Para um país cujo maior marketing mundial são sua fauna e flora, o Brasil certamente está ficando para trás nas questões ambientais.
Longe de ser o que o mito do estrangeiro desinformado prega – um lugar onde as matas são maiores do que as cidades, e crianças brincam com macaquinhos em seus jardins -, o Brasil é uma potência comercial e industrial que só faz crescer todos os anos.
Embora isso seja enormemente vantajoso economicamente, há deméritos sem conta – e são esses deméritos que começam a atingir o Brasil cada vez com mais força.
Acometidos por uma industrialização não planejada ambientalmente, os grandes centros industriais do Brasil competem facilmente em termos de poluição com as grandes metrópoles asiáticas ou norte-americanas.
Um dia normal em São Paulo é o suficiente para se ter a noção exata do que a poluição pode fazer ao ser humano; e, no entanto, muito pouco é feito para evitar que tal poluição se espalhe – e menos ainda para reverter seus efeitos nos locais já atingidos.
Há pouquíssimas áreas de preservação no Brasil – e mesmo nas que há, são inúmeros os casos de exploração ilegal de madeira e outros recursos, caça a animais já em extinção e muitas outras maneiras de depredar o que deveria ser preservado.
Não apenas o meio ambiente selvagem não é preservado, como a população nas cidades parece não entender – ou não se importar – com o fato de que, apenas por morar em cidades isso não significa que a destruição do meio ambiente não irá afetá-los.
Não há número de garis suficientes para recolher todo o lixo que é depositado descuidadamente nas ruas de grandes cidades todos os dias. Este mesmo lixo que vai parar em bueiros e rios, e causa inundações – mas que mesmo assim, continua a ser desconsiderado como ameaça.
São raras as cidades que tem um sistema eficiente de coleta seletiva do lixo – em alguns casos, a população até cumpre seu papel, separando lixo orgânico, plástico, metal, vidro e papel, mas as empresas responsáveis desconsideram a separação, e apenas depositam todos os dejetos em aterros mal preparados.
Não basta a população se conscientizar e começar a fazer o seu melhor para preservar o ambiente – isso é um passo na direção certa, mas sem o incentivo público, sem ações diretas dos governos municipais, estaduais e federais, sem um conjunto de leis efetivas e, principalmente, realistas, há muito pouco que o povo pode fazer.
Começar pequeno, não jogar lixo no chão, usar as chamadas ecobags para fazer compras, separar o lixo em casa são atitudes positivas que só fazem melhorar – no entanto, cobrar atitudes das autoridades vigentes, perceber quem são os políticos que, de fato, falam a favor do meio ambiente é necessário para que nosso país possa fazer jus à fama que tem de ser um local belo e com natureza exuberante.