Morar nos grandes centros urbanos não precisa ser um fator que excludente de alguns bons hábitos do interior como, por exemplo, utilizar alimentos que sejam provenientes de hortas para a sua alimentação. Uma das formas de garantir que essa realidade não seja distante das grandes cidades é através da criação de hortas comunitárias.
Quem ficou curioso em saber como é possível ter vegetais, temperos e frutas a poucos metros do seu apartamento em regiões urbanizadas deve continuar lendo. As hortas urbanas estão se tornando um fenômeno cada vez mais recorrente no Brasil e no mundo.
Projeto Hortas Comunitárias do Ministério do Desenvolvimento
A seguir vamos detalhar um pouco mais sobre o projeto de Hortas Comunitárias criado e desenvolvido pelo Ministério do Desenvolvimento. Um dos principais objetivos desse projeto de Hortas Comunitárias é oferecer uma alternativa de combate à fome de pessoas socialmente vulneráveis bem como gerar uma fonte de renda extra para esses grupos.
Hortas Comunitárias – O Seu Objetivo
As hortas comunitárias têm como principal objetivo aumentar a oferta de alimentos que possuam variedades de nutrientes e melhores as condições de vida das pessoas de vários grupos sociais que se encontram vulneráveis socialmente. Nessas hortas são implantadas hortas, lavouras, viveiros, pomares entre outros em espaços que estejam a disposição das pessoas que compõem essas comunidades.
Projeto Hortas Comunitárias
A realização do projeto das Hortas Comunitárias deve ser feito pela comunidade tendo como suporte algum órgão que faça parte da administração pública bem como alguma entidade técnica agrícola. A produção total dessas hortas devem ser destinadas para a população que depende delas. O que sobrar da produção deve ser vendido de forma a criar oportunidades de trabalho e renda além da inclusão social.
Repasse dos Recursos das Hortas Comunitárias
Para que o Projeto Hortas Comunitárias possa ser realizado é necessário que haja a transferência voluntária de recursos não reembolsáveis que são repassados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome para os órgãos que atuam na administração direta ou indireta dos governos do estado, município ou estado. A transferência é feita através de convênio ou contrato de repasse, contudo, é importante que haja respeito a todas as exigências pré-determinadas pela legislação. Há também a questão de que precisa estar condicionado a dotações de orçamento ou recursos financeiros.
Local Para Implementar as Hortas Comunitárias
Os locais escolhidos para a realização das hortas comunitárias devem seguir critérios técnicos. Para que os locais sejam perfeitos para essa prática é necessário que tenham espaço suficiente bem como sejam arejados e com sol. As hortas precisam ficar próximas a fontes de água permanentes e ter a proteção contra o trânsito de pessoas ou qualquer outro tipo de empecilho.
Contato com o Projeto
As prefeituras das cidades que se interessarem por estabelecer esse projeto devem estar sempre em contato com o site do MDS e estar atentos para novas informações. Vale ressaltar que as ações de Agricultura Urbana e Peri Urbana são realizadas em todos os estados do país exceto em Rondônia e no Amazonas.
Hortas Urbanas Comunitárias – O Exemplo Que Vem de São Paulo
Quando pensamos na cidade de São Paulo é natural pensarmos diretamente em poluição, trânsito caótico e alimentação em fast food. Porém, a maior cidade do Brasil tem mostrado que pode ter inúmeras facetas sendo uma delas a de uma cidade que oferece opções de alimentos mais saudáveis para os seus moradores.
Algumas hortas comunitárias na cidade fazem a alegria do prato de muitos moradores. Para se ter uma ideia é possível encontrar essas hortas comunitárias em algumas regiões da cidade como Pompeia, Vila Industrial, Vila Beatriz, Avenida Paulista com a rua da Consolação entre outros.
Como Funciona
As hortas comunitárias surgiram pela iniciativa de alguns moradores dessas regiões que passaram a usar praças e terrenos ociosos (sendo alguns abandonados pelos donos e outros da prefeitura) para criar as áreas de cultivo. Nessas hortas todo mundo pode fazer o plantio do que desejar.
Para poder fazer o cultivo basta que as pessoas cheguem ao local e comecem a ajudar colocando a mão na terra. Ainda é possível colher os alimentos dessas hortas e levar para casa gratuitamente. Muitas pessoas não precisaram enfrentar a crise do preço inflacionado do tomate, por exemplo.
Hortas Abertas Para Todos
Uma das coisas que mais impressionam nesse exemplo de hortas comunitárias de São Paulo é a proximidade das mesmas do público em geral. Na área em que há o encontro da avenida Paulista com a rua da Consolação, por exemplo, está um dos principais canteiros dessas hortas comunitárias.
Olhando com atenção para o canteiro é possível perceber que na verdade tem pés de alface, café, manjericão entre outros. Outro ponto da cidade que conta com esse superincremento verde é a Praça do Ciclista que é um espaço reconhecido por ser um ponto de encontro de cicloativistas e que já conta com a sua horta comunitária também.
Hortelões Urbanos
Hortas espalhadas por zonas de grande fluxo urbano poderiam acabar ficando com um visual desgastado com facilidade. Para evitar que apareçam sujeiras e que as plantas fiquem com uma aparência pouco saudável foi criado o grupo intitulado de Hortelões Urbanos que tem como principal responsabilidade cuidar desses canteiros/hortas.
Esse grupo de guardiões das hortas foi criado algum tempo antes de ter sido criada a Horta das Corujas que está num espaço de 800 metros quadrados da praça Dolores Ibarruri na Vila Beatriz. Aliás, esse é um dos espaços do grupo mais bem organizado tendo inclusive algum tipo de acordo mesmo que apenas verbal com a subprefeitura.
Colheita Feliz – Colheita Livre
Na maioria dos casos a colheita dos alimentos cultivados nas hortas comunitárias de São Paulo tem colheita livre. Dessa forma qualquer pessoa que desejar pode porocurar por algo maduro, colher e levar para casa mesmo que não tenha contribuído efetivamente para o seu cultivo.
Também não existe uma época ou data pré-estabelecida para que a colheita seja realizada. Nem mesmo os grupos que atuam em mutirões tem se preocupado, pois é mais importante que haja concentração na manutenção dos espaços.