Carbono
Presente desde o surgimento do planeta Terra, o carbono é a molécula básica de todos os seres vivos, componente essencial da matéria orgânica e mineral. O elemento químico circula por todo o planeta passando pelos oceanos, pela atmosfera, pela terra e seu interior, num grande ciclo biogeoquímico que levou bilhões de anos para atingir a forma que conhecemos hoje presente no nosso planeta – repleto das mais variadas formas de vida em um equilíbrio dinâmico e complexo que integra o ecossistema. Se não fosse por este ciclo, a temperatura média global do ar próximo à superfície seria de pelo menos 18 graus negativos. Então, por que atualmente o carbono é considerado um dos maiores vilões ecológicos do mundo moderno se ele é vital para a vida que conhecemos? O problema está no seu crescente descontrole gerado nas últimas décadas, com aumentada proporção no final do século XX. A forma gasosa mais comum, o dióxido de carbono (CO2), teve um aumento anual em sua concentração atmosférica na média de 0,4%. Isso acarreta no aumento do efeito estufa, fenômeno que revela a elevação da temperatura da Terra – o tão falado aquecimento global.
Parte dessa mudança climática está relacionada à própria evolução e mudança do planeta. No entanto, logicamente o homem representa um dos principais causadores do avanço acelerado das temperaturas. Os principais agentes causadores provêm da queima dos combustíveis fósseis derivados do petróleo, como a gasolina e óleo diesel; das emissões poluentes nas fábricas; do desmatamento e queimadas de florestas sem controle; das grandes fazendas com agrotóxicos e da poluição dos mares e rios.
Protocolo de Kyoto
Em 1997, assustados com os desastres naturais e as possíveis consequências de um aquecimento global, os líderes mundiais reuniram-se na cidade japonesa de Kyoto para definirem uma espécie de tratado que prevê o comprometimento de todos os países envolvidos no propósito de desenvolver medidas para reduzir a emissão de gases poluentes. Desde então uma série de medidas estão sendo tomadas para tentar diminuir a poluição. Os Estados Unidos, um dos principais países responsáveis pela poluição mundial, se recusou a assinar o compromisso proposto pelo protocolo.
Comércio de Carbono
Também conhecido como comércio de redução de emissões de carbono, esta proposta surgiu em 2005 como mais uma tentativa de frear o aumento da temperatura global através do controle das emissões de dióxido de carbono (CO2). A ação propõe que empresas poluidoras passem a comprar créditos de carbono. O que isso representa? Essa “compra de créditos” atuará no sentido de financiar programas sustentáveis, áreas de reflorestamento, limpezas ou criação de entidades ou projetos em defesa da causa. O programa atinge especialmente áreas menos favorecidas, visto que a ideia central do Comércio de carbono é de aplicar tais investimentos em países semi-desenvolvidos. Apesar das tentativas, a recente explosão da plataforma Deepwater Horizon da empresa British Petroleum (BP), no Golfo do México, causando um dos piores desastres ecológicos da história, desperta a dúvida se ainda é possível restabelecer o equilíbrio do ciclo do carbono, garantindo assim a perpetuação da vida no planeta.
Por Vivian Fiorio