O Que é Inquilinismo?
O Inquilinismo é uma relação ecológica que acontece entre organismos de diferentes espécies em que existe uma associação interespecífica harmônica em que apenas uma das espécies tem benefícios, porém, a outra não sai prejudicada.
Basicamente o inquilino tem no corpo da espécie hospedeira um abrigo para sua proteção ou mesmo um suporte. Há a possibilidade de que o inquilinismo seja definido como um caso específico de comensalismo.
Conceitos Importantes
Inquilinismo – relação interespecífica harmônica em que somente uma das espécies tem benefícios, mas a outra não é prejudicada.
- Inquilino – A espécie que obtém benefícios como ter um suporte, abrigo ou mesmo proteção no corpo do hospedeiro.
- Hospedeiro – A espécie que oferece suporte, abrigo, proteção para a espécie inquilina.
Tipos de Inquilinismo
Orquídeas e Árvores – Epifitismo
Um exemplo comum na natureza é de inquilinismo é a relação que existe entre as orquídeas ou bromélias e as árvores. As primeiras se instalam no tronco das últimas, porém, não há parasitismo uma vez que é aproveitado apenas o suporte.
Plantas como orquídeas e bromélias são do tipo epífitas que precisam se um suporte para poder crescer, esse caso específico de inquilinismo é chamado de epifitismo. As orquídeas que pertencem a família Orchidaceae estão em todos os continentes com exceção da Antártida.
É possível encontrar uma grande variedade de cores de orquídeas, com variadas formas e tamanhos. O objetivo das orquídeas em usar as árvores de suporte é o de conseguir buscar luz e assim fazer a fotossíntese. Numa posição mais favorável a planta consegue buscar mais luminosidade. Nessa relação a função de inquilino é das orquídeas enquanto as árvores representam os hospedeiros.
Ressaltamos que nessa relação de inquilinismo não existe parasitismo, pois as espécies inquilinas não roubam das hospedeiras seiva bruta ou elaborada. Porém, existe a absorção de nutrientes, partículas que ficam suspensas no ar e que são dissolvidas na chuva, que ficam armazenadas nas folhas ou mesmo por meio de raízes absorventes.
Peixe-Agulha e Holotúria – Inquilinismo de Abrigo
O peixe-agulha do gênero Fierasfer tem uma relação de inquilinismo curiosa com as holotúrias conhecidas como pepinos-do-mar (Equinodermos). Esse é um peixe que possui o corpo alongado, tem escamas pequenas e boca comprida que tem o formato que lembra um bico com vários dentes pontiagudos.
São peixes bem velozes que se alimentam de outros peixes pequenos como as sardinhas e arenques. Quando o peixe-agulha é perseguido procura logo uma holotúria e assim se esconde penetrando em seu ânus ficando acomodado em seu tubo digestivo para se proteger. Nessa situação o peixe-agulha é o inquilino e a holotúria o hospedeiro.
Rêmora e Tubarões – Inquilinismo de Transporte
Os peixes Rêmora pertencem a família Echeneidae e dentre as suas características principais estão o de ter uma cabeça longa e corpo esbelto. Quando esses peixes desenvolvem as suas primeiras barbatanas dorsais elas se transformam numa ventosa fixadora em sua cabeça que ajuda a que o peixe se fixe na região ventral dos tubarões.
No caso de inquilinismo entre rêmoras e tubarões os primeiros são os inquilinos e os últimos os hospedeiros. O objetivo desse inquilinismo é o transporte fornecido pelo tubarão ao peixe. Além do tubarão esse peixe pode se fixar em outros peixes grandes e até mesmo em tartarugas.
O Que é Comensalismo?
O comensalismo é uma relação que se estabelece entre organismos de espécies diferentes em que uma se beneficia e a outra não tem prejuízo. Em princípio pode parecer que é o mesmo que inquilinismo, mas existe uma diferença. A diferença está no objetivo dessa relação, no caso do inquilinismo é moradia ou proteção enquanto no comensalismo é alimento.
Exemplos de Comensalismo
Tubarão e Rêmora
Trata-se de um exemplo de comensalismo e inquilinismo, pois a rêmora se fixa ao corpo do tubarão através de sua nadadeira dorsal que é transformada numa ventosa para ser transportado, porém, também se alimenta dos restos do tubarão. Pelo fato de a rêmora se alimentar somente dos restos que são descartados pelo tubarão não o atrapalha em nada.
Urubu e o Homem
É possível identificar uma relação de comensalismo entre o homem e o urubu uma vez que o animal se alimenta dos restos do homem, ou seja, do seu lixo em lixões das cidades. Nesse caso o urubu é o comensal.
Leão e a Hiena
A hiena é o comensal, pois acompanha de longe os leões que saem para caçar, andando quase sempre em bandos. Assim que os leões terminam de se alimentar as hienas aproveitam para comer as carcaças que restaram.
Parasitismo
Diferentemente do inquilinismo e do comensalismo, o parasitismo, é uma relação em que uma das espécies se beneficia e a outra é prejudicada. O parasita é o agente agressor dessa relação, o hospedeiro é a espécie que abriga o parasita e se prejudica por isso. A relação desarmônica se dá no fato de que a espécie parasita retira do seu hospedeiro nutrientes essenciais.
Dentre os principais exemplos de relações de parasitismo estão o das verminoses que são causadas por vermes e que podem levar o hospedeiro a morte, mesmo que não haja essa intenção. O parasita não tem a intenção de matar o hospedeiro para não morrer também, porém, é difícil sobreviver com os nutrientes sendo retirados.
Os seres parasitas podem ser divididos em dois tipos que são os ectoparasitas aqueles que se estabelecem fora do corpo do hospedeiro e os endoparasitas que se estabelecem dentro do corpo do hospedeiro.
As Diferentes Relações Entre as Espécies
Ao longo do texto foi possível compreender que o inquilinismo é uma relação entre espécies harmônica em que uma das espécies se beneficia e a outra não tem prejuízos assim como no comensalismo, com a diferença de objetivos. Enquanto o inquilinismo se dá por motivos de moradia e proteção a segunda acontece devido ao alimento.
Esses dois tipos de relações diferem completamente do parasitismo que é um tipo de relação desarmônica uma vez que uma das espécies é prejudicada. A natureza é composta por vários exemplos de relações entre espécies que são fundamentais para que o ciclo da vida possa continuar. Os ecossistemas são muito ricos e nos mostram como as relações da natureza podem parecer com a vida.