Algumas formações geológicas nos surpreendem pela aura de mistério que as cerca. Os Cânions podem entrar nessa categoria capaz de nos surpreender pela sua formação e nos encher de curiosidade. Se você deseja saber mais sobre esses vales profundos confira o nosso texto.
Descubra os segredos dos vales que estão pelo mundo todo, como são formados e porque eles atraem tantos olhares curiosos de turistas.
Cânions – Vales Profundos
Os Cânions são vales profundos que possuem encostas quase verticais, a extensão deles pode ser de centenas de quilômetros, isso sem contar que podem atingir até 5 mil metros de profundidade. Quando observamos pela primeira vez um Cânion vemos apenas entalhes gigantes na superfície, bem poderíamos imaginar que eles são o resultado de algum evento catastrófico do planeta.
Porém, se você imagina que os Cânions são resultantes de terremotos que abriram a terra saiba que está enganado. Na maior parte dos casos esses vales são o resultado do aprofundamento, lento, que pode durar milhões de anos para terminar. Os responsáveis por grande parte dos Cânions são os rios.
Os Rios Formadores de Cânions
Dependendo da declividade do terreno e da quantia de água dos rios e das fraturas que já existem no terreno o curso d’água se torna capaz de fazer o entalhe das rochas do leite por onde passa. Assim tem origem muitos paredões, mas, vale destacar que um rio não consegue o feito de produzir um cânion sozinho.
Além da água tem um papel importante nesse processo os chamados soerguimentos. Os soerguimentos são processos de choque e deslocamento de placas dentro da crosta da Terra. Esse processo acaba elevando gradualmente o relevo na região, enquanto o terreno sobe os rios que correm na superfície começam a ficar mais velozes e aprofundar os seus leitos. A altura dos paredões só faz aumentar com isso.
Entendendo a Origem das Rochas
Alguns cientistas acreditam que através do entendimento do processo de formação dos cânions é possível saber mais sobre a origem das rochas e do relevo da região em que ele se encontra.
Para compreender um pouco isso imagine que a Terra é como uma cebola e a região dos cânions é como um corte de faca na mesma. Esse “corte” possibilita que se observe outras camadas. Sem a casca é possível enxergar muito mais longe e conhecer a composição das rochas.
Um dado importante de destacar é que os cânions de hoje não são retratos exatos do passado, isso porque existe um processo contínuo de erosão fluvial e ainda a ação de intempéries como sol, calor, vento, gelo e até mesmo a gravidade da Terra. Tudo isso causa desmoronamentos e modifica o aspecto das feições dos cânions ao longo do tempo.
O Grand Canyon
Quando o assunto são cânions não tem como não lembrar e não falar sobre o Grand Canyon. Os seus paredões de quase 2 mil metros de altura são atrações para turistas do mundo todo. Essa bela atração fica no estado do Arizona, nos Estados Unidos. Se você busca por um turismo diferenciado vale a pena investir numa visitinha a esse abismo.
Trincheira Colorida
Devido a ação de milhões de anos de erosão fluvial os paredões rochosos do Grand Canyon são coloridos. É possível observar uma longa extensão predominantemente vermelha ao longo dos cânions, em outros pontos a rocha tem cores diferentes. Cada rocha tem sua cor específica que compõem um visual interessante com vários tons que incluem cinzas, violetas, rosas, verdes, amarelo dentre outros.
Rio Colorado – Uma Escavadeira Natural
Quando observamos o Grand Canyon pensamos em como seria trabalhoso para uma escavadeira retirar toda a terra de um abismo profundo como esse. Porém, esse trabalho é feito por um tipo de escavadeira natural, o Rio Colorado.
Há 6 milhões de anos esse rio carrega sedimentos e ajuda a esculpir o local. A capacidade de erosão é realmente impressionante. Antes de a represa Glen Canyon ser inaugurada em seu leito no ano de 1963 os pesquisadores estimavam que o rio arrastava em torno de 500 mil toneladas todos os dias.
Além do Rio Colorado outros afluentes também ajudam nesse trabalho escavando os seus próprios vales. Vale lembrar que há também a alimentação das chuvas e da neve (isso nas regiões mais elevadas).
Uma Atração Turística
O Grand Canyon está entalhado num planalto que se estende por cerca de 445 quilômetros no estado do Arizona nos Estados Unidos. Esse local é um dos principais pontos turísticos do mundo. Todos os anos a região recebe cerca de 5 milhões de turistas que desejam conhecer o parque nacional que abriga os vales mais profundos.
A Geologia
Um dos pontos mais interessantes em relação aos cânions e também sobre o Grand Cânyon é que ele é formado pelo acúmulo de rochas sedimentares. Essas rochas tem como principal característica apresentar camadas que vão sendo depositadas umas sobre as outras.
Sendo assim elas ajudam a contar a história geológica de um local, imaginem que as rochas das camadas mais profundas se formaram há cerca de 2,5 bilhões de anos. Por isso esse cânion é visto com grande destaque no estudo geológico.
Conhecendo Outros Desfiladeiros
Yarlung Zangbo (China) – Maior Formação do Mundo
O cânion Yarlung Zangbo, localizado na China, começou a ser explorado apenas na década de 90, mas já conseguiu o feito de roubar o título de maior do mundo do Grand Canyon. O desfiladeiro chinês conta com 496 quilômetros de extensão e os seus paredões tem cerca de 5 mil metros de altura.
Itaimbezinho (Brasil)
O nome do cânion Itaimbezinho, do Brasil, significa em tupi-guarani “Pedra Cortante”. Está localizado no Rio Grande do Sul e conta com 6 quilômetros de extensão. Os seus paredões contam com 700 metros de altura.
Rio Fish (Namíbia)
Esse é um dos cânions mais extensos do mundo, ele é escavado no sul do continente africano e possui em torno de 160 quilômetros. Porém, os seus desfiladeiros não são tão grandes e chegam a ter em média em torno de 500 metros de altura.
Colca (Peru)
Um exemplo de erosão mais profunda que a da cordilheira dos Andes, possui em torno de 100 quilômetros de extensão, os seus desfiladeiros tem até 3 mil metros de profundidade.