O Corredor Bioceânico é um projeto de ligação dos países pertencentes ao MERCOSUL mais o Chile que visa contribuir para a melhoria das comunicações entre esses países bem como com o fortalecimento do comércio e infraestrutura. A ligação física entre esses países será feita por meio de ferrovias e rodovias.
A ideia é que as extremidades desse corredor estejam nos portos das duas costas, ou seja, no Oceano Atlântico e no Oceano Pacífico o que explica o nome bioceânico. O projeto é cogitado desde 1996 pelos membros do MERCOSUL. Saiba mais sobre um projeto que pode mudar a forma como os países da América do Sul se relacionam entre si.
O Projeto
Como já citamos esse projeto está sendo cogitado desde 1996 e no total contará com mais de 4000 km de extensão. Esse corredor integra o programa IIRSA (Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana). O programa é composto por doze nações da América do Sul e tem como principal objetivo fazer a integração física entre todos os países.
Para que essa integração seja possível é necessário que haja uma completa reformulação e modernização das infraestruturas de transporte, telecomunicações e energia. A melhor forma de conseguir melhores resultados mais rapidamente é por meio do trabalho em conjunto dos países integrantes.
Corredor Biocêanico e os Desafios Para Ser Implementado
No projeto o objetivo é que o Corredor Biocêanico faça a ligação de Belo Horizonte, no Brasil até a cidade chilena de Valparaíso. O corredor passará ainda por outras cidades do Brasil como Uruguaiana e Porto Alegre no Rio Grande do Sul. Para que seja possível que o Corredor Biocêanico se torne uma realidade é necessário resolver questões como a duplicação da BR-101 no trecho entre Palhoça (SC) e Torres (RS).
Ainda existem outras dificuldades como, por exemplo, a burocracia imposta pelos países que fazem parte do projeto em relação a questões como o aumento do tempo de passagem das cargas entre outros. Isso sem contar as dificuldades que a natureza impõem como, por exemplo, a passagem pelos Andes.
Dificuldades
Os obstáculos que citamos acima acarretam num aumento dos custos no comércio realizado entre os países. O valor do frete entre o Brasil e a Argentina, por exemplo, aumentaria de 20% a 30% por ano. Ainda poderia acontecer de as cargas demorarem de 2 a 3 dias para terem a liberação o que resultaria num ônus desnecessário devido aos veículos pesados.
Ainda é válido considerar que o clima e o terreno na região dos Andes é difícil o que faz com que os veículos que trafegam naquela região gastem até cinco vezes mais combustível do que normalmente usariam trafegando em outras vias.
Os Benefícios
Obviamente o projeto do Corredor Bioceânico tem os seus benefícios. Por exemplo, para os países como o Brasil que não tem saída para o Oceano Pacífico seria possível começar a considerar ter uma porta de acesso para oferecer vantagens para os mercados asiáticos além de países como a Nova Zelândia e a Austrália.
Os países que ao contrário do Brasil não tem saída para o Oceano Atlântico também teriam vantagens para exportar para a Europa e para África. Há ainda o caso de países que não tem saída para nenhum dos dois oceanos e teriam a possibilidade de melhorar as suas exportações através do Corredor Bioceânico.
As vantagens que esse projeto pode trazer fazem com que haja mais dedicação no sentido de buscar pela sua implementação. Existe um potencial interessante para todos os países, mas não se pode deixar de lembrar que existem também problemas que precisam ser contornados.
Corredor Bioceânico Aconcágua
O projeto do corredor bioceânico se tornou realidade através do projeto do Corredor Bioceânico Aconcágua. Basicamente a ideia é de fazer uma integração física e comercial entre os oceanos Pacífico e Atlântico. Para contornar alguns dos problemas que foram citados ao longo do texto o projeto desse corredor foi desenhado com vista a apresentar soluções.
Passo Cristo Redentor
Corredor
O Passo Cristo Redentor é um caminho que concentra cerca de 70% da carga total que circula entre o Chile e a Argentina. Trata-se de uma parte de uma rede de infraestrutura de transporte rodoviário e ferroviário que faz a ligação dos principais centros e portos pertencentes ao MERCOSUL e o Chile.
Porém, mesmo tendo uma excelente localização, não é a melhor maneira de fazer esse transporte de carga uma vez que devido a problemas climáticos fica fechado por um período de 45 a 60 dias por ano, entre os meses de maio e outubro. Sendo assim não é possível utilizar totalmente o potencial logístico do local.
Luz no Fim do Túnel
Pensando em contornar os problemas climáticos da região podendo aumentar a quantidade de cargas transportadas com custos menores é necessário construir um túnel que tenha pouca altura, porém, com uma larga extensão. Um trem elétrico seria o melhor para tornar o transporte mais eficiente no que diz respeito a tempo e custos.
O projeto do Bioceânico Aconcágua foi pensado para conseguir satisfazer o aumento da demanda a longo prazo uma vez que a ferrovia contará com 205 quilômetros que farão a ligação de Los Andes (Chile) a Luján de Cuyo (Argentina). Trata-se de uma obra que tem o potencial de resolver o ponto mais frágil do Eixo MERCOSUL – Chile.
Uma Solução
Bioceanico
Com milhares de quilômetros de vias férreas e rodovias que estão entre São Paulo, mo Brasil e os portos centrais do Chile no Pacífico. Isso faz com que haja uma otimização do sistema logístico como um todo bem como do comércio regional. Estima-se que a inauguração do Bioceânico Aconcágua acontecerá em 2022 depois de mais de 8 anos de trabalho de construção.
Espera-se conseguir atender uma demanda inicial de 13 milhões de toneladas de cargas por ano tendo a possibilidade de chegar até 24 milhões de toneladas por ano somente na primeira etapa. Trata-se de um grande passo para desenvolver ainda mais as relações comerciais dos países pertencentes ao MERCOSUL e o Chile.
O projeto do corredor bioceânico exige um trabalho duro para ser posto em prática, mas pode ser a solução que os mercados sul-americanos tanto precisavam.
