O Que Há No Centro da Terra

Quantas crianças não imaginaram no auge da sua inocência que seria possível cavar um buraco bem fundo no Brasil e passar por ele até chegar na China? E depois quando cresce e começa ter as primeiras aulas de ciências descobre que isso seria impossível porque seria necessário ultrapassar várias camadas, sendo que em algumas delas um ser humano não sobreviveria. Sem falar no centro da Terra, que deixaria uma pessoa carbonizada em poucos segundos.

Então, nos perguntamos o quanto mais longe dá para ir em direção ao centro da Terra sem correr riscos? Será que daria para chegar até o manto do planeta ultrapassando a crosta terrestre?

As Camadas da Terra até Chegar ao Centro

Para chegar ao centro da Terra é necessário atravessar muitas barreiras, as camadas existentes no planeta. Para dificultar, cada uma delas é composto de uma química diversa da outro. Considere o nível do mar, os 35 quilômetros iniciais está a crosta terrestre, o material dessa é rochoso sólido.

Seguida dos 35 quilômetros chegando até os 2890 é a camada chamada de manto e o que compõe essa região são os materiais sólidos e fundidos, que chamamos de magma terrestre.

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Dos 2890 aos 6378 chegamos no núcleo do planeta e esse se divide em duas partes, sendo uma sólida e a outra líquida. Essa camada sofre com grande pressão atmosférica.

Até os dias atuais o homem não ultrapassou as escavações na crosta terrestre porque gostaria de chegar até o manto. Chegar até essa camada poderia ser uma boa fonte de estudos e um modo de entender algumas particularidades da Terra.

O Homem Ainda não Conseguiu Chegar Muito Longe em Direção ao Centro da Terra

Nos anos de 1970 foi a ex União Soviética a dar início as escavações para ultrapassar as camadas da Terra. Deu início ao Poço Super profundo de Kola. A ideia era ir furando até onde fosse possível chegar. E o projeto tinha como objetivo a extração de rochas que pertenceram ao período arqueano. Seria uma oportunidade de aprender mais sobre a formação terrestre.

Doze anos depois as perfurações tinham chegado a 12 mil metros e depois de mais 7 anos, 12.262 metros. A meta estabelecida no início, como mínimo, era perfurar até chegar a 15 mil metros no ano de 1993. Porém, o projeto não seguiu adiante porque no ponto onde eles chegaram as temperaturas eram insuportavelmente altas.

A temperatura registrada com eles chegaram a 12.262 metros era de 180 graus célsius e a previsão era que esse calor fosse aumentando mais ainda e até chegar 15.000 metros poderia ultrapassar 300 graus.

O Motivo que faz com que o Calor Aumente Tanto no Caminho em Direção ao Centro da Terra

Segundo os estudiosos, existe uma propriedade chamada de Gradiente Geotérmico que é o que faz a alteração para cima na temperatura de acordo com a profundidade que se desce em direção ao centro da Terra.

Calcula-se que a cada 33 metros abaixo a temperatura aumenta de 1 grau. Se trata de uma temperatura média e que sofre variações de acordo com a região do planeta. E esse aumento acontece porque ao perfurar estamos nos aproximando do manto da Terra. O seu calor produzida pelo magma pode variar, calcula-se, entre 700 e 1300 graus célsius.

A busca pelo manto terrestre é para descobrir mais sobre a formação geológica da Terra, uma vez que lá se encontram rochas de bilhões de anos atrás.

Os cientistas também apostam que no manto terrestre existam pequenos organismos e bactérias e isso provaria que é possível existir vida fora da Terra. Essa conclusão se dá pela temperatura do manto terrestre que é semelhante a de muitos outros planetas.

A Tentativa de se Aproximar do Centro da Terra é Mais Fácil via Mar

Estudos apontam que seria mais fácil chegar ao manto terrestre fazendo as perfurações oceânicas. A estimativa é que a crosta sob o oceano tem somente 7 quilômetros de espessura, enquanto do solo é de 70. Outro detalhe é que é menos resistente. Mas, não estamos falando do mar próximo as praia, essas perfurações deveriam ser feitas bem no meio do oceano.

Esse trabalho ajudaria a entender fenômenos como maremotos que fazem gerar tsunamis.

As Perfurações de Minas e os Seus Riscos

As escavações de minas em buscas de pedras preciosas representa muitos riscos para quem está fazendo essa atividade. Até porque essas pessoas precisam ir cada vez mais no fundo para encontrar essas pedras e é muito comum que todos os anos, centenas delas acabem morrendo fazendo essa atividade.

Por exemplo, o fenômeno chamado de Explosão de Rochas pode acabar soterrando os trabalhadores que estão fazendo o garimpo e o mais incrível é que quando isso acontece, os equipamentos não são destruídos. Segundo os cientistas, o fenômeno pode ser explicado porque o solo tem o seu equilíbrio que o perde quando escavado, criando problemas de pressão e depois de um tempo as rochas precisam “assentar”e voltar para o seu estado inicial.

A mina mais profunda de que se tem registro até o momento fica na África do Sul, ela chegou a 3,9  quilômetros de profundidade. A cada ano são retiradas 6 toneladas de ouro. Segundo especialistas, a exploração dessa mina não deve superar o ano de 2015, levando em conta a sua profundidade e para evitar maiores riscos.

Outra mina é bem profunda  na África do Sul e engenheiros que trabalham nela querem fazer com que ela chegue a 4, 4 quilômetros logo. A temperatura no local é de 60 graus, o suficiente para matar qualquer pessoa que se arrisque a chegar até lá.

Para evitar o calor são instalados sistemas de ar condicionado para manter a mina com 30 graus de temperatura. O grande rival dessas perfurações, porém, é conseguir que as estruturas que são criadas para fazer as escavações resistam a pressão atmosférica. Ela pode causar um desmoronamento e matar todo mundo.

Com tudo isso,  é fácil entender que ainda existe muitas etapas para pensar até conseguir chegar ao centro da Terra de fato. Não seria nem pessimista dizer que não será possível nunca fazer essa “viagem”, somente na ficção.

Agora os cientistas estudam as rochas que eles conseguiram indo o mais fundo das camadas da Terra que foi possível.

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Categoria(s) do artigo:
Natureza

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