Compostos Químicos na Defesa das Plantas

As plantas não se movem e por isso são chamadas de organismos sésseis. Dessa forma, elas se tornam presas fáceis para predadores, porém, elas possuem uma outra forma de defesa. A natureza é perfeita e algumas plantas possuem compostos químicos que envenenam os herbívoros que se aproxima delas. Não são todas as espécies que possuem esse mecanismo de defesa.

Compostos Químicos

Compostos Químicos

O mecanismo de defesa das plantas, que são esses compostos químicos, não só servem para protegê-las de herbívoros, como também as auxiliam no combate a bactérias, fungos, infecções e vírus. E também, quando uma planta está “competindo” com a outra em relação ao espaço e a conseguir nutrientes.

Exemplos dos Compostos Químicos nas Plantas

Um dos compostos químicos de defesa das plantas mais comuns é o chamado terpenos, que são todos aqueles cuja derivação são: do metil-buta, do isopreno ou do alcadieno. A mistura desses elementos químicos é que provoca esse efeito na planta. Como por exemplo, quando a espécie possui baixas massas moleculares, ela tem uma boa ação de repelente.

O limoneno é considerado um importante terpeno, isto é, um ótimo composto químico que uma planta possui para sua defesa. Ele pode ser encontrado nas árvores de pinus. Um bom exemplo da eficácia desse tipo de composto químico na planta é que cada vez que um besouro pousa na árvore de pinus com a intenção de predá-la, ele não o faz, pela presença do limoneno.

Muitas frutas cítricas possuem o limoneno na casca, como por exemplo, a laranja e o limão. Nas espécies de artemísia e sálvia, ambos arbustos que são muito comuns no Chile e na Califórnia podemos encontrar dois monoterpenos. Elas liberam o cineol e a cânfora, que são monoterpenos oxigenados. Porém, ambas só liberam esse composto químico nos dias de temperatura alta do verão.

Neste caso, quando esse composto é liberado, vai direto para o chão e no lugar onde cai, não nascem outras plantas durante o período da primavera. Desta forma, exatamente naquele lugar, novas espécies de planta não conseguem se desenvolver e não acontece um aumento na diversidade.

Sobre os Taninos: Usado Pelas Plantas Como Repelente

Pode citar como exemplo, de compostos químicos naturais das plantas e que servem como repelentes, os taninos. Porém, eles entram na categoria orgânicos e possuem uma grande variedade de polifenóis de origem vegetal.

Na prática os taninos provocam algo como amargo e quando um animal tenta ingerir a planta sente esse sabor nada agradável. Esse gosto tem a ver com os flavanóis. Também podemos citar como exemplos, os barbados e bugios, que adoram folhas novas, mas não se aproxima daquelas maduras que possuem uma grande quantidade de tanino e são mais indigestas.

Apesar de várias plantas possuírem os compostos químicos que servem para sua defesa, diante de alguns predadores, continuam frágeis, pois eles se tornam imunes e podem ingerir à vontade essas espécies.

Mais um exemplo é o da asclépias que possuem os glicosídeos cardioativos, eles são muito tóxicos para os mamíferos e outros animais. Porém, as larvas de borboletas conseguem driblar a defesa, elas não só ingerem as asclépias quando guardam o veneno.

A Defesa das Plantas Diante do Ataque dos Agentes Fitopatogênicos

Apesar de parecer muito indefesas diante dos predadores, como foi dito anteriormente, não é bem essa a situação de todas as plantas. Os compostos químicos servem como defesa para as espécies e além disso, elas possuem estratégias, que em muitos casos, servem para evitar que agentes fitopatogênicos as penetrem. Isto é, elas conseguem se defender sozinhas de nematoides, de fungos, de vírus, de insetos e de bactérias.

Um dos fatores que faz com que as plantas se tornem mais “perigosas” diante dos seus predadores são as variações de temperatura. Isso acontece quando elas sofrem um estresse abiótico, que nada mais é que a reação diante da mudança de temperatura, maior, quando essa alteração é significativa. Além disso, elas sofrem com falta de água e também por causa dos tratamentos que fazemos usando produtos químicos.

Todos esses fatores fazem com que a planta se defenda, se diz em “resposta constitutiva”. Porém, a planta só se defende, ela só tem o mecanismo ativado, quando acontecem alguns “sinais” ou devido a determinados fatores. Desse ponto em diante ela se prepara para “lutar” contra o seu agressor e prepara todas as suas forças para combater o inimigo, que é criando barreiras químicas e também físicas, em alguns casos, para se defender.

Os Mecanismos de Defesa

Podemos citar como mecanismos de defesa das plantas os seguintes itens:

  • SAR, que significa resistência sistêmica adquirida;
  • HR, que significa resposta hipersensitiva;
  • PR, que signifca que as proteínas foram induzidas associadas à patogênese, são exemplos: glucanases, peroxidases, enzimas que estão associadas ao estresse oxidativo, quitinases, ácido salicílico, ascorbato peroxidase, peróxido de hidrogênio, compostos sinalizadores e superóxido dismutase.

Estudos Sobre Os Compostos Químicos Na Defesa Das Plantas

Alguns estudos são feitos para identificar que tipo de composto químico tem determinadas plantas e como eles podem ser usados para intensificar a defesa das mesmas diante dos predadores. A Embrapa, por exemplo, fez um trabalho com as culturas do feijão e da banana.

O estudo realizado pelo órgão da Rondônia queria descobrir como usar os mecanismos de defesa desses alimentos diante dos fungos mela do feijoeiro, que ataca o feijão e a sigatoka negra, que ataca a banana. Eles buscam compreender a base bioquímica de cada um deles e descobrir porque os fungos são resistentes a defesa natural da banana e do feijão.

O trabalho continua e eles buscam avaliar o quanto esses compostos são eficientes e o que poderia se associar a eles para torná-los imbatíveis diante dos fungos. Até o momento, eles descobriram que para reforçar o sistema de defesa da bananeira é necessário ativar a atividade da enzima peroxidase.

Essas pesquisas são de extrema importância para tornar as plantações mais fortes diante das doenças. O primeiro alvo foi a bananicultura e o segundo serão os feijoeiros na luta contra o pior fungo que os ataca, a mela. Se trata de uma pesquisa longa, que dura, em média, para cada tipo de plantação de dois a três anos.

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Categoria(s) do artigo:
Ecologia

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