Como Surgem os Vales? Qual a Sua Origem?

Considera-se como vale uma forma de relevo, em que o seu tamanho pode ir de alguns poucos km², até a milhares de km² de área. É, basicamente, uma região com uma altitude mais baixa, e que se encontra envolta por colinas ou por montanhas.

Em geral, a formação dos vales se dá em virtude da atividade de rios. Nesse caso, a ação da correnteza da água provoca a erosão no terreno. Contudo, os vales também podem se originar de processos geológicos distintos. 

Tipos de Vales

Existem 3 tipos de vales, que são considerados como os principais. E cuja denominação leva em conta a sua forma. Confira abaixo quais são eles e as principais características de cada um:

Vale Fluvial

Vale Fluvial

Vale Fluvial

Recebe o nome de vale fluvial a depressão longitudinal, em forma de V, cuja formação se deu pela escavação de torrente ou rio. Por causa do terreno, do clima, da natureza ou do desnível.

Esse tipo de vale acaba ficando com configurações geológicos distintas, e que apresentam designações diferentes também. Tanto a formação quanto o desenvolvimento do vale fluvial é decorrente das 3 linhas evolutivas, e de como foi a sua interferência. São elas:

1 – O aprofundamento do talvegue ou o escavamento do espaço do rio ocupado pela água (leito): está ligado com inúmeros processos relacionados à dinâmica do rio, e que são responsáveis por transporte, sedimentação e erosão no decorrer do curso da água.

Estas, por sua vez, são completamente interdependentes no decorrer das relações mutáveis do curso, bem como da carga que existe.

2 – Alargamento do sentido: relaciona-se com o envolvimento de ações morfogenéticos no sentido com estreita conexão com os processos dos rios que atuam no canal.

3 – Aumento no comprimento ou extensão dos vales: nesse caso, pode acontecer de 3 formas distintas:

  • Elevação da extensão das curvas meândricas.
  • Processo de erosão regressiva, que se tratam de processos bem significativos para vales pequenos.
  • Movimento eustático dos oceanos ou prolongamento de desembocaduras em virtude do enchimento dos lagos.

Vale Glaciar (ou vale em U)

Vale Glaciar

Vale Glaciar

Esse tipo de vale é comumente encontrado em regiões montanhosas, que se originaram de processos de erosões de glaciar, que ocupavam, antes, o atual vale. Originalmente, é chamado de vale em U.

A formação do Vale Glaciar se dá pelo enorme peso e descida lenta do glaciar, que resulta na transformação de um vale fluvial (em V), em um vale Glaciar (em U).  Confira abaixo quais são as partes de um vale glaciar:

  • Circo geológico
  • Morena lateral
  • Vale suspenso
  • Vale principal
  • Morena intermediária
  • Aresta
  • Pico

Vale Tectônico

Em geral, o vale do tipo tectônico apresenta fundo plano com baixa altitude. Também chamado de fossa tectônica ou graben, esse tipo de vale se apresenta como uma estrutura geológica que forma uma depressão cuja origem é tectônica. Normalmente, apresenta em formato de um vale alongado, que contém o fundo plano.

A sua formação se dá se houver o afundamento de um bloco de território, levando em consideração o território periférico, resultante dos movimentos que se combinam com falha tectônica que se encontram paralelas ou não.

Sendo assim, um Vale Tectônico se forma a partir de um aprofundamento de um determinado bloco, de maneira que se forma uma estrutura diferente dos vales erosivos devido a escarpas com falhas nos dois lados de uma zona deprimida.

Vale Tectônico

Vale Tectônico

Em virtude da origem tectônica desses vales, geralmente, eles se associam às estruturas mais complexas, em áreas em que as zonas deprimidas são alternadas. Os vales tectônicos compõem uma boa parcela das bacias sedimentares que existem no mundo.

Classificação dos Vales

Os critérios mais importantes associados à classificação dos vales relacionam-se à morfologia do perfil de aspecto transversal, e também ao controle estrutural.

Quanto à classificação relacionada ao controle estrutural, esta está relacionada às estruturas geológicas, que atuam no controle da sua evolução. São eles:

  • Vales anticlinais: seguindo os eixos de anticlinais entalhados.
  • Vales homoclinais: acompanham nas estruturas monoclinais e no flanco de dobras, camadas das rochas frágeis. Normalmente, consistem nos vales subsequentes de classificação genética.
  • Vales de falha: em que são seguidas as depressões estabelecidas em consequência direta de falhas, ou falhamentos.
  • Vales sinclinais: que coincidem com eixos de sinclinais.
  • Linhas de falhas: que resultam de erosão seguindo linhas de falha. Sendo assim, os cursos de determinados vales, ou de alguns de seus trechos, podem ser controlados pelos sistemas diaclases.

 Vales Epigênicos e Vales Meândricos

Os vales meândricos possuem sinuosidades mais regulares por causa do escavamento fluvial. Eles se encontram entalhados em camadas subjacentes por causa do soerguimento regional, ou então pelo fato de o nível da água baixar demais.

Nesse caso, os meandros passam a apresentar a mesma aparência do rio meândrico anterior, ou seja, o seu antecessor.

Enquanto isso, os Vales Epigênicos encontram-se relacionados ao processo de entalhamento do curso de água em rochas duras ou tenras, o que é mesmo que estarem relacionadas ao processo denominado epigenia, partindo camada sedimentar. Dessa forma, a epigenia pode ocorrer de duas maneiras:

  • Por antecedência: quando o soerguimento tectônico afetou a área onde o curso de água está instalado, e o curso original do rio foi mantido, mesmo com as alterações no relevo e em rochas subjacentes. De maneira que se forma uma espécie de garganta, com as paredes em aspecto escarpada. 
  • Por superimposição: é quando o rio corre por meio as rochas sedimentares que saem de baixo das camadas dobradas, que apresentam resistências distintas. Com o passar do tempo, as rochas subjacentes são entalhadas pelo rio, e resultam na formação de desfiladeiro ou de uma garganta.

A formação dos vales é resultante, principalmente, de processos erosivos tanto aerolares quanto lineares por meio do rio.

Assim como também pela erosão das cabeceiras de drenagem de forma regressiva, prolongamento de desembocaduras fluviais e também pelo aumento da extensão de curvas meândricas.

Em resumo, as principais características usadas para classificar os valões relacionam-se, principalmente, com a morfologia do perfil transversal e ao controle estrutural também.

Por fim, os vales são formas de depressão. E, geralmente, seus limites apresentam duas encostas. Não é raro observar curso de água na parte funda dos vales. Em algumas situações, eles são os responsáveis por sua formação.

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Categoria(s) do artigo:
Recursos Naturais

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