A restinga aqui no Brasil é um local que possui terreno bastante arenoso e cheio de sais, normalmente localizado perto do mar, onde acabam se desenvolvendo algumas plantas bem específicas, como por exemplo, as herbáceas.
Devido a uma grande degradação deste tipo de terreno ele acabou sendo incorporado às áreas de preservação permanente, de acordo com o Código Florestal Brasileiro. As áreas cobertas de restinga têm uma vegetação interessante, por isso é legal conhecer melhor como ela realmente é.
Devido a sua enorme extensão, o Brasil é detentor de uma grande variedade de vegetação em todo o seu território. A formação das áreas vegetais do Brasil é bem específica de onde elas ocorrem, e entre estas áreas está a restinga.
A restinga possui uma formação vegetal costeira, que é adaptada às condições da região litorânea da qual é originária, como solo, relevo e clima.
O início da formação das restingas começou a milhares de anos, devido ao mar sofrer um recuo no seu nível e empurrar areia para a praia, o que ocasionou o surgimento de planícies arenosas.
O nível do mar sofreu variações no decorrer do quaternário por, pelo menos, três vezes. Isso acabou expondo e cobrindo as áreas litorâneas, dando origem às restingas.
A restinga sofre influência de certos fatores abióticos como a topografia da área, por exemplo, podendo ser formada por elevações e depressões. O que vai depender de como ocorreu a remoção e a deposição de matérias na região em questão; a influência do mar que, de acordo com o seu avanço para o interior, vai diminuindo, e o solo, que condiciona e limita a distribuição de formação florística. Essas condições é que irão determinar como será a fisionomia vegetal da restinga.
Nas áreas onde o solo é mais seco, as fisionomias principais são:
- Vegetação Subarbustiva ou herbácea – é uma vegetação rasteira, composta por poucos arbustos, que chegam a medir uma altura de, mais ou menos, um metro. Sua ocorrência se dá perto do mar, nas dunas, banhados, praias, lagunas e depressões. Esta vegetação recebe o nome de halófila-psamófila.
- Vegetação arbustiva – ocorre sobre cordões arenosos. É composta por arbustos, que chegam a medir uma altura de cinco metros, formando adensamento contínuo ou moitas separadas. Tem escassas epífitas (samambaias, orquídeas, bromélias, liquens), e trepadeiras em alta quantidade. É comum o estrato herbáceo apresentar gramíneas.
- Floresta baixa formada por restinga – sua ocupação se dá na planície costeira, no interior da mesma. A vegetação arbórea contém árvores com a altura de 15 metros e arbustiva. Poucas trepadeiras e muitas epífitas. Com um dossel todo aberto, e uma flora muito rica.
- Floresta alta formada por restinga – localiza-se mais longe do mar, sequenciando a floresta baixa formada por restinga, em solos que são bem drenados, e onde há uma quantidade maior de nutrientes. O dossel fechado com arbóreo, e as árvores chegando a medir uma altura de 20 metros, é o estrato que predomina.
- Floresta paludosa e floresta alagada formada por restinga – são áreas mais baixas e estão sujeitas a sofrerem alagamentos. Nessa área, as espécies vegetais que predominam são aquelas que se adaptaram aos locais onde há alagamentos como, por exemplo, o Guanandi e a Caixeta.
Com uma fauna muitíssimo rica, a restinga é muito utilizada por várias espécies de aves, como local de descanso e local de alimentação. Entre essas aves, podemos citar a coruja buraqueira e o papagaio-de-cara-roxa.
Alguns mamíferos, como o queixada, mico-leão-caiçara e a lontra, também vivem nessa área de restinga. Muito comum em praias arenosas, o caranguejo Maria-farinha, faz suas tocas onde as marés não alcançam. As restingas também são usadas pelas tartarugas marinhas, que fazem a desova no local.
Por causa da expansão urbana, que vem ocupando enormes áreas de matas formadas por restinga, várias espécies da flora e da fauna pertencentes a restinga brasileira, correm risco de extinção. Por esse motivo, a conservação do que restou da restinga é de grande importância.