O crescimento populacional de um ecossistema tem base em vários fatores, dentre os quais se destacam a taxa de crescimento intrínseca de uma determinada espécie. Basicamente a taxa de crescimento é o resultado da diferença entre a taxa de naturalidade e a de mortalidade dessa espécie.
Porém, existem outros fatores que influenciam diretamente nessa taxa de crescimento populacional que são a limitação de recursos como alimentação e ainda a predação. Os especialistas definem que existem quatro padrões básicos de crescimento de uma população que são o Padrão J, Sazonalmente Flutuante, Interação Predador-Presa e Limitado por Recursos. Confira abaixo mais detalhes sobre cada um desses padrões.
Os Padrões de Crescimento Populacional
Padrão J de Crescimento
O padrão de crescimento chamado de J tem esse nome devido a curva de crescimento populacional que tem o formato da letra devido ao fato de que não existem limitações de recursos e nem mesmo predação nesse ecossistema. Outro nome pelo qual esse padrão é conhecido é crescimento exponencial.
Nesse padrão identificamos que uma população tem um crescimento lento, ou seja, existem poucos indivíduos da espécie. Depois a taxa intrínseca de crescimento salta rapidamente se tornando cada vez mais elevada. A taxa acaba se tornando quase vertical.
O padrão J pode acontecer devido a acontecimentos extremos como o desaparecimento de uma população devido a problemas como doenças ou incêndio. Porém, é importante dizer que esse padrão não é comum entre as macro espécies. Outro exemplo de situação que pode levar ao padrão J é a mudança de uma espécie para um novo ambiente em que não existe competição pela comida e nem mesmo predação, ou seja, os indivíduos não terão mais problemas para sobreviver.
Em geral as espécies invasoras apresentam esse padrão de crescimento exponencial, mas o padrão J não pode ser mantido por muito tempo, pois em algum momento surgirá competição por alimentos e pelo espaço sem contar no surgimento de novos predadores naturais.
Padrão Logístico de Crescimento
Geralmente as populações que tem os recursos limitados e precisam competir pelo ambiente apresentam os padrões logísticos de crescimento. Esse crescimento da população acontece lentamente e em algum momento apresenta uma curva exponencial que chega a ser semelhante a curva em J.
Porém, pelo fato de precisar disputar constantemente o ambiente e os recursos essa população acaba não chegando a sua taxa intrínseca de crescimento. Essa taxa acaba sendo reduzida de forma gradual até atingir o estado de equilíbrio, ou seja, a capacidade que o ambiente tem de absorção.
Nas situações em que a população acaba ultrapassando o limite da sua capacidade máxima acontece a rápida mortandade, quase sempre devido a falta de alimentos e consequente fome. Essa população passa por um período em que cai abaixo da capacidade de absorção e após isso começa a se recuperar.
Esse tipo de oscilação pode se manter durante algum tempo em especial quando a capacidade de absorção do ambiente sofre alterações.
Padrões de Crescimento Controlados Sazonalmente
As mudanças do clima em cada estação do ano podem influenciar o padrão de crescimento das espécies. Podemos exemplificar isso através de espécies de vida curta como as algas e as diatomáceas. As algas, por exemplo, podem ter verdadeiras explosões de crescimento quando se veem livres da predação e assim há uma proliferação de algas.
Ao contrário das algas espécies como as de diatomáceas podem enfrentar supressões populacionais sazonais, principalmente devido ao frio. As temperaturas mais baixas acabam levando a maior taxa de mortandade da população de diatomáceas que vivem em lagos de água doce.
Em geral as espécies de diatomáceas têm taxas rápidas de crescimento, mas durante o inverno as diatomáceas de reprodução mais lenta predominam. Dessa forma o tempo mais frio do inverno acaba atrapalhando a eliminação de competição por parte das diatomáceas.
Sendo assim existe um padrão de crescimento alto, depois uma queda, um pequeno aumento no crescimento durante o outono e depois uma taxa de mortandade no inverno. Basicamente a capacidade de absorção do ecossistema está sempre num fluxo constante para esses organismos.
Padrões de Crescimento Predador-Presa
O padrão de crescimento predador-presa leva em consideração as oscilações que existem das populações de predadores e de presas conjuntamente. O modelo que é de Lotka-Volterra observa que o crescimento da população de predadores está sempre atrás do crescimento da população de presas.
Nesse cenário as mortes causadas pelos predadores acabam controlando o número de indivíduos da população de presas, não existe um período de escassez. Quando o número de indivíduos da população de presas cai o número de indivíduos da população de predadores também.
Depois dessa queda existe um período de crescimento exponencial das presas que dura até o momento em que os predadores entram em ação novamente. Esse modelo de estudo de padrão de crescimento entende que os parasitas e as doenças também são predadores, pois eles contribuem para a taxa de mortalidade das presas.
O Crescimento Populacional Humano
O crescimento populacional que tem preocupado os cientistas e ambientalista é aquele do ser humano. Os especialistas no tema argumentam que quanto maior as populações se tornam maior é o seu consumo de recursos naturais. Dentre possíveis soluções que esses estudiosos apresentam está a conscientização e o acesso de mulheres de países pobres a anticoncepcionais e ainda uma mudança na forma de consumo dos países ricos.
De acordo com estudos desses cientistas o aquecimento global em parte é uma consequência do crescimento populacional desenfreado. Isso porque esse crescimento é o responsável, mesmo que indireto, pelo esgotamento de recursos naturais, maior poluição e redução da biodiversidade.
Esse tema apesar de muito relevante para o bem estar do planeta não está muito em voga porque as pessoas têm lembranças traumáticas de controles de natalidade coercitivos realizados durante a década de 70 em países pobres.
Consumo
Além das populações que crescem a níveis incontroláveis há a questão do consumo nos países mais ricos que contribuem de forma significativa para que haja grandes danos ambientais. Isso porque existe a emissão de gases estufa que são de duas a quatro vezes mais do que em países em desenvolvimento.
Dessa forma também é importante que haja uma mudança no estilo de vida das pessoas que vivem nos países ricos e o cuidado para que o estilo exagerado que impera no momento seja proliferado para as novas economias em ascensão.