Temos ao redor do mundo mais animais do que podemos imaginar. Quem nunca se deparou com uma espécie que existe lá do outro lado do mundo e achou totalmente estranho, mesmo com uma certa semelhança com algum tipo de animal que comumente vemos por aqui? Isso é bem comum de acontecer e geralmente ocorre quando há uma diferenciação considerável de clima entre um continente e outro.
Mais abaixo você vai conhecer o arminho, um animal que existe apenas em uma determinada região do nosso planeta e muito conhecido devido a sua ligação com a arte como quadros, lendas e sonetos compostos. Apesar de não ser um animal tipicamente brasileiro, vale a pena saber um pouco mais sobre esse pequenino e charmoso animal.
Conheça mais sobre o arminho.
O Que é Um Arminho?
O arminho é um animal carnívoro da família dos mustelídeos. Cientificamente ele também é chamado de Mustela erminea. O arminho é bem pequeno, vivendo de 7 a 10 anos aproximadamente e está entre as espécies do grupo das doninhas. Vocês poderão encontrar o arminho em florestas temperadas, árticas e sub árticas do continente europeu, asiático e norte americano.
Hoje existem 38 subespécies de arminhos catalogados classificados de acordo com a região geográfica. Apesar de não existir em todo o planeta, como pudemos ver de acordo com a distribuição continental, o arminho não apresenta nenhum risco de extinção, mas existem sim algumas dessas subespécies sofrendo com a falta de habitat ameaçando a população de algumas regiões.
Como citamos mais acima, o arminho é um animal pequeno, sendo de pequeno porte onde a sua altura chega até 33 centímetros para o arminho macho e pesa no máximo 120 gramas. As damas podem ter o seu tamanho reduzido até a metade do macho e o mesmo acontece com o peso do animal. O pelo vai variar de acordo com a estação, sendo marrom durante a primavera e o verão e outono e inverno a pelagem fica totalmente branca. Não existe outra variação de cor, mesmo que sejam arminhos de subespécies diferentes. O corpo do animal é bem lingilíneo apresentando quatro patas bem curtas e uma cauda no final do corpo que pode medir até 40% do comprimento total do arminho.
Dama com Arminho
Dama Com Arminho
Esse é o nome de um quadro muito famoso de Leonardo Da Vinci retratado no ano de 1485. O Dama com Arminho foi um retrato de Cecília Gallerani, encomendado por Ludovico Sforza. O quadro mostra a jovem Cecília com sua cabeça pintada lembrando o anjo Uriel também retratado na pintura Madona. O olhar de Cecília mostra-se fixado para algum lugar ou alguma coisa que não está retratado no quadro e, portanto não se mostra visível para quem olha a pintura. O sorriso sempre sereno e as roupas bem típicas da época da e discretas.
O arminho também foi retratado com o mesmo movimento da cabeça da jovem Cecília. As duas curvaturas são bem iguais inclusive da pata. Pode-se perceber uma sintonia muito grande entre o animal e a jovem Cecília. O arminho está representando o seu amante, Ludovico Sforza, justamente quem encomendou o quadro a Leonardo Da Vinci.
Arminho Real
O quadro tornou-se uma boa referencia entre as obras de Da Vinci, mas o romance entre Cecília e Ludovico não durou muito, quase não chegando ao final da pintura do quadro. Ludovico casou com Beatriz d’Este, a quem também retratou em pintura.
Hoje o quadro está exposto no Museu Czartoryski, localizado na cidade da Cracóvia na Polônia.
Lenda do Rei e do Arminho
Esse pequeno e charmoso animal também está retratado em uma bela lenda. Você ainda não conhece a lenda do Reio e do Arminho? Vamos então saber como se deu essa história.
Era uma vez um rei, que como todos os reis do mundo, usava uma bela coroa e mandava em um reino. Acontece, que esse rei chegou até o seu trono porque um de seus ancestrais querendo muito o poder, juntou alguns soldados severos e esmagara os crânios de toda uma família real e dessa forma, ele tomou a liderança de um reino inteiro e deixou toda uma aldeia sob as suas severas leis. Ainda não se sentindo satisfeito com o seu reinado, o Rei cedeu algumas dessas terras para a igreja em troca de que essa instituição religiosa convencesse seus súditos de que o tal Rei era um enviado de Deus na Terra e devido a isso, todos os súditos deveriam idolatrá-lo e ele, o Rei, poderia também fazer tudo o que desejasse, inclusive explorar financeiramente o povo de tal aldeia, como de fato ele passou a fazer.
Um belo dia, esse Rei estava passeando por suas terras com um de seus soldados e súditos e viu-se deparado com uma cena um tanto curiosa. Na ocasião, um arminho tentava atravessa um rio, mas depois de algumas tentativas ainda não tinha conseguido, pois, ao entrar na água o arminho sentia a lama do riacho em contato com seu pelo muito branco e muito limpo e recuava com certo ar de nojo por não querer sujar-se.
Quando avistou o rei, o arminho entrou em pânico e jogou-se de vez no riacho, mas ainda assim não conseguiu ultrapassar porque a lama novamente entrava em contato com o seu corpo. Foi então que o animal recuou e permaneceu ali, esperando a morte, já que o tal Rei era muito conhecido na região pelas suas maldades. Mas enquanto o arminho temia a forma com a qual o rei o mataria, espantou-se ao deparar com a ordem da majestade, que pediu que um de seus soldados envolvesse o arminho em uma manta e o soltasse do outro lado do riacho. E assim os soldados do Rei fizeram. Ao voltar para o seu palácio, imediatamente o Rei mandou colocar na bandeira do seu reinado a frase “Antes a morte do que a desonra”, seguida de um desenho de um arminho, que permaneceu como símbolo do seu reino desde então.
Esta história mostra que existem seres que preferem não viver do que viver de forma que a sua honra esteja ameaçada ou excluída.
