Paisagem tão comum em qualquer cidade – e mais ainda em grandes capitais, com uma movimentação sempre infinitamente maior do que em pequenas cidades – as grandes lixeiras de rua estão proibidas em Curitiba, desde 2007, na verdade.
No entanto, esta lei de urbanismo não é exatamente cumprida de maneira completa na capital paranaense. Não é difícil encontrar as lixeiras destampadas e cheias de lixo transbordando, muitas vezes com sacos rasgados e dejetos espalhados de maneira que nunca serão completamente recolhidos pelo serviço de recolhimento de lixo público.
Para resolver o problema do lixo, a prefeitura decretou, ainda em 2007, que todas as lixeiras deveriam ser colocadas dentro de locais fechados – como na parte interna de condomínios ou pátios, e estes locais deveriam, também, ter fácil acesso para os trabalhadores do serviço de recolhimento de lixo.
Mas, mesmo sendo lei desde 2007, não é isso o que acontece. As lixeiras continuam nas ruas. Quando a prefeitura foi questionada sobre esta questão, sua resposta foi de que, caso a lixeira em questão atrapalhasse a rua ou os pedestres que por ali passassem, ou o tráfego de veículos, ela seria retirada.
A atitude pode ter causado certa revolta e descontentamento em alguns moradores, mas o outro lado da questão também é válido: como retirar todas as lixeiras de rua? Onde o lixo seria depositado então?
Em uma questão de simples tempo hábil, não é possível que os funcionários tenham de entrar de condomínio em condomínio, prédio a prédio, casa a asa para retirarem as grandes quantidades de lixo depositadas ali, como certamente aconteceria – afinal de contas, ninguém também sairia de seu prédio, entraria no pátio de outro prédio para depositar a sua sacola plástica ou seu saco preto de lixo em um ambiente que nem mesmo é seu.
Talvez a solução se encontrasse em um melhor tratamento das lixeiras – e também do lixo. Se, ao invés de grandes lixeiras metálicas, com riscos de animais perigosos e doenças, bem como lugar de esconderijo de drogas e outras funções tão sujas quanto o lixo que deveria carregar unicamente, as lixeiras fossem lixeiras especiais para a separação de lixo, o problema certamente seria resolvido mais praticamente.
Cabe ao poder público dar esta opção aos curitibanos – mas cabe também ao povo cobrá-la – afinal, cobrar que sumam com as lixeiras não resolve o problema do lixo, apenas o coloca debaixo do tapete. A questão precisa ser analisada de maneira mais integral para só então poder ser acertada.