O Racionamento de Água em São Paulo

O ano de 2014 foi bastante marcante e um dos assuntos que esteve em pauta foi a falta de água em São Paulo. A maior cidade do país se viu com problemas para abastecer a sua população devido a baixa dos reservatórios e a falta de regimes regulares de chuvas. Oficialmente o racionamento de água no estado atingia cerca de 2,77 milhões de pessoas em 25 cidades.

O racionamento de água é feito nas cidades em que o abastecimento de água e o tratamento de esgoto são de responsabilidade dos governos municipais. Fomos mais a fundo na questão para desvendar um pouco mais sobre os detalhes do racionamento histórico que foi resultante da falta de planejamento do estado mais poderoso do país.

Guarulhos

O município que mais foi atingido pelo racionamento foi Guarulhos em que 87% da água é adquirida da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Com vista aos transtornos e dificuldades enfrentadas pela população a prefeitura da cidade tem o plano de captar novos mananciais.

A Sabesp divulgou que a vazão de água foi reduzida no município de Guarulhos devido a recomendação da Agência Nacional de Águas (ANA) que solicitou que fosse reduzida a captação do Sistema Cantareira.

A Falta de Água Tem Solução em São Paulo?

Todos os dias, faça sol ou faça chuva, ficamos sabendo que o nível de água do Sistema Cantareira se não baixou também não subiu. Para se ter uma ideia da gravidade da crise hídrica do estado, em 2014 foram registrados índices abaixo de 6,4% e o volume morto foi incorporado ao volume total do sistema no dia 15 de maio. No ano anterior, 2013, op armazenamento do Sistema Cantareira estava em 40%.

Em fevereiro de 2014 a Sabesp, já preocupada com a falta de água, começou a adotar um conjunto de ações para reduzir a retirada de água do Sistema Cantareira. Antes da crise a retirada era de 31 mil litros por segundo. Uma das ações da concessionária foi oferecer desconto na conta de água para quem economizar. Outra ação foi remanejar os recursos hídricos de outros sistemas para bairros que antes eram atendidos pelo Cantareira.

A pressão da água foi reduzida a noite, essa foi a medida mais impopular da Sabesp gerando muitas reclamações pela falta de água nas torneiras de muitas casas. Porém, mesmo com esse conjunto de ações a Sabesp ainda precisou captar água do volume morto do sistema para abastecer a cerca de 6.5 milhões de pessoas somente na Grande São Paulo.

Volume Morto

Depois de fazer alguns cálculos a Sabesp constatou que o volume morto do Cantareira seria o bastante para abastecer as pessoas até a primeira quinzena de novembro. Para evitar a necessidade de criação de racionamento oficial em 2015, a Sabesp, tem como plano usar a segunda cota da reserva que é de 106 bilhões de litros.

Porém, para que pudesse fazer uso dessa segunda cota do volume morto, a Agência Nacional de Águas (ANA) exigiu que a Sabesp apresentasse um plano de contingência apresentando soluções a longo prazo.

Como as Pessoas Enfrentam o Racionamento de Água em São Paulo?

Ao todo o estado de São Paulo tem mais de 40 cidades com problemas de abastecimento de água. Para enfrentar essa fase difícil muitos moradores e empresários dessas cidades tem comprado água de empresas que possuem poços artesianos. São quase oito milhões de pessoas que tem motivos reais para se preocupar com o racionamento.

O Sistema Cantareira, responsável por abastecer quase a metade da população da Grande São Paulo, chegou a níveis assustadores de 3,9%. Havia uma liminar na Justiça que impedia a Sabesp de utilizar a segunda cota do volume morto, essa liminar foi derrubada. O uso das reservas técnicas somente pode ser feito através da transferência da água de um reservatório para outro.

O Sistema Cantareira

O Sistema Cantareira é formado por seis represas que são interligadas por 48 quilômetros de túneis. A represa Atibainha que fica em Nazaré Paulista chegou ao nível zero pelo sistema de captação, contudo, ainda conta com 26 milhões de litros de reserva.

A Sabesp prevê que a água do volume morto é suficiente para abastecer a população até março de 2015. Apesar disso, antes dessa data muitas casas, prédios e empresas de São Paulo tem tido que recorrer a caminhões-pipa.

Caminhão-Pipa

As pessoas que se veem obrigadas a recorrer ao caminhão-pipa devem ter atenção especial a procedência da mesma. Você deve se informar a água vem mesmo de um poço artesiano e se passou por uma análise que assegura que a mesma é potável. Mas, fique atento que saber se a água de poços é de qualidade é somente um dos cuidados que você deve ter.

Também é necessário que se saiba que a manutenção do reservatório está em dia bem como a sua tubulação. O tanque do caminhão-pipa deve estar limpo para fazer o transporte da água em segurança. Ele deve estar sem ferrugens e livre de bactérias que podem causar problemas de saúde.

Procura

As empresas que trabalham com distribuição de água de poços artesianos tem visto o movimento crescer desde a segunda metade do ano de 2014. O preço, em consequência, também tem aumentado consideravelmente. Para se ter uma ideia um caminhão de 20 mil litros de água pode custar entre R$ 500,00 e R$ 1.700,00.

Problema Antigo

Engana-se quem pensa que o racionamento de água em São Paulo é decorrente apenas da estiagem que atingiu o estado em 2014. Essa crise sem precedentes também resulta da falta de planejamento da área de saneamento. A Sabesp é uma empresa que lucra com a venda de água, ou seja, nunca se preocupou em conscientizar ou informar o seu consumidor de que deveria economizar, pois quanto mais água consumida mais lucros.

Desde 2010 a concessionária tira do Cantareira mais do que é reposto. No ano de 2013 o nível do sistema foi sofrendo baixas constantes. A falta de chuvas de 2014 foi o sinal que faltava de que a água iria acabar e não tinha mais de onde suprir todo esse desperdício. O Governo do PSDB não mediu esforços para esconder da população o problema que se tornou evidente em 2014.

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Categoria(s) do artigo:
Recursos Naturais

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