No planeta todo a Amazônia é a maior área contínua de floresta tropical e dessa forma é um dos últimos lares para muitos animais selvagens. A estimativa da quantidade total de espécies varia entre 800 mil e 30 milhões. No mundo todo não existe nenhum outro lugar que chegue perto desse patamar.
https://www.youtube.com/watch?v=ToU_UinAD0wAdaptação
A biodiversidade, fantástica, que existe na Amazônia precisa se adaptar a dois períodos distintos para que possa sobreviver. Entre os meses de maio e setembro a Amazônia passa por um período de seca em que as suas árvores perdem as suas folhas com o objetivo de fazer economia de água.
Com isso se torna possível observar os macacos-aranha que estão em busca de frutos para que possam sobreviver. Também ocorre baixa do nível dos rios de forma que os barrancos ficam expostos e o saí-andorinha encontra um lugar apropriado para construir o seu ninho.
As borboletas se beneficiam nessa fase porque podem aproveitar os bancos de areia para buscar nutrientes que são importantes para que possam se reproduzir. Nesse período a anta é bastante prejudicada porque fica sem água e precisa correr atrás de pequenas poças no interior da mata.
Quando não encontra as poças dentro da floresta a anta precisa correr riscos na beira do rio onde sempre pode se deparar com uma onça-pintada pronta para o ataque. Trata-se de uma época em que os animais da Amazônia sofre muito com a falta d’água.
Temporada das Chuvas
Entretanto, quando tudo parece perdido chega a tão esperada temporada das chuvas que acontece de outubro a abril. Nessa época de água aparecem frutas como jaca, figo, manga e muitas outras. Com isso animais como macacos, tucanos e outros têm uma grande fartura.
Nessa época os sapos venenosos adentram a mata em busca de parceiros para se reproduzir e as cobras começam uma busca alucinada por lugares que sejam mais altos para que possam fugir das áreas que ficarão inundadas. No final dessa temporada as borboletas sobrevoam anunciando que tudo irá recomeçar com a seca novamente. Nesse cenário muitos animais selvagens vivem e garantem a sua sobrevivência, vamos conhecer alguns deles?
Onça-Pintada
Um dos animais selvagens que são encontrados na floresta é a onça-pintada (Panthera onca), contudo esse animal é mais abundante no Pantanal haja vista a dificuldade em obter alimento na Amazônia. Esse felino tem um papel decisivo no ecossistema uma vez que seleciona as presas mais fáceis de abater, ou seja, indivíduos que são mais velhos, sem experiência ou