Os potenciais efeitos futuros da mudança climática global incluem incêndios mais frequentes, períodos longos de seca em algumas regiões e aumento no número, duração e intensidade de tempestades tropicais. A mudança climática global já teve efeitos observáveis no ambiente.
Geleiras encolheram e o gelo em rios e lagos está se separando mais cedo, faixas de plantas e animais mudaram e as árvores estão florescendo mais cedo. Efeitos que os cientistas haviam previsto, no passado, agora estão ocorrendo: a perda de gelo do mar, aumento do nível do mar acelerado e as ondas de calor com maior nível de intensidade.
Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas
“Tomado como um todo, o conjunto de provas indica que os custos de danos líquidos de alterações climáticas são suscetíveis de serem significativos e aumentarem ao longo do tempo”, afirma o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima.
Os cientistas têm grande confiança de que as temperaturas globais continuarão a aumentar nas próximas décadas, principalmente devido aos gases de efeito estufa produzidos por atividades humanas. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que inclui mais de 1.300 cientistas dos Estados Unidos e outros países, prevê aumento de temperatura entre 2,5 a 10 graus centígrados até o século XX.
Segundo o IPCC, a extensão dos efeitos das mudanças climáticas sobre as regiões individuais pode variar ao longo do tempo e com a capacidade de diferentes sistemas sociais e ambientais para mitigar ou se adaptar às mudanças.
O IPCC prevê que o aumento da temperatura média global de 1.8 a 5.4 graus Fahrenheit (1 a 3 graus Celsius) acima dos níveis de 1990 irá produzir impactos benéficos em algumas regiões e nocivas em outras. Custos líquidos anuais aumentam ao longo do tempo com o crescimento das temperaturas globais.
“Tomadas como um todo”, afirma o IPCC, “a gama de evidências publicadas indica que os custos dos danos líquidos de mudança do clima devem aumentar ao longo do tempo”.
Impactos Regionais da Mudança Global: Previsão do IPCC
América do Norte: Diminuição das montanhas ocidentais; 5-20 por cento de aumento nos rendimentos de agricultura de sequeiro em algumas regiões; crescimento da frequência, intensidade e duração das ondas de calor em grande parte das cidades.
América Latina: Substituição gradual da floresta tropical por savana no leste da Amazônia; risco de perda significativa da biodiversidade através da extinção de espécies em muitas áreas tropicais, mudanças significativas na disponibilidade de água para consumo humano, agricultura e geração de energia.
Europa: Aumento do risco de inundações no interior e nas regiões costeiras, proporcionando assim crescimento de erosão e elevação do nível do mar, recuo glacial em áreas montanhosas; cobertura de neve reduzida junto com o turismo de inverno; perdas de espécies extensas; reduções de produtividade da cultura do sul europeu.
África: Em 2020, entre 75 e 250 milhões de pessoas devem ser expostas ao estresse hídrico; rendimentos da agricultura de sequeiro poder ser reduzido em até 50 por cento em algumas regiões. A produção agrícola, incluindo o acesso aos alimentos, pode ser comprometida em níveis consideráveis.
Ásia: Disponibilidade de água doce deve abaixar na zona Central, Sul, Leste e Sudeste da Ásia por volta da década de 2050; Áreas costeiras estarão em risco devido às inundações; taxa de mortalidade da doença associada com enchentes e secas deve crescer em algumas regiões.
Fenômenos e Probabilidade de Tendência
01. Contração das áreas de cobertura de neve, aumento do degelo e diminuição da extensão do gelo do mar: Praticamente Certo.
02. Aumento da frequência de extremos de calor, ondas de calor e precipitação pesada: Muito provável de ocorrer.
03. Crescimento da intensidade dos ciclones tropicais: Probabilidade de ocorrer.
04. Aumento nas latitudes elevadas: Muito provável de ocorrer.
05. Diminuição da precipitação em regiões terrestres subtropicais: Muito provável de ocorrer
06. Diminuição dos recursos hídricos regiões semiáridas, incluindo EUA e oeste da bacia do Mediterrâneo: Confiança em alta.
Percepção das Mudanças Climática
As primeiras consequências das mudanças climáticas já podem ser vistas na Europa e no mundo. Os impactos são previstos para intensificar o poder de degradação nas próximas décadas. As temperaturas estão subindo, os padrões de chuva se encontram em modificação, as geleiras derretendo, os níveis do mar maiores e as condições meteorológicas extremas, resultando em riscos, tais como enchentes e secas.
As temperaturas globais subiram 0,75ºC nos últimos cem anos. A temperatura média global deve aumentar ainda mais por algo entre 1,1ºC e até 6,4ºC ao longo do século, a menos que o mundo tome medidas para limitar a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera.
Um aumento de 2°C acima da temperatura na era pré-industrial (em torno de 1,2°C acima do nível de hoje) é visto por cientistas como o limite além do qual existe risco muito maior de ocorrer mudanças perigosas e possivelmente catastróficas no ambiente global.
Os oceanos do mundo estão se aquecendo, expandindo o volume. Calotas polares começaram a derreter e geleiras ao redor do mundo estão encolhendo. A combinação das alterações é o aumento dos níveis do mar, que com o tempo vai ameaçar áreas baixas da terra e ilhas. Países como Holanda e Ilhas Maldivas correm riscos de sumirem do mapa.
Com as mudanças climáticas, fenômenos climáticos extremos, como ondas de calor, chuva, neve pesada, tempestades e enchentes estão se tornando frequentes e mais intensos. Padrões de chuva também estão mudando. Na Europa, o Mediterrâneo está se tornando mais seco, ficando vulneráveis à seca e incêndios florestais. No Norte da Europa está mais úmido e as inundações do inverno podem se tornar comum.
Vulnerabilidade à mudança climática varia muito entre as regiões. Muitos países pobres em desenvolvimento estão entre os mais vulneráveis à mudança climática porque possuem menos recursos para lidar com a problemática. Regiões europeias que são particularmente vulneráveis às alterações climáticas incluem:
Sul da Europa e bacia do Mediterrâneo (calor e secas);
Alpes (derretimento rápido da neve e do gelo);
Zonas costeiras, deltas e planícies aluviais (devido ao aumento do nível do mar, chuvas intensas, inundações e tempestades);
Europa do Norte, Ártico e regiões ultraperiféricas (por causa de crescimento do aquecimento global).
Eventos climáticos extremos, tais como ondas de calor e inundações representam um risco direto para a saúde e segurança das pessoas, como nos mais jovens, idosos, deficientes e famílias de baixa renda. Danos materiais e de infraestrutura impõe pesados custos para a sociedade e à economia.
Artigo escrito por Renato Duarte Plantier