservar os recursos hídricos. Floresta em pé também tem relação direta com o clima.
Segundo os dados relacionados com o IPCC do ano de 2007, as emissões proporcionadas com o desmatamento dos anos noventa do século XX são equivalentes a vinte por cento do total feito ao longo dos últimos séculos. Da época dos primeiros anos da revolução industrial até meados do século XX, o mundo não estava preocupado em níveis qualificados com relação aos efeitos que a diminuição das florestas tropicais podem causar no meio ambiente e biodiversidade global.
As Florestas são responsáveis por absorver parte dos raios solares que iluminam a terra e por consequência trazem diminuição das sensações térmicas. De acordo com o GCP, quase quinze por centro do planeta Terra está composto por florestas tropicais. Segundo os dados do estudo intitulado “Planeta Vivo – 2010”, publicado pela WWF Global, o planeta terra perdeu trinta por cento da biodiversidade global em menos de quatro décadas.
Importante frisar que nos países tropicais aconteceram os maiores registros de queda: Sessenta por cento de flora e fauna original. O diretor da WWF Global, Jim Leape, diz que os países pobres e tropicais perdem em biodiversidade com velocidade muito alta. O estudo conta com apoio do IPV (Índice Planeta Vivo), que analisa a saúde de quase oito mil populações e três mil espécies desde o ano de 1970.
Artigo escrito por Renato Duarte Plantier
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