O nosso planeta foi formado a aproximadamente 4,6 bilhões de anos atrás. Ou seja, uma escala de tempo que não conseguimos nem sequer pensar. E, durante milhares e milhares de anos, a Terra passou por diversas transformações que foram moldando a sua superfície, algo que pode ser visto em todos os cantos, com suas singularidades no relevo.
Isso se dá basicamente por conta de todos os eventos físicos que a Terra passou desde a sua origem até os dias de hoje. Sabemos que a explosão que originou o Sol também foi responsável por ejetar uma grande quantidade de material para o interior do sistema, sendo que esses materiais se condensaram e foram os responsáveis por formar todos os planetas e diversos outros corpos celestes presentes em nosso sistema solar.
A nossa Terra é uma parte dessa explosão, tendo sido durante muito tempo um objeto incandescente que foi, aos poucos, sendo esfriado pelos milhares de cometas que colidiram com a sua superfície ao logo dos milênios, principalmente os carregados com água, o que possibilitou também a chegada do recurso até o nosso planeta.
Além de todos esses eventos terem moldado a superfície do planeta, um outro motivo também o faz até os dias de hoje: a movimentação do magma embaixo da crosta terrestre, que faz com que os continentes se movimentem e, também, ajuda a alterar o relevo de certos locais.
E, como estamos falando do relevo terrestre, iremos mostrar um pouco mais sobre uma cordilheira que se estende pela Europa: Os Alpes. Aqui você vai conhecer um pouco mais sobre a sua história e como a população europeia a enxerga em termos naturais e econômicos. Vamos lá?
Os Alpes
Os alpes são a maior cordilheira de montanhas que existe na Europa. Isso se dá porque ela se estende quase que por toda a Europa, abrangendo diversos países diferentes. Além de ser a mais extensa que está no continente europeu, os Alpes também são os que detém as maiores alturas se comparadas com as demais cadeias de montanhas europeias. O cume dos Alpes está localizado no Monte Branco, tendo 4810, 45 metros de altitude, estando situado na fronteira franco-italiana, porém isso não é sabido exatamente, visto que o consenso de limite fronteiriço entre as duas nações nunca foi um consenso geral.
Engana-se quem pensa que os Alpes tem uma função apenas decorativa na paisagem europeia: o maciço de montanhas contribui para a alteração climática, nos quais os níveis de chuva, principalmente nos locais montanhosos variam de região para região. Fora que as montanhas também delimitaram diversas zonas climáticas na Europa, nos quais os seus comportamentos são distintos.
Como todo e qualquer patrimônio natural da Humanidade, os Alpes contam com uma organização que é responsável pela sua proteção e, também, para a defesa dos seus interesses, com o nome de “Convenção Alpina”.
Estima-se que os Alpes tenham a totalidade de 190.959 mil quilômetros quadrados, passando pelos países da Itália, Áustria, Suíça, França, Alemanha, Eslovênia e dois outro microestados europeus, que é o caso de Mônaco e Liechtenstein.
Antigamente, os Alpes costumavam ser divididos em Alpes Ocidentais, Alpes Centrais e Alpes Orientais. Contudo, essa denominação ficou bastante obsoleta, nos qual a proposta SOIUSA, que nada mais é do que Subdivisão Orográfica Internacional Unificada do Sistema Alpino, veio para substituir essa obsoleta denominação, de forma a fazer com que as pessoas pudessem melhor localizar os pontos de interesse do maciço.
De acordo com dados levantados em 2001, a população europeia que vivia nos Alpes atingiu a marca de 12.295.000 pessoas. As duas maiores cidades que estão incrustadas no maciço são Grenoble, na França, nos quais em sua área urbana vivem mais de meio milhão de pessoas e a austríaca Innbrusck, com 125 mil habitantes, cidades essas que levam as alcunhas de “capitais dos Alpes”.
