Tudo Sobre Plástico Comestível

Devido a necessidade de se criar saídas mais sustentáveis para a nossa sociedade, algumas invenções são bastante satisfatórias. O plástico comestível, apesar de não ser algo que vamos sair mastigando como uma bala, é uma saída muito boa para pessoas e empresas que buscam um material que não seja tóxico e que tenha um índice de degradação elevado. Vamos conhecer um pouco mais do bioplástico.

Tudo Sobre Plástico Comestível

Tudo Sobre Plástico Comestível

A Ideia

Imagina você comprar aquele petisco ou qualquer alimento e ter problemas para tirar a embalagem ou simplesmente ter aquela velha preguiça de cozinhar. Uma ótima solução seria despejar o alimento com o saco mesmo dentro da panela sem se preocupar com nada, não é verdade? Esta já é uma realidade comum nos Estados Unidos e no Canadá, onde os plásticos comestíveis são comercializados em alimentos já em grande escala.

A Ideia

A Ideia

Você facilmente vai encontrar por lá produtos embalados nesse tipo de saco e dos mais variados tipos. Macarrões instantâneos, pedaços de frutas, alguns legumes, carnes, entre tantos outros que você pode simplesmente lavar com água corrente e comer tranquilamente que não fará mal algum. Aos produtos que vão para o fogo, geralmente o plástico comestível forma uma pasta no fundo da panela, não se misturando totalmente com a comida e você pode separá-lo caso não queira comer.

Ele não tem gosto algum e também não faz nenhum tipo de mal ao seu organismo. O material do plástico comestível é fabricado a partir de amido de milho, enquanto os plásticos convencionais são derivados do petróleo. Além disso, o bioplástico é bem mais biodegradável, desaparecendo do planeta em poucos meses, enquanto o plástico convencional leva mais de um século inteiro para que isso ocorra.

Plástico Comestível No Brasil

A ideia chegou ao Brasil e logo ganhou a simpatia de todos. Existem centros de pesquisas que já testam uma produção própria dos plásticos comestíveis onde eles serão produzidos ainda a partir do amido, mas em sua composição haverá alguns outros carboidratos, e também de proteínas animais e vegetais. Atualmente estas pesquisas são feitas no centro da Unesp da cidade de São José do Rio Preto, no estado de São Paulo.

A pesquisa feita por cientistas da Universidade de São Paulo, que citamos mais acima, aposta diretamente na zeína, uma substância diferenciada produzida a partir do amido de milho. Esta substância já é utilizada na produção de filmes plásticos e revestimento de cápsulas de remédio. O interesse por esse setor se deu porque o nosso país é o terceiro maior produtor de milho do mundo e o maior da América Latina.

O único problema com esta produção é a resistência do plástico feito  partir da zeína, ou de qualquer outro material biológico. De uma forma geral os plásticos comestíveis ainda não apresentam uma boa resistência à água, à temperatura e ao esforço, sendo totalmente frágeis nesses aspectos e, portanto, não indicado o seu uso nessas ocasiões.

Além de buscar desenvolver um plástico mais eficiente, cientistas da Unesp também buscam melhorias para as ideias que já existem no mercado. As coberturas de frutas, por exemplo, onde aquelas fabricadas aqui possuem uma estrutura muito mais fina e delicada passando praticamente imperceptível protegendo e conservando a fruta por muito mais tempo. Todos esses projetos são desenvolvidos e logo são testados no mercado. Isso fez com que nosso país ganhasse um merecido destaque na produção de plástico comestível e tenha hoje as melhores referências na produção do mesmo.

O custo geral desse plástico foi reduzido nos últimos anos justamente porque uma brasileira conseguiu descobrir que acrescentando gelatina na mistura consegue ter o mesmo material como resultado.

Produtos Biodegradáveis

De uma forma geral, a resistência dos plásticos biodegradáveis ainda não são as mesmas do plástico convencional que estamos acostumados a utilizar em nossas sacolas. Você não poderá, por exemplo, ir à um supermercado e voltar com um saco biodegradável recheado de coisas e consequentemente pesando muito. Esse material não suporta tanto peso.

Este é o principal motivo que faz os institutos ainda buscarem por técnicas de produzirem o plástico comestível de forma mais barata e mais resistente e o Brasil possui uma grande parcela de participação nessa meta. Essa busca faz com que sejam também descobertas novas propriedades dos plásticos comestíveis. Nos Estados Unidos, por exemplo, já existem laboratórios que conseguem inserir odor e sabor a estes plásticos.

A pesquisa foi realizada pela  Universidade de Massachusetts,  onde cientistas adicionaram nano compostos aos plásticos comestíveis para que esse resultado fosse obtido. Quem sabe até em um futuro bem próximos os temperos que são colocados nos saquinhos de miojo não sejam substituídos pela própria embalagem?

Como Fazer Plástico Comestível

Claro que você não vai sair fazendo plástico comestível á toa e muito menos comê-lo sem um fundamento real, mas conhecer o processo como é feito, de uma forma mais artesanal é bem interessante. Se você também precisar desse tipo de material para alguma experiência poderá fazê-lo desde que tenha os suplementos necessários. Vejamos a receita.

Para Fazer o Plástico Comestível Você Vai Precisar Dos Seguintes Materiais:

  • Amido de milho ou de mandioca
  • Sacarose (açúcar)
  • Açúcar invertido
  • Cravo
  • Canela
  • Água

Em um recipiente todos os materiais e misture bem. Eles a partir de um certo ponto formam uma mistura de consistência nem pastosa nem aguada, bem parecida com mingau que servimos para recém nascidos. Depois de alcançar esse ponto, despeje todo o conteúdo em uma lâmina e coloque para secar. Após algumas horas você perceberá que terá um filete de plástico que pode ser ingerida sem nenhum problema. Este plástico também é totalmente biodegradável não causando nenhum tipo de dano ao meio ambiente.

Obs: O açúcar invertido é uma mistura feita com duas partes de açúcar convencional, uma parte de água e duas colheres de sopa de suco de limão. Essa dosagem é a ideal para cada 450g de açúcar. Depois de misturar todos esses ingredientes, coloque em uma panela para ferver e deixe chegar ao ponto de derretimento. Quando ferver, abaixe o fogo para o menor possível e deixe ferver a mistura por mais 30 minutos. Depois retire da panela e deixe resfriar em um frasco de vidro.

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Categoria(s) do artigo:
Desenvolvimento Sustentável

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Comentários

  • olá bom dia !!!

    gostei muito desta materia sobre plasticos achei fantastico.

    Sou autono mas sempre trabalhei ligado à área de P&D (Pesquiza e Desenvolvimento) de processo e de novos produtos.
    Hoje ao ler esta matéria achei que se este produto puder resistir em imersão aos solventes aromaticos principalmente o alcool ou àgua e pelo menos por um período de cinco a dez horas até se degradar, eu poderia introduzi-lo como agregado a um novo trabalho que estou desenvolvendo.

    Seria possível alguma informação concernente a um outro componente que agregado à formulação acima poder me dar este resultado?

    é para produção em larga escala.

    aguardo
    Vgarla
    f: 4249-2300

    vanderlei garla 23 de janeiro de 2014 10:13

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