Fitoplâncton: Organismos da Água

Quem pensa que no mar não existem plantas está enganado, porém, o nome que esse conjunto de organismos aquáticos microscópicos que realizam fotossíntese recebem outro nome, fitoplâncton. Esses organismos vivem dispersos e flutuando na coluna de água.

Biologia Marinha

Biologia Marinha

O fitoplâncton faz parte do universo marinho e também de água doce, seres que tem grande importância nesse ecossistema. Saiba mais a partir de agora e tire todas as suas dúvidas sobre esse interessante e curioso universo.

Classificando As Algas Azuis

Em geral os organismos que compõem esse grupo são algas, é assim que a botânica (mais especificamente a ficologia) estuda esses organismos. Em meio a esses seres as cianofíceas ou “algas azuis” se destacam pela sua grande importância sanitária e para a saúde pública.

Os estudiosos dessa área encontram bastantes dúvidas a respeito da classificação desses organismos. Essas divergências acontecem porque esses serem possuem características de células vegetais e também de bactérias.

Dentre as características de vegetais que as cianofíceas possuem podemos incluir presença de clorofila em cloroplastos e parede celular com celulose. Já dentre as características de bactérias podemos citar material nuclear disperso no citoplasma.

Atualmente, as cianobactérias são limitadas pela legislação ambiental para água potável. Essa preocupação em limitar essas algas azuis se dá pelo fato de que elas produzem toxinas (cianotoxinas) que podem ser letais para os mamíferos.

Outros Organismos do Fitoplâncton

Além das cianobactérias o fitoplâncton conta com outros organismos que são classificados em outros grupos. Alguns desses organismos estão classificados como flagelados e ciliados que possui capacidade de fazer fotossíntese, assim como os organismos da classe Euglenophyceae.

Diversos gêneros como os Euglena spp. são fotossintetizantes facultativos, isso quer dizer que sem luz eles podem sobreviver como um ser heterotrófico. Na água doce corrente (rios e ribeirões) o grupo mais encontrado é o de diatomáceas. Esses organismos microscópicos tem pigmentos amarelo-dourados e uma carapaça externa de sílica.

Essa carapaça protege as células da agressão mecânica que é causada pela correnteza, sendo assim esses organismos se mostram mais adaptados e preparados para esse ambiente. Já nos lagos e represas os organismos mais abundantes são as algas da classe Chlorophyceae.

Isso acontece porque elas contam com estruturas que ajudam na sua flutuação, mas são bastante frágeis. Esse grupo é formado por algas de incrível beleza, um dado interessante para quem imagina as algas como seres feios.

Uma curiosidade é que mesmo o plâncton sendo considerado como constituído de organismos microscópicos conta com espécies de grandes dimensões. Dentre essas espécies podemos citar algumas algas castanhas e tipos de sargaço. Como esses seres podem viver livremente em meio ao oceano são considerados como parte do fitoplâncton.

A Importância Ecológica do Fitoplâncton

O fitoplâncton está na base da cadeia alimentar dos ecossistemas aquáticos já que serve de alimento para organismos maiores. Esse grupo encontra-se na base porque pertence ao nível trófico dos produtores.

Outro dado que ajuda a reforçar a grande importância do fitoplâncton é que ele é responsável pela produção de cerca de 98% do oxigênio presente na atmosfera terrestre. Dessa forma devemos muito a esses seres microscópicos, não é mesmo?

O Florescimento do Fitoplâncton

Porém, o fitoplâncton também pode ser responsável por alguns grandes problemas ecológicos. Isso quando ele se desenvolve demais, situações em que há excesso de nutrientes e a temperatura está favorável podem gerar um número muito elevado de florescimentos desses organismos.

Phytoplankton

Phytoplankton

O fato de os seres que compõem o fitoplâncton multiplicarem-se rapidamente também contribui para o problema do excesso de organismos. Quando o florescimento acontece demasiadamente a água começa a ficar esverdeada e dependendo da temperatura, no prazo de um a dois dias, a água pode ganhar um tom castanho (isso porque o plâncton tem os seus nutrientes esgotados e começa a morrer).

Porém, o problema ecológico não para por aí, pois a morte rápida dos organismos do plâncton leva ao esgotamento do oxigênio na água. Sem oxigênio acontece a morte em massa dos peixes e demais organismos vivos.

A Poluição Também Tem Seu Papel

O boom do florescimento do fitoplâncton pode ser um evento natural, mas também pode estar relacionado a um caso de poluição. Quando acontece a descarga em excesso de nutrientes na água esses organismos encontram a possibilidade de se multiplicar muito mais rapidamente. Nesses casos a água se torna eutrofizada.

Na água doce quando essa situação se torna crônica é possível que se crie uma camada de algas azuis sobre a água que flutuam num tipo de sub-superfície da coluna d’água. Nos casos em que o florescimento foi natural o problema acaba quando os nutrientes se esgotam ou mesmo a temperatura não tem mais níveis ótimos.

Marés Vermelhas

Outro exemplo de florescimento prejudicial é aquele conhecido como marés vermelhas. Isso acontece quando a água do mar fica com uma cor castanho-avermelhada. Essa coloração é causada pelo desenvolvimento dos organismos que liberam toxinas na água. Quase sempre se trata de “algas castanhas” microscópicas do grupo dos dinoflagelados.

Ainda não são bem conhecidas as causas desse fenômeno, mas a poluição costeira parece ter grande responsabilidade nesses casos. Um dos principais estragos causados pelas marés vermelhas tem sido a destruição de instalações de aquacultura marinha.

Alguns gêneros de dinoflagelados, como, por exemplo, os Alexandrium, Pyrodinium e Gymnodinium são os principais responsáveis pelo fenômeno tido como maré vermelha. Quando essas algas encontram condições ideais para se reproduzir e ainda contam com fatores como poluição acabam se multiplicando excessivamente.

Um Perigo Letal Para o Homem

As toxinas produzidas pelas algas podem ser de grande risco para o homem uma vez que dentre essas substâncias estão a estriquinina e o cianureto. Em geral os fitoplânctons são encontrados até no máximo 200 metros de profundidade, isso porque necessitam de luz para realizar a fotossíntese.

É importante tomar cuidado com o consumo de água com uma quantidade excessiva de fitoplânctons devido a questão das toxinas que ingeridas numa quantidade considerável podem ser letais.

O fitoplâncton é muito importante para os ecossistemas aquáticos, tanto o marinho quanto o de água doce. O seu papel é fundamental para que o ecossistema esteja em equilíbrio. Se a poluição das águas diminuir os problemas ecológicos causados por esses serem também será reduzido.

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Categoria(s) do artigo:
Natureza

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