Mata de Araucárias

A Mata de Araucárias é um ecossistema único encontrado na Mata Atlântica do Brasil, na América do Sul. Originalmente cobrindo mais de 7 milhões de hectares do estado do Paraná, a floresta agora é altamente fragmentada, restando menos de 1% do que era originalmente, antes da exploração humana. Muitas das espécies de árvores remanescentes são extremamente raras e não se regeneram naturalmente.

O Território da Mata de Araucárias

A mata de araucárias é uma ecorregião que abrange as áreas montanhosas do sul da América. Ela pode ser encontra no Brasil e se estende pelo nordeste da Argentina. Estas florestas são uma relíquia de um ecossistema, formadas por árvores coníferas e de folha larga mistas, espalhadas em uma paisagem montanhosa.

A mata se espalha em planaltos de nível médio, com cerca de 500 m de altura. Pode ser encontrada até mesmo nas altas encostas da Serra da Mantiqueira, que sobem a nada menos que 1600 m acima do nível do mar. A maior parte desta região é formada por rochas sedimentares dos planaltos paranaenses.

A Mata de araucária brasileira compreende um espaço bem delimitado de mata atlântica associado com espécies coníferas de uma floresta mista. Todas as classificações botânicas classificam tais florestas como um tipo de complexo de Mata Atlântica, que foram derivadas da delimitação da Mata de Araucárias é por agregamento de unidades de cobertura vegetativa.

Clima na Mata de Araucárias

O clima é subtropical, com geadas freqüentes e sem estação seca. A precipitação anual é alta, e varia de 1300 – 3000 milímetros , endo considerada por isso uma mata com chuvas, ótimo para a manutenção deste ecossistema e fazendo com que espécimes exclusivas cresçam por lá. Estas florestas mistas são convergentes com as regiões de savana ao sul, matagal e cerrado ao norte, e as florestas úmidas do leste e oeste.

A Vegetação da Mata de Araucárias

A maior parte desta região é formada por rochas sedimentares dos planaltos paranaenses. As plantas encontradas mais comumente são as Lauraceae (Ocotea pretiosa, O. catharinense), Myrtaceae (Campomanesia xanthocarpa) e Leguminosae (Parapiptadenia rigida).

Embora aparentemente seja um ecossistema homogêneo, a Mata de Araucárias varia muito em composição e estrutura ao longo do território brasileiro. Estas florestas formam mosaicos complexos de associações de plantas, como a pioneiro Araucária brasileira e espécies de árvores de diferentes tipos da mata atlântica. Muitas são exclusividade do Brasil (a maior parte)

Esta ecorregião também inclui uma associação interessante de Araucárias com pastagens. Devido às suas características únicas de clima, geomorfologia e composição florística, tais florestas úmidas  são facilmente separadas de outras porções da Mata Atlântica brasileira visualmente.

Biodiversidade e Recursos da Mata de Araucárias

A Mata de Araucárias representa um extraordinário mosaico, combinando espécies de uma floresta de relíquia de coníferas  (incluindo vários gêneros de Andina) com espécies de Mata Atlântica. Neste mosaico, várias espécies endêmicas são encontradas, somando mais de 352 espécies de plantas registradas na região. Destas, cerca de 13,3 % são endêmicas.

Este nicho da natureza é reconhecido como uma importante área de aves endêmicas. É também a casa para os vertebrados endêmicos e espécies ameaçadas do Atlântico, como o bugio marrom (Alouatta fusca) e o Amazona Petrei, que têm poucas populações espalhadas pelo Brasil mesmo.

Outro mamífero raro que pode ser encontrado na Mata de Araucárias é o esquilo Guianas (Sciurus aestuans, exclusivo do Brasil) e a Paca (Agouti paca). Espécies de plantas vasculares ameaçadas d extinção também sobrevivem neste tipo de vegetação, incluindo a própria planta que dá o nome à árvore, a Araucária.

De uma perspectiva evolutiva, as Matas de Araucárias é representam um dos mais ricos ecossistemas do mundo. Também é um dos únicos. Sua morte ou devastação representa uma grande perda para o planeta, tanto de área verde como de preservação do meio ambiente.

O Estado Atual da Mata de Araucárias 

Menos de 1% da Mata de Araucárias tem apoio para preservação. Mais reservas são necessárias para salvar estes biologicamente rica floresta de extração ilegal de madeira e da expansão urbana. As Matas de Araucárias foram reduzidas à uma área de 87%. O restante da vegetação é representada por 35 mil km2 de florestas mistas. Poucos grandes blocos de habitat são preservados pela proteção oficial. Além disso, milhares de áreas privadas usando esta mata representam uma parte significativa da vegetação remanescente. Áreas protegidas cobrem apenas 0,62 % da região.

A extração ilegal de madeira e conversão de florestas em terras agrícolas representam uma grande ameaça para o futuro dessas florestas. Elas possuem solos férteis, sendo assim atraentes para os interesses agrícolas.

Embora existam vários programas de restauração no Paraná, poucos estão adaptados à completa gama de árvores ameaçadas, raras ou nativas em seu mix de plantio. Das espécies ameaçadas naa floresta, apenas 17% foram produzidas por creches estaduais, em grande parte devido à dificuldade de identificação de fontes de sementes, os baixos níveis de coleta de sementes e da falta de conhecimento sobre como cultivar as mudas.

A fim de restaurar a floresta de Araucária com sua ampla gama de espécies, muitas ONGs (organizações não governamentais) estão trabalhando para identificar as fontes de sementes selvagens de árvores raras (e muitas vezes esquecidas) e fornecer orientações técnicas sobre as suas necessidades de propagação.

As árvores ameaçadas que se beneficiam deste projeto incluem a imbuia (Ocotea porosa), o pinheiro do Paraná (Araucaria angustifolia) e a árvore de tomate (Cyphomandra diploconos).

Conservação Sustentável da Mata de Araucárias

Projetos de preservação desta área incluem a extração de susbtratos naturais com replantio de árvores, bem como tirar apenas o necessário. ONGs e associações de defensores do meio ambiente atuam em conjunto para garantir que a Mata de Araucárias continue sendo um dos espaços verdes mais ricos em biodiversidade do mundo.

Estima-se que, com a ação do homem e da erosão do próprio espaço e mais ainda com a mudança térmica mundial, a mata possa sumir em menos de 200 anos ou ao menos perder uma grande quantidade do seu terreno. Logo, os projetos de preservação precisam avançar ainda mais do que como já estão. São bons, mas podem ser melhores.

Gostou? Curta e Compartilhe!

Categoria(s) do artigo:
Flora

Artigos Relacionados


Artigos populares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *