A água é, de longe, o elemento natural mais importante para a nossa vida, não é mesmo? Pois bem. Ela, de acordo com cientistas, têm origem diretamente do espaço, quando diversos tipos de astros atingiram o planeta Terra, quando este ainda estava no “começo” de sua vida, por conta de instabilidades do próprio Sistema Solar, que “puxou” esses objetos gelados para o interior do Sistema, entrando em rota de colisão direto com a Terra.
Dessa maneira, o nosso planeta, que era uma bola de fogo, foi tendo sua temperatura diminuída aos poucos, a ponto de fazer com que a superfície se solidificasse, uma atmosfera fosse criada e, dessa maneira, a presença de água líquida fosse permitida e, a partir daí, a vida tivesse condições de se manter.
E, desde então, a água que se originou no planeta há milhares de anos atrás é a mesma que utilizamos para fazer todos os nossos afazeres. É a mesma água, por exemplo, que a indústria utiliza excessivamente em suas ações. A mesma que o agronegócio utiliza e por aí vai.
Só que muito se têm discutido sobre o destino que muitos estão dando a esse recurso que é tão importante para a manutenção da vida na Terra. Várias campanhas visando o uso mais consciente desse recurso já fazem parte do cotidiano da humanidade há muito tempo. E, hoje, o que temos são diversos locais que sofrem com a falta desse recurso, principalmente países da África.
Talvez, o episódio mais sério que o Brasil tenha passado nos tempos recentes foi a grande estiagem do Sudeste, que começou em 2010 e teve o seu ponto mais crítico em 2014, onde a cidade de São Paulo sofreu com o desabastecimento, causando diversos transtornos à população.
Isso serviu de alerta para as pessoas como uma forma de olhar para o problema da falta de água com mais realismo. Mas não adianta conscientizar somente a população: a indústria, que também utiliza grande quantidade de água em suas atividades, também devem ser cobradas com uma resposta mais rápida sobre a preservação desse valioso recurso.
A principal fonte de captação das águas é feita justamente de rios. Dessa maneira, para que a água seja utilizada, é necessário todo um tratamento que é realizado pelas companhias de águas de cada estado, em sua maioria estatais. Mas, e quanto a água utiliza retorna para o rio, como é feito o tratamento para que a água possa voltar límpida? É o que iremos mostrar nesse artigo.
Como É Feito o Tratamento de Esgoto?
Como já se pode imaginar, o tratamento de água do esgoto é muito importante para que o rio não venha a perder a sua vida aquática, incluindo os peixes e as plantas. Assim que a água tratada é utilizada nas casas ou na indústria, essa segue para o encanamento do prédio, indo diretamente para a central de coleta de esgoto da rua onde a construção se localiza.
Vale a pena lembrar que os rios são lotados de bactérias que conseguem decompor o material orgânico presente nele. Portanto, ele consegue dar conta de muita sujeira e, dessa maneira, se manter mais limpo. O processo de tratamento de esgoto vem para poder deixar esse processo natural muito mais fácil de se fazer. Podemos citar como exemplo o rio Tietê, em São Paulo, que talvez seja o maior exemplo de como, mesmo totalmente poluído, ainda consegue ter bactérias para dar conta de parte das 200 toneladas de esgoto que são despejados dentro dele todos os dias.
Passo 1
Estação de Tratamento de Esgoto
Depois que a água chega até a estação de tratamento, o primeiro passo que ela precisa sofrer é, justamente, tirar toda aquela sujeira que pode ser vista a olho nu, ou seja, de um simples grampo a até mesmo uma televisão – infelizmente, isso acontece com frequência- para deixar a água mais “visível” e poder passar para a segunda parte do tratamento. Para que isso seja alcançado, existem duas linhas de grade, tendo a primeira cerca de 10 centímetros de espaço entre uma e outra e a segunda, por sua vez, tendo espaço de 2 centímetros entre si. A primeira serve para barrar coisas maiores, como televisores, geladeiras e também garrafas pet. Já a segunda linha tem como obrigação barrar fios de cabelo, garrafas de refrigerantes pequenas, enfim. Coisas menores que tenham passado pela primeira contenção.
Passo 2
Em seguida, a água é passada para o processo chamado de desarenação, onde o objetivo é retirar a areia e a terra que porventura estejam presentes na água. Funciona da seguinte forma: na parte funda de uma grande caixa, um tubo expele ar na água, fazendo com que os sedimentos em suspensão vão para o fundo em um grande espiral. Além de higienizar a água, esse processo tem como objetivo evitar atrito das partículas com as bombas que farão a sucção para o tratamento, evitando estragos e prejuízos.
Passo 3
Mas a água não está limpa depois de passar por esse processo: ainda há o problema de sujeiras mais densas, como é o caso das fezes. Por causa de ser denso, geralmente se acumulam no fundo dos recipientes. Por conta disso, uma grande pá, no fundo do tanque, se move lentamente, fazendo com que essa sujeira seja levada para uma espécie de ralo. Esse lodo que foi “varrido” segue para um outro sistema onde é tratado, podendo virar a partir daí adubo ou ser utilizado para a geração de energia.
Passo 4
Logo depois, a água vai para um sistema de areação, onde bactérias famintas esperam para poder consumir tudo aquilo orgânico que ainda resta na água. Dessa forma, para ajudar ainda mais a abrir o apetite das bactérias, um tubo injeta microbolhas de ar dentro da água.
Passo 5
Essa água que sai do sistema de areação já está praticamente limpa, porém ainda sobra as bactérias. Por sorte, ela é mais densa que a água, se acumulando no fundo do tanque. Dessa maneira, um sistema de ventilação separa a água desses microrganismos, que são mandados de volta para a sistema de areação.
A água está pronta para voltar à natureza! Mas não é potável, necessitando ser filtrada e clorada para poder ser utilizada na irrigação e na indústria. Quando ela retorna à natureza, a sua qualidade se assemelha com as águas de uma represa.
