Região Amazônica e Mudanças Climáticas: Perigo de Extinção da Amazônia

Amazônia pode encolher em 85% devido à mudança climática, dizem cientistas europeus. O aquecimento global vai destruir as tentativas para salvar a floresta, de acordo com estudo que prevê quê um terço das árvores será morto pelo aumento da temperatura.

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Estudo Britânico: Amazonas e Mudanças Climáticas

A pesquisa feita por alguns dos principais especialistas da Grã-Bretanha sobre a mudança climática, conforme afirma artigo publicado no The Guardian. Emissões de carbono causam problemas emblemáticos, destruindo o que se tornou um símbolo poderoso do impacto humano sobre o planeta.

Até 85% da floresta poderia ser perdida se as emissões de gases de efeito estufa em espiral não estiverem sob o controle, disseram os especialistas. Mas, mesmo nos cenários otimistas de mudanças climáticas, a destruição de grande parte da floresta é irreversível.

O autor do estudo (Vicky Pope) disse que “os impactos da mudança climática sobre a Amazônia são piores do que pensávamos na medida em que as temperaturas sobem de modo rápido ao longo do próximo século e causam danos à floresta de imediato, o que poderia acumular problemas ao futuro”.

Tim Lenton, especialista em clima na Universidade de East Anglia, chamou o estudo, apresentado em uma conferência do aquecimento global em Copenhague, de “bomba”. Ele disse: “Quando eu era jovem, pensava que derrubar as árvores era destruir a floresta, mas agora parece que a mudança climática vai entregar o golpe mortal”.

O estudo, que foi submetido à revista Nature Geoscience que usou modelos de computador para investigar como a Amazônia responde aos futuros aumentos de temperatura.

Meta em Diminuir os Gases

Aumento de 2C acima dos níveis pré-industriais, considerado o melhor cenário possível aquecimento global e a meta para ambiciosos planos internacionais a reduzir as emissões, veria 20-40% de morte vegetal na Amazônia entre 2000 e 2100. Um aumento de 3C traria 75% da floresta destruída, enquanto que crescimento de 4C mataria 85%.

Especialistas haviam previsto que o aquecimento global poderia causar morte significativa na Amazônia. A pesquisa britânica é a primeira a quantificar o efeito de longo prazo.

Chris Jones, que liderou a pesquisa, disse à conferência: “Um aumento de temperatura de qualquer coisa sobre 1C obriga a alguma perda no futuro da floresta amazônica”.

Peter Cox, professor de dinâmica de sistemas climáticos na Universidade de Exeter, disse que os efeitos seriam sentidos em todo o mundo. “Ecologicamente seria uma catástrofe ao próprio clima. Os trópicos são condutores de sistemas climáticos do mundo e matar a Amazônia é provável que mude o comportamento humano para sempre. Nós não sabemos exatamente o que iria acontecer, mas poderíamos esperar quente extremo e permanente”.

Conforme Jones o estudo mostrou que o crescimento das árvores em altas latitudes, como na Sibéria, aumentaria, mas seria improvável para compensar os estoques de carbono perdidos da Amazônia. Mesmo com cortes drásticos nas emissões na próxima década, os cientistas dizem que existem em torno de 50% de chance de a temperatura global ficar acima dos 2C.

O melhor cenário de emissões são baseados no pico em 2015, quando a temperatura do tempo pode mudar aumento de 2-3% ao ano, para uma diminuição de 3% ao ano.

Ambientalistas disseram que estavam alarmados com as previsões. “Com um aumento de mais de 2C você começa a ver uma mudança em grande escala para savana”, disse Beatriz Richards, chefe de política florestal UK. “As pessoas também perdem serviços ambientais importantes, como a manutenção de níveis estáveis de carbono”.

“As pessoas têm conhecimento sobre as relações entre clima e florestas há algum tempo, mas a coisa agora é alarmante no nível de certeza porque as observações do mundo real estão a alimentar os modelos de computador”, disse Tony Juniper, um militante ambiental britânico.

“Não há tempo para demora. Governos devem cooperar para reduzir as emissões industriais e ao mesmo tempo frear o desmatamento, caso contrário, teremos uma extinção em massa e catástrofe do aquecimento global”, completa Juniper.

Os resultados foram anunciados, no segundo dia de uma reunião-chave da ciência do clima, em Copenhague, que se destina a incentivar os políticos a tomar medidas para reduzir a poluição de carbono.

Degradação da Amazônia e Aquecimento Global

Os especialistas preveem que as temperaturas elevadas no mundo reduzirão as chuvas na Amazônia, o que causará seca local generalizada. Com menos água e crescimento das árvores a vegetação vai reduzir.

Sem água as raízes entrem em colapso e acontece queda de árvores. A floresta se torna ressecado barril de pólvora seco e suscetível ao fogo, que pode se espalhar para destruir partes saudáveis de floresta.

Efeitos positivos esperados por cientistas são lançamentos de carbono armazenados nos ecossistemas árticos congelados e aumento na energia solar absorvida pelo planeta.

Como as tendências de destruição de habitats interagem com as mudanças climáticas a preocupação é que a Amazônia seja afetada por conjuntos de atos que poderiam acelerar de modo drástico o ritmo de floresta perdida e degradação.

Umidade do Solo na Amazônia

Estudos projetam ambientes quentes e secos para a Amazônia, mudanças climáticas pinta um futuro sombrio para a região. A floresta desempenha papel importante na manutenção do clima global e regional.

Os cientistas estão percebendo algo perturbador na floresta amazônica. O motor hidrológico está começando a falhar. Dois fatores principais estão em jogo. Um fator é o El Niño Oscilação Sul, fenômeno climático que influencia grande parte da variabilidade climática na América Latina.

Embora os eventos El Niño sejam ocorrência natural, mudanças climáticas induzidas por ações humanas aumentam a frequência no futuro. O fenômeno está associado às condições de seca no nordeste do Brasil, norte da Amazônia, o Altiplano (Peru – Bolívia) e costa do Pacífico da América Central.  O Sul do Brasil e noroeste do Peru exibiram condições úmidas durante os eventos.

Outro fator é o desmatamento, que além de remover a cobertura florestal provoca mudança dramática em padrões de chuva e de distribuição. Os resultados sugerem que o desmatamento atual na Amazônia alterou o clima regional.

A mudança climática e o desmatamento podem converter a maior parte da floresta amazônica em savana, com impactos enormes na biodiversidade do clima mundial.

Artigo Escrito por Renato Duarte Plantier

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Categoria(s) do artigo:
Recursos Naturais

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