Educação Expedicionária: O Brasil na Segunda Guerra Mundial

Pouco se sabe sobre a Força Expedicionária Brasileira (FEB), pois não existe uma grande tradição na Educação Expedicionária, ou seja, em contar a história de como o Brasil se envolveu na Segunda Guerra Mundial e ajudou os Aliados a conquistar a tão almejada vitória.

Conheça um pouco da história da força expedicionária do Brasil e descubra como os militares do nosso país foram essenciais em muitos momentos da Guerra. Saiba também como essa participação na Guerra ajudou a trazer mudanças para o nosso país.

O Começo

Apesar de não haver um grande destaque para o fato na história da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) o Brasil teve um papel importante nesse evento. A participação do país se deu efetivamente através do envio de força militar para os campos de batalha. O nome desse grupo de bravos soldados era Força Expedicionária Brasileira (FEB).

O grupo chegou a reunir cerca de 20 mil homens que participaram da Guerra junto com os Aliados (Estados Unidos, Inglaterra e União Soviética) e enfrentando em batalhas os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão).

O Surgimento da FEB

A organização oficial da FEB aconteceu no ano de 1943, o Brasil já havia declarado apoio aos Aliados em janeiro do ano de 1942. Esse tempo que se estendeu entre a afirmação de aliança e o efetivo de homens foi preenchido com o envio de oficiais brasileiros para os Estados Unidos para cumprir treinamentos militares naquele país.

Então quando chegaram a Itália as tropas da FEB se uniram as do 5° Exército norte-americano que por sua vez se aliou ao 10º Grupo de Exércitos Aliados. A chegada das tropas da FEB se deu em julho de 1944. O contexto desse momento era uma certa vantagem do Eixo na Guerra.

Educação Expedicionária

O objetivo principal da missão brasileira era reforçar o contingente de homens dos Aliados para que o combate as tropas do Eixo fosse mais efetivo. As tropas do Eixo se encontravam estacionadas na Itália e o objetivo era mantê-las longe das tropas que se encontravam na França e que também eram inimigas.

Um dos pontos altos da virada de jogo dos Aliados foi a libertação francesa. Nesse ponto houve uma indicação de que eles poderiam vencer a Guerra.

Os Principais Combates na Itália

A Força Expedicionária Brasileira teve uma participação bastante intensa e efetiva no combate as tropas do Eixo na Itália. A campanha foi iniciada apenas poucas semanas depois que os brasileiros desembarcaram na Europa.

O primeiro combate travado pela FEB aconteceu no período do outono da Europa. Nesse momento os brasileiros ajudaram a tomada de Massarosa, Camaiore e Monte Prano no vale do rio Serchio, na região da Toscana.

Os Combates

A frente da região da Emília Romanha foi uma das quais a FEB mais se destacou e obteve os seus resultados mais expressivos dentre os quais estava a conquista das comunas de Montese, Monte Castello e o cerco a uma divisão militar do Eixo. Um local muito importante, pois era lá que as tropas inimigas impediam o avanço das tropas dos Aliados na direção norte da Itália.

Depois de alguns combates diretos os brasileiros conseguiram chegar finalmente a dominação do local. Em seguida foram rumo a Gênova, um ponto próximo a fronteira da França.

Nessa região a FEB ainda travou mais alguns combates difíceis com os militares do Eixo antes que se conseguisse a sua rendição. Nos primeiros meses do ano de 1945 os Aliados conquistaram mais algumas comunas italianas. A FEB marchou até Turim e depois até Susa onde se juntou a tropas francesas que haviam ficado estacionadas na região.

Os Interesses na Organização da FEB

Podemos dizer que a contribuição da FEB para a vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial passou a ser supervalorizada e dessa forma os reais interesses que estavam envolvidos nessa participação acabaram ficando mascarados.

Avalia-se que as incursões brasileiras e as baixas que o país sofreu no front (mais de 450) ajudaram a consolidar uma imagem de um exército forte que para a Europa com o objetivo único e exclusivo de ajudar na libertação do continente do nazifacismo.

Porém, internamente havia pelos menos dois interesses bem claros do Governo de Getúlio Vargas quando ele formou a FEB e enviou as tropas brasileiras para o campo de batalha. Um dos principais objetivos era consolidar o Brasil como uma nação que tinha uma força militar importante na América do Sul.

O segundo objetivo de Vargas era garantir que o país tivesse uma posição de mais destaque no cenário internacional. Basicamente Vargas pretendia obter apoio militar para o seu governo e com o segundo garantir que o país tivesse vantagens devido ao seu papel de grande aliado dos Estados Unidos.

Devemos relembrar que o governo norte-americano fez uma pressão em Vargas para que esse cedesse as bases no Nordeste e em Fernando de Noronha para as tropas aliadas. Isso foi um ponto de partida para o Brasil finalmente se declarasse do lado dos Aliados e contra o Eixo no mês de janeiro de 1942.

Porém, é interessante destacar que as vitórias que os aliados obtiveram no norte da África ajudaram a diminuir a importância estratégica do Brasil no mês de novembro de 1942. Desse ponto em diante o Brasil entrou no conflito por sua pura insistência, os Estados Unidos já não estavam fazendo tanta pressão para esse fato.

O Brasil e a Guerra

O mais curioso é que a participação da FEN ajudou a explicitar algumas grandes contradições políticas. O país que estava se engajando na Guerra contra o nazifascismo no exterior era o mesmo que tinha no poder Getúlio Vargas que flertava com as mesmas ideias.

A luta da FEB era para que houvesse o restabelecimento da democracia nos territórios ocupados pelo Eixo, porém, no Brasil se vivia uma ditadura. Mais uma vez como já havia acontecido no século XIX no Paraguai o país se envolveu numa Guerra internacional e acabou evidenciando as suas contradições políticas. A partir daí houve o ensejo por mudanças internas significativas.

Sendo assim podemos dizer que a FEB ajudou a transformar o Brasil e engajar os brasileiros na busca pelo o que era procurado através de sangrentas batalhas na Europa.