Grenoble
Por conta das barreiras que existem entre as montanhas, o vento leva o ar quente das regiões mais baixas até uma zona onde essas regiões são mais altas, fazendo com que o seu volume seja expandido e, por consequência, tenha calor perdido. Dessa forma, o fenômeno acaba por ser acompanhado de uma precipitação que pode ser ou chuva ou neve. Como já adiantado antes, a cordilheira acaba por causar mudanças profundas no clima da Europa. Mas isso é ainda mais acentuado pelo fato de a cordilheira estar localizada justamente no meio do continente, de forma que essas sazonalidades fiquem ainda mais evidentes.
Existem duas características primordiais do clima nos Alpes que são os seguintes:
- A umidade relativa do ar é bastante alta na parte do maciço onde o vento bate, podendo ser registrado médias de 80 a 90% de umidade. Porém, nos locais onde o vento não sopra, a umidade cai vertiginosamente, atingindo médias que não passam de 40%.
- Nos Alpes, a presença de gelo é constante durante todo o ano, tendo o ar rarefeito e, por consequência, temperaturas muito baixas. Por causa dessas condições climáticas, praticamente não há vida vegetal nem animal vivendo no maciço.
Como os Alpes Foram Formados?
De acordo com estudiosos da área, o maciço foi erguido depois que existiu pressão sobre os sedimentos localizados na bacia do mar de Tétis, ao mesmo tempo que seus estratos cenozoico e mesozoico foram sendo empurrados, nos quais acabaram se encontrando com a estabilizada massa euroasiática por meio da massa africana, que estava se dirigindo à região norte. Durante esse período, era frequente o deslizamento entre uma placa e outra e, também, quebras sentidas entre essas placas.
Toda pessoa que se depara com os Alpes enxerga todo um cenário que foi originado a partir de uma glaciação que ocorreu há dois milhões de anos. Eles ainda estimam que foi preciso, pelo menos, cinco eras glaciais para que o cenário chegasse ao que é hoje, já que isso pode explicar a formação de diversos lagos pelo maciço, bem como, também, o arredondamento de diversas colinas, cuja ação só pode ser explicada pelo acúmulo de gelo.
O que os cientistas perceberam também é que as geleiras presentes nos Alpes recuaram e muito de 10 mil anos para agora. Acredita-se que, com o fim da última era glacial que os Alpes passaram o clima se alterou de uma forma tão rápida e inesperada que as geleiras passaram, então, a recuar para as montanhas, num período relativamente curto de 200 a 300 anos.
Como É o Turismo nos Alpes
Uma das características dos Alpes é ele ser popular tanto no inverno quanto no verão, sendo uma fonte de renda permanente para as estações que se aproveitam do ambiente propiciado pelo maciço. Os esportes que são muito requisitados por lá são o snowboard, o esqui alpino, o esqui nórdico, além dos tradicionais passeios de esqui. Tais esportes podem ser praticados nas regiões alpinas preferencialmente entre os meses de Abril a Dezembro. No caso do verão, os esportes que são os mais praticados são o ciclismo de montanha, a caminhada, alpinismo e voos de parapente. Os lagos alpinos também não ficam de fora, atraindo uma grande quantidade de velejadores, nadadores e até mesmo surfistas. Um evento que causa muita repercussão nos Alpes e na Europa como um todo é a Tour de France, que é uma corrida de bicicleta que dura incríveis três semanas, sendo realizada tradicionalmente no mês de julho de cada ano.
Turismo nos Alpes
Para a melhor comodidade de quem vai visitar o maciço, as partes mais baixas dos Alpes são bem recepcionadas com auto estradas de dar inveja. Porém, os visitantes devem se preparar para possíveis imprevistos em relação às estradas mais altas, pois sempre há o risco de avalanches e demais problemas que impedem a circulação das pessoas e dos carros. No inverno principalmente, onde vários caminhos acabam por ser interditados por conta dos riscos. Porém, isso não afeta o turismo alpino, que recebe anualmente 50 milhões de turistas, entre europeus e diversos outras pessoas dos mais variados lugares do mundo. O fato é que os cenários proporcionados pelos Alpes são de cair o queixo.
