Desvendando o Agronegócio no Brasil

Com um clima diversificado, chuvas regulares, energia solar abundante e quase 13% de toda a água potável disponível no planeta, o Brasil ainda tem 90 milhões de hectares de terra fértil e em 10 anos, será o maior país agrícola do mundo.

O Brasil sempre foi conhecido por seu importante papel relativo à exportação de commodities, sendo o principal exportador de suco, café, carne, soja e laranja. O progresso recente sobre o desenvolvimento de novas tecnologias no país lhe deu o status de economia mais forte da América Latina.

Plantação - Agronegócio

Plantação – Agronegócio

Cenário Fértil

Atualmente, o Brasil também ampliou suas exportações para itens mais sofisticados, como aviões e carros. Essa mudança no quadro econômico caracterizou um momento que poderia representar uma transição de um panorama mais colonial em um cenário mais tecnológico. No entanto, o que está acontecendo no Brasil é uma fusão entre esses dois setores: as novas tecnologias têm vindo a melhorar o desenvolvimento do agronegócio no país.

Estado Atual

O agronegócio é o setor que mais cresce no Brasil na última década. O setor, que inclui os biocombustíveis, é responsável por 27% do PIB do país e corresponde a pelo menos 37% da exportação brasileira. Entre os países emergentes, o Brasil é o que tem o mais significativo potencial agroeconômico. As previsões são de que esse segmento poderá crescer muito, na casa dos 40%, dentre os próximos 10 anos. Esse cenário promissor tem chamado a atenção de muitos empresários estrangeiros, que acabaram se tornando mais e mais interessados em investir ou mesmo estabelecer seus negócios dentro do país.

Conforme o agronegócio vai crescendo e ficando cada vez mais forte, novas demandas surgem nesse mercado, pois é necessário o aumento da demanda para acompanhar e até mesmo superar o alto nível de produção que atualmente é exigido.

Diante disso, durante os últimos quatro anos, as pessoas que trabalhavam na indústria, na logística e também no mercado financeiro começaram a enxergar a oportunidade do agronegócio como um rentável e promissor caminho a percorrer.

As Áreas Mais Promissoras

As seguintes áreas são aquelas que mais se beneficiarão do crescimento do agronegócio:

– Indústria de Máquinas: O principal desafio desse setor da indústria é o de oferecer novas tecnologias que beneficiam a colheita e melhoram as técnicas de manejo do solo. É uma porta aberta para os profissionais de Tecnologia da Informação, para os engenheiros agrícolas e também para os agrônomos.

– Indústria de Sementes: A tônica desse segmento industrial toca na melhoria da qualidade das sementes a serem cultivadas. Seu principal desafio é ser capaz de produzir mais ocupando menores áreas de terra. Esse segmento industrial necessita de uma grande demanda para as pesquisas.

Soja - Agronegócio

Soja – Agronegócio

– Indústria de Fertilizantes: O desafio dos fabricantes de fertilizantes é o de recuperar o solo danificado pela prática de monoculturas e adaptar esse solo por ora fraco com novas culturas que possam ser produzidas durante a entressafra da cultura principal. A demanda profissional deste nicho de mercado é pelo pessoal de marketing e por bons vendedores.

– Indústria dos Pesticidas: O principal desafio desta indústria no agronegócio é diminuir o uso dos pesticidas, com uma demanda crescente por alimentos orgânicos e livres de produtos químicos.

– Indústria do Etanol: Esse setor da indústria mantém o foco no desenvolvimento de biocombustíveis, o setor vem enfrentando um momento de grande transformação devido a grande carga de investimentos estrangeiros e a fusão dos grupos já existentes deste nicho de mercado.

Obstáculos Atuais para Essa Transformações

O principal obstáculo para o crescimento atual do agronegócio no Brasil depende principalmente do desenvolvimento da precária infra-estrutura logística que o país conta em suas instalações.

Estudos recentes apontam que apenas 31% da malha rodoviária que cerca o país está em boas condições de utilização. Tais problemas constituem o principal obstáculo para o desenvolvimento de potenciais áreas agrícolas, como sempre, o Nordeste do país carece deste tipo de investimento.

Os problemas não são limitados apenas a malha viária existente atualmente. Esse problema também inclui o desenvolvimento de ferrovias, de hidrovias e do transporte aéreo. Algumas das locomotivas usadas nos caminhos de ferro ainda são peças instaladas na década de 1920 e que não conseguem ultrapassar o limite de velocidade de 25 quilômetros por hora.

Quando se trata de cursos de água, o problema é tão sério que os caminhões têm que enfrentar engarrafamentos que podem ser de até 150 quilômetros. Essa ineficiência logística provoca uma perda de 16% do PIB do país.

Ciente de que não vai resolver o problema por si só, o governo federal já procurou o apoio de empresas privadas para começar o saneamento do problema. O governo planeja investir mais de 13 milhões de reais em 23 projetos que prometem transformar rodovias, ferrovias e hidrovias já existentes.

Outro problema que atravanca o desenvolvimento do agronegócio é a falta de profissionais qualificados para atuar na demanda que o mercado exige. Os profissionais altamente qualificados, se voltaram para o campo e fizeram uma carreira de sucesso, mas mesmo assim ainda não são suficientes para suprir a demanda crescente que o potencial do agronegócio brasileiro exige.

Como muitas vezes acontece, e isso também não é diferente no Brasil, o desenvolvimento e o crescimento econômico não é acompanhado pelo desenvolvimento educacional do povo local. O Brasil já começou a importar mão de obra profissional da China e da Índia, para suprir a demanda gerada pelo veio do agronegócio.

Como existem mais oportunidades de emprego do que profissionais capacitados para exercer a profissão, o salário médio pago a esses profissionais é um dos mais altos pagos no país, alcançando impressionantes R$ 35.000,00 mensais de salário para um gerente da fazenda, por exemplo. Os profissionais que estão sendo mais procurados no agronegócio brasileiro são:

– Gestores;
– Engenheiros agrícolas;
– Agrônomos;
– Profissionais de vendas e marketing;
– Profissionais de TI;
– Pesquisas.

Outro grande obstáculo é o sistema fiscal brasileiro. À medida que os países que competem com o Brasil tem impostos mais baixos, é difícil para o produtor local conseguir competir no mercado externo. Houve vezes em que o Brasil perdeu o seu próprio mercado interno devido a produtos importados mais baratos, devido a alta carga tributária que o Brasil impõe aos seus produtores.

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Categoria(s) do artigo:
Agricultura

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