O Que São Pragas Biológicas?
A denominação de praga biológica se refere a organismos que podem se proliferar de forma desordenada ou mesmo fora do seu habitat natural causando grandes danos ao meio ambiente, a economia e as pessoas. Em geral a palavra “praga” é utilizada pelos agricultores para se referir a ácaros, fungos, bactérias, insetos e em alguns casos até mesmo a alguns vegetais que podem ser bastante invasivos como as ervas daninhas, por exemplo.
O termo ainda pode se referir a doenças de animais ou pessoas que são causadas devido a algum agente patogênico. No último caso citado a denominação mais correta é epidemia, endemia ou pandemia, tudo depende das dimensões ou da frequência dessas doenças.
Pragas Urbanas
As chamadas pragas urbanas se referem a animais como baratas, ratos, cupins, mosquitos, formigas e traças. Essas espécies são consideradas pragas biológicas porque são capazes de infestar centros urbanos transmitindo doenças como dengue e leptospirose.
Aliás, é importante dizer que essas talvez sejam as pragas mais difíceis de combater devido a questões como falta de saneamento básico e moradias em lugares irregulares. A falta de estrutura das residências em locais como comunidades pobres e favelas favorece que esses vetores se proliferem. Acredita-se que somente de baratas existem mais de 5.000 espécies em todo o planeta.
Espécies Não Nativas
Na maioria dos casos as espécies que se tornam pragas num determinado local não são nativas do mesmo. Quando essas espécies chegam a um ambiente no qual são invasoras acabam com o equilíbrio ecológico e podem acabar causando a extinção de espécies nativas. Porém, não é somente a questão de ser ou não nativa do local que pode culminar no surgimento de pragas.
Outros fatores que podem ser responsáveis pelo surgimento de pragas biológicas dentre os quais podemos destacar o desmatamento. Quando parte de uma mata é eliminada diversas espécies de planta somem e assim o habitat de vários predadores como aves e morcegos acaba sendo destruído.
Os predadores sentem o primeiro impacto e dessa forma as populações de presas como os insetos, por exemplo, cresce de forma desordenada até se tornar uma praga. Sempre que o ambiente é modificado de forma drástica acabará acarretando em mudanças significativas.
Bioinvasão
A chamada bioinvasão acontece quando uma espécie que não é nativa é inserida num determinado ambiente, seja de forma acidental ou proposital. Quando uma situação dessa acontece é possível que aconteçam duas coisas, a primeira que a espécie exótica morra devido a falta de capacidade de se adaptar ou então se tornar uma praga se não houver nenhum predador.
O segundo cenário tem o seu auge quando a espécie invasora começa a se proliferar, a espécie exótica irá dominar o ambiente caso não haja nenhuma providência. Algumas medidas podem ser tomadas para tornar o ambiente desfavorável para o estabelecimento dessa espécie exótica.
A primeira coisa que pode ser feita é esgotar a fonte de alimentos dessa espécie, também é possível de forma controlada inserir uma espécie predadora para que iniba o crescimento da espécie invasora. Essa ação é chamada de “controle biológico de pragas”, uma possibilidade para não precisar fazer uso de agrotóxicos e pesticidas que se constituem no controle químico de pragas.
As Pragas na História da Humanidade
A proliferação de pragas biológicas pode acontecer devido a falta de informação ou por mero descuido, porém, não é de hoje que o homem precisa estar pronto para combater esse problema. No decorrer da história da humanidade as pragas que surgiram foram atribuídas a diversos fatores até mesmo (e em grande parte dos casos) a vontade de Deus.
Podemos exemplificar isso através da história bíblica das “10 Pragas do Egito”. Alguns cientistas acreditam que as 10 pragas do Egito realmente existiram, mas na verdade tem outra explicação que de divina não tem nada. Um exemplo é a passagem da Bíblia que diz que as águas do Rio Nilo ficaram vermelhas de sangue.
Os estudiosos explicam que pode ter acontecido uma proliferação de algas conhecidas como Pfiesteria Piscicida que causam hemorragia nos peixes. Devido a isso as águas do Nilo podem mesmo ter ficado tingidas de sangue, mas por causa de uma praga real. Além disso, é possível explicar proliferação de insetos e outras pragas.
Outras Definições de Praga
- Praga – Uma definição básica de praga é que se refere a qualquer espécie, biótipo ou raça de animais, vegetais ou agentes patogênicos, nocivos aos vegetais ou produtos vegetais.
- Praga Exótica – Refere-se de forma exclusiva as pragas que se originam de espécies de outros ambientes que quando introduzidas num determinado habitat acabam por infestá-lo. Nessa definição estão englobados gametas, sementes, ovos ou propágulos que tem a capacidade de se reproduzir e sobreviver.
- Praga não-quarentenária regulamentada – Essa definição tem como foco aquelas pragas que afetam o desenvolvimento de plantas de forma que essas perdem o seu uso. O impacto econômico desse tipo de praga é bastante prejudicial.
- Praga presente – Trata-se das espécies, raças ou biótipos de vegetais, animais ou agentes patogênicos que estão presentes num país, numa área ou numa região e que são nocivos podendo causar danos econômicos, sociais ou ambientais.
- Praga quarentenária A1 – Trata-se de um tipo de praga que tem importância econômica potencial para a área que ela coloca em perigo e que não é ainda oficialmente presente.
- Praga quarentenária A2 – É uma praga que tem uma grande importância econômica para a área que coloca em perigo e que não está plenamente distribuída. Essas espécies são oficialmente regulamentadas.
- Praga quarentenária – Esse tipo é composto por espécies que tem importância econômica para a área que coloca em perigo e que ainda não se encontra presente e se está não se encontra totalmente controlada.
- Praga regulamentada – Pragas definidas como quarentenária ou não-quarentenária que são regulamentadas.
As pragas biológicas podem ser um grande problema para o equilíbrio biológico de alguns habitats. É importante ter uma atenção especial a essas espécies quando a proliferação começa a acontecer. O controle é essencial para que não haja uma infestação completa que destrua o ambiente. As espécies invasoras quase sempre acabam por se constituir em pragas biológicas.
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