Clima, Relevo, Vegetação e Hidrografia do Sudão do Sul
O país Sudão do Sul é oficialmente chamado de República do Sudão. Mesmo hoje em dia, em que vivemos a era digital em alta, o Sudão do Sul ainda é considerado um país “atrasado”.
Principalmente no setor industrial, sua população enfrenta graves problemas econômicos, uma realidade, infelizmente, que os países do continente africano enfrentam. Em especial os que se encontram situados na África Subsaariana.
O PIB (Produto Interno Bruto) é baixo, e gira em torno da produção agrícola. Deixando em destaque a extração dos poços de petróleo.
A delimitação, feita de forma aleatória pelos países Europeus no ano de 1885, na conferência de Berlim (com o intuito de dividir os territórios para exploração dos colonizadores), resultou em uma série de problemas de ordem social e ética no Sudão, que persistem até os dias de hoje., tendo acarretado na independência do Sudão do Sul.
Os sudaneses em janeiro de 2011 tomaram a decisão, por meio de um referendo, com 99% dos votos favoráveis, a independência do território do Sudão do Sul. Falaremos mais adiante sobre os aspectos geográficos desse país africano.
Aspectos Geográficos do Sudão do Sul
O Clima do Sudão do Sul
Sudão do Sul
No Sudão Sul, o que se destaca é o clima tropical quente, úmido e com invernos secos. As temperaturas médias presentes oscilam entre 22°C e 25°C, com índices pluviométricos que atingem até 1400 mm ao ano, definindo assim duas estações: uma seca e outra chuvosa. Como consequência, torna-se possível a presença de savanas e os seus subsistemas.
Relevo do Sudão do Sul
Composto por planaltos, onde merece destaque os montes Drakensberg, com poucos picos elevados acima de três mil metros, mas que são suficientes para barrar os ventos do oceano Índico, formando uma costa de climas mais amenos.
Ao longo do litoral, situam-se as planícies costeiras, por vezes bastante vastas. As planícies ocupam uma área menor do que as dos planaltos.
Vegetação do Sudão do Sul
A vegetação é composta por arbustos, gramíneas e cactos, nessa região, também podemos encontrar matas densas chamadas de florestas pluviais, repletas de árvores que permanecem verdes o ano todo, pois o clima, quente e úmido ao mesmo tempo, favorece esse tipo de vegetação.
Bandeira do Sudão do Sul
Hidrografia
De maneira geral, o Sudão do Sul não possui rios, dependendo dos míseros 100 quilômetros de Nilo Azul e Nilo Branco que passam pelo sul do país. Ambos os rios fazem a pororoca na capital Cartum criando o Rio Nilo que os egípcios conhecem.
Os sudaneses até pegaram a tão aclamada tecnologia russa/soviética da destruição dos mananciais e natureza hidrográfica, e fizeram variais transposições do rio pra plantações consideradas insignificantes de algodão, enquanto deixa a população em estado de calamidade no deserto, devido à falta de água potável.
Divisão do Sudão do Sul
Divisão essa feita pelos colonizadores europeus, sem respeito algum pelas tradições étnicas e culturais dos que residiam nas, até então fronteiras africanas.
Um problema que se apresentava especificamente no Sudão, na área norte, é que a maior parte da população é mulçumana e fala árabe. Na região sul estão concentrados grupos cristãos ou animistas.
Devido o país se concentrar na região norte onde fica localizada a capital Cartum, a discriminação imperava contra os grupos étnicos da região sul, estabelecendo assim, uma guerra civil de décadas no país, com mais de 2 milhões de mortos. E 4 milhões foram deslocadas.
Cartum
O Sudão do Sul conseguiu conquistar sua independência. Porém, nasceu com problemas de diversas ordens. Afinal de contas, teve que suportar o desdenho do governo central desde sempre.
A realidade é que esse novo país vai enfrentar grandes dificuldades, escassez financeira, quase não tem estradas, também faltam escolas e serviços de saúde para o povo. A população é grandiosa, com mais de 8 milhões de pessoas, um território maior que a Europa para gerir, e a disputa incansável pelo petróleo na fronteira com o norte.
O Sudão, antes da divisão, era o maior país do continente africano, mas passou a ocupar o terceiro lugar, ficando atrás da Argélia e da República Democrática do Congo.
O Sudão do Sul é dividido em 28 estados, criados a partir das três regiões históricas do país: Bahr ele Ghazal, Equatoria e Grande Nilo superior. E os estados são divididos em 86 condados.
Curiosidades
Uma curiosidade referente ao Sudão do Sul é como as mulheres são tratadas. Lá, é muito comum as mulheres deixarem seu trabalho durante o dia apenas pra ir em casa alimentar seus maridos, além de deixarem preparada a água para seu banho.
Ao percorrer povoados como Juba e Torit, é comum ver homens sentados em grupos, jogando cartas e batendo papo durante o dia, enquanto as mulheres estão trabalhando. Apesar do papel fundamental que as mulheres exercem na sociedade, e no ambiente familiar, a cultura sempre tende a destinar a liderança a favor dos homens.
Já quando o assunto são as crianças, três em cada quatro crianças nascidas no Sudão do Sul, desde a sua independência do Sudão, há sete anos, representando 2,6 milhões , só conheceram a guerra, que explodiu no final de 2013.
Segundo informações da agência da ONU, após esse conflito no jovem país africano, já numa situação de pobreza muito grande, faz com que as crianças estejam fora da escola, desnutridas e vulneráveis a doenças devido à falta de saneamento básico, e água potável, muitas doenças proliferam, como surtos de cólera , incluindo abusos e exploração. Mais de um milhão de crianças estão desnutridas, incluindo 300 mil em estado grave e em perigo de morte, conforme dados apresentados pela Unicef.
ONU
Além disso o país registra a maior proporção no mundo de crianças fora da escola, sendo que cerca de 70% delas estão em idade escolar. A cada três escolas, uma foi destruída, danificada, ocupada ou fechada.
Desde 2013, cerca de 19 mil crianças estão servindo como combatentes, cozinheiros, porteiros e mensageiros, além de sofrerem abusos sexuais.
Quando o Sudão do Sul se tornou independente, muitos refugiados retornaram para suas regiões de origem. Mas a guerra, por sua vez, obrigou mais de 2,5 milhões de pessoas, incluindo mais de 1 milhão de crianças, a fugirem para os estados vizinhos, estando sujeitos a todo tipo de perigo nessa corrida pela sobrevivência.
