As esponjas calcárias é diferente dos demais poríferos porque na sua constituição existem espículas calcárias. São chamadas também de calcispongiae ou esponjas calcáreas.
http://www.youtube.com/watch?v=wq0KLqd6zcIEssas espículas podem ter apenas um eixo e serem todas do mesmo tamanho, mas também, podem ter 3 ou 4 pontas. Sendo assim, se forma o esqueleto do animal, composto ainda pelas fibras de espongina.
As esponjas calcárias podem ser classificadas de acordo com o grau da sua estrutura da seguinte forma: leuconoide, siconoide e asconoide. A grande maioria delas, independente do tipo, mede 10 centímetros de comprimento, o que faz com que elas sejam menores do que as de outras espécies. Elas podem ser encontradas em oceanos do mundo inteiro e normalmente, em águas rasas da costa. Ao todo, existem 150 espécies de esponjas calcárias.
Veja a seguir a classificação das esponjas calcárias viventes quanto a seu padrão de canais, desenvolvimento larval e das suas estruturas esqueléticas:
- Em 1864, classificação Bowerbank: Classe calcarea dividida em duas subclasses:
- De Bidder, em 1898: a Subclasse 1 Calcinea: Ordem Murrayonida de Vacelet -1981 e Ordem Clathrinida de Hartman – 1958.
- Na Subclasse Calcaronea de Bidder -1898: Ordem Baerida Borojevic, Boury-Esnault e Vacelet (os três de 2000); Ordem Leucosolenida Hartman – 1958 Hartman e Ordem Lithonida Vacelet 0 1981.
As Esponjas Calcárias na Costa Brasileira
Se espera que entre muito em breve o número de esponjas calcárias localizadas na costa brasileira aumente consideravelmente. A revelação foi feita por pesquisadores da Universidade de Biologia da Federal do Rio de Janeiro. O trabalho também se estendeu a catalogação de exemplares de esponjas calcárias, num total de cerca de 200 exemplares que ficam no litoral das cidades de São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Segundo esses pesquisadores, é possível que existam espécies nesses locais citados que ainda não tenham sido caracterizadas pela ciência.
Uma das biólogas que participou do projeto e faz parte do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Brasil, atualmente, estão catalogadas, são descritas, somente 50 espécies de esponja localizadas no litoral e a divisão de gêneros não supera 50 espécies. Porém, se espera que com esse estudo, pelo menos 10 espécies novas sejam descobertas e descritas. O que os biólogos consideram um grande avanço para descobrir a biodiversidade do Sudeste e do Sul.
O trabalho foi dividido em etapas e a próxima é criar um mapa fazendo a distribuição da nova realidade das espécies, agregando-as aquelas que já existem. Com isso, será feito uma apuração melhor de informações sobre o meio ambiente, como por exemplo, sobre as correntes marinhas e a temperatura. Os biólogos explicam que saber onde as esponjas calcárias estão localizadas, suas áreas endêmicas, ajudam na conservação dessas áreas.
As Características das Esponjas Calcárias
As esponjas calcárias ficam escondidas em lugares escuros, embaixo de pedras, como se fossem fendas. Elas não possuem cores e ficam no meio dos animais fixos, os tímidos poríferos, que são predominantemente marinhos. Esses animais usam a água que atravessa os seus poros para se alimentar.
A escolha do lugar para ficar e a ausência de coloração explica a desvantagem que sofrem as esponjas calcárias quando no fundo do mar, elas precisam “lutar” pelo seu espaço. As outras esponjas conseguem, por exemplo, criar substâncias químicas especiais que garantem o “cantinho” delas e as calcárias não têm essa capacidade.
As substâncias produzidas por essas outras esponjas é que faz com que elas possuam as mais diversas cores. Mas, além de “enfeitar” esses animais, a coloração as ajudam a interagir com o meio ambiente. Uma das funções é manter os predadores longe delas.
A coloração dessas esponjas faz com que a indústria farmacêutica tenha interesse nelas. Elas costumam ser usadas como matéria-prima na fabricação de vários medicamentos.
Não possuindo as cores, as esponjas calcários, que tem espículos de bicarbonato de cálcio formado por espículos, tem outro tipo de função, uma importante é aquela ecológica. Porque a água do mar é filtrada por elas no momento em que elas se alimentam.
As esponjas calcárias, normalmente, desaparecem em lugares muito poluídos, o que faz com que elas sirvam de bioindicadores. Porém, algumas, conseguem se tornar mais resistentes e se acabam aumentando a quantidade.
Grande parte do tempo as esponjas calcárias permanecem fixas no mar, o deslocamento sáo acontece no momento da fase de larva e até quando elas aderem ao substrato. Além disso, elas são alimentos para moluscos e também para peixes. E uma parte da fauna marinha as usam para se abrigar, tanto próxima, quanto dentro das esponjas calcárias.
As esponjas calcárias entram na lista de animais em extinção. Tudo porque o aquecimento global faz com que a concentração de dióxido de carbona aumente e isso gera uma modificação química na água marítima, que fica mais ácida. O ácido então, provoca distúrbios na estrutura do cálcio.
Quando as esponjas calcárias sofrem com o ácido que foi gerado pela mudança química na água do mar devido ao aquecimento global, as suas espículas tendem a ficar fragilizadas e com isso a sustentação da esponja é afetada.
Outro tipo de problema ambiental gera a degradação das esponjas calcárias: a poluição marinha. Esse tipo de poluição acontece por conta da ocupação da região costeira sem nenhuma ordem e complemante irregular. Além disso, é possível que espécies chamadas de invasoras tornem-se outra ameaça.
As pesquidas de “Biodiversidade e padrões de endemismo de esponjas calcárias”, que é feita na costa do Brasil é patrocinada por empresas privadas, mas a responsabilidade para levá-la adiante e catalogar novas espécies é da Associação Amigos do Museu Nacional ligada a Universidade Federal do Rio de Janeiro.
As pesquisas sobe as esponjas calcárias são constantes e a principal preocupação nos dias atuais é encontrar meios de evitar que elas sejam extintas. Como todos sabemos, todas as espécies, todos os seres vivos, contribuem direta ou inderetamente para o equilíbrio do ecossistema. Não conhecendo as espécies pode até parecer que elas não representam uma grande contribuição para humanidade, mas todas as existentes, contribuem e muito.
As esponjas calcárias, como se viu anteriormente são necessárias por vários fatores e descobrir que possam existir novas espécies é uma boa notícia em meio ao problema extinção.