O Que é Benzenismo?

Benzenismo vem do nome benzeno, uma substância química usada na indústria brasileira, mas que o uso é feito observando o controle de leis e de comissões regulamentadoras. É uma substância perigosa e a prevenção e controle do seu uso deve ser feito de forma permanente, mas nem sempre foi assim.

No ano de 1979, depois de ficarem expostos ao benzemo, que é comprovadamente um agente que pode provocar câncer, muitos trabalhadores acabaram desenvolvendo a doença.

Saiba Mais Sobre o Benzemo

Se trata de uma matéria-prima de extrema importância para a indústria petroquímica chamada de “segunda geração”. Com esse material são fabricados vários produtos como, por exemplo, detergentes, medicamentos, plásticos, corantes, entre muitos oturos.

O grande problema do benzemo é que ele se evapora com muita facilidade e acaba indo diretamente para o organismo, normalmente, pela respiração, mas também através da pele. Os efeitos nocivos dessa substância podem surgir muito rapidamente, principalmente, quando a exposição é a uma grande quantidade.

Não só os trabalhadores de petroquímicas estão sujeitos aos riscos provocados pelo benzeno, os de siderúrgicas, que trabalham com carvão mineral também, além daqueles das refinarias de petróleo. Em outras empresas, que trabalham fazendo o tranporte ou distribuição do benzemo e de qualquer tipo de mistura feita com o produto também estão expostos aos perigos.

Mesmo quando a concentração de benzemo não é muito grande, ele pode fazer mal e chegar a grupos, como por exemplo, em um posto de gasolina e de um mecânico e até mesmo quem passa por esse lugar ou está próximo dele.

Se Trava Uma Luta Contra o Benzenismo

Quando essa substância, o benzemo, entra na corrente sanguínea, o primeiro sinal de contaminação é o cansaço, seguido de dores de cabeça, tontura, em seguida, se perde o apetite e começa a emagrecer.

Quando isso acontece e é detectado que o mal estar foi provocado pela contaminação do benzemo se diz que é o benzenismo.

Uma vez que o sangue está contaminado, o produto começa a ir para outras partes do corpo, como fígado, o cérebro, a medula óssea e o agravamento da doença é uma redução dos glóbulos brancos, chamado de leucopenia e também anemia. Em casos mais graves ainda, leucemia, outros tipos de câncer e aplisia de medula, que faz com que o corpo diminua a quantidade de sangue produzido.

Desde de 1983, os sindicatos travam uma luta contra o benzenismo, quando descobriram os primeiros caos de leucopenia provocado pelo benzemo. Dessa data em diante, não demorou muito a descoberta de outras doenças mais graves.

No ano de 1986, o Sindicato dos Químicos do ABC detectou que 60 funcionários tinham sido contaminados pelo benzemo. Em consequência, a fábrica foi interditada e depois fechada. Mas, os casos de benzenismo continuaram aparecer, na década de 90, mais casos no ABC, neste caso, houve um registro de morte de um trabalhador vítima de leucemia.

Outros Casos de Benzenismo

No ano de 1991, com mais casos de benzenismo aparecendo foi criada uma campanha “caça benzeno”, em que pessoas de sindicatos de várias partes do país participaram, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, entre outros.

O objetivo principal da campanha era informar aos trabalhadores os riscos que eles estão correndo trabalhando nessas indústrias, em relação ao benzenismo e incentivar que o assunto fosse debatido com mais responsabilidade, pensando em formas de evitar o problema.

Depois de muita luga, no ano de 1995, no dia 20 de dezembro, os sindicalistas conseguiram assinar um acordo chamado “Acordo Nacional Tripartite do Benzeno”, cujo trabalhadores, empregadores e governo foram envolvidos. Um acordo que demorou muito a sair do papel, foram 15 meses que as partes negociaram para se chegar a uma conclusão.

A lei ficou como uma portaria de “prevenção de exposição ao benzeno” norma NR 15 da Segurança e Medicina no Trabalho, que prevê dicas para prevenir a exposição ocupacional ao benzemo que foi colocado como agente cancerígeno.

Como Ficou o Acordo Contra o Benzenismo

  • O acordo determina que todas as empresas no Brasil que utilizem o benzeno ou qualquer uma das suas misturas que chegue ao percentual de 1 estão obrigadas a se cadastrarem na Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.
  • Segundo o acordo, os trabalhadores tem participação no “Grupo de Representação dos Trabalhadores do Benzeno”, que prevê um grupo formado por 20% de membros que são os titulares da CIPA e através deles será criado: prazos para as empresas se adequarem as novas regras, criação do certificado que regulamenta o uso do benzemo e dá conta das penalidades, caso o acordo não seja cumprido.
  • Outro ponto importante é o reconhecimento de que se uma pessoa que está exposta ao benzeno é portadora do leucopenia, significa que ela pode ter lesão da medula óssea provocada pela substância. Sendo assim, a leucopenia fica atribuída ao produto nocivo. É um modo para evitar que as empresas conseguiam desviar a sua responsabilidade pelos casos da doença.
  • Todos os trabalhadores ficam convidados a participar da Comissão Regional do Benzemo ABC.
  • O controle passa não só pelas empresas, mas deve ser feito nos postos de gasolina, em pólos petroquímicos e em lugares que o produto é manipulado. Aliás, foram pequenas empresas que não usavam o produto, mas existia somente a manipulação, que na década de 80 foram detectados vários casos de benzenismo.
  • Também foram criadas comissões para lidar com situações de risco.

Apesar de todos os cuidados, o benzenismo não é um assunto resolvio e nem as pessoas que estão lidando com o benzeno estão seguras ao 100%. A única maneira de resolver de vez o problema seria substituir o produto por um outro ou usar uma tecnologia que garantisse ao cem por cento que as pessoas que trabalhamc om o benzeno tivessem qualquer contato.

Por isso, os esforços atuais são neste caminho, de buscar uma tecnologia mais adequada para que as pessoas que trabalhem com benzeno não tenham contato com a substância. Além disso, enquanto essa solução não vem, se luta para se ter o acompanhamento médico das pessoas que trabalham com o benzeno.

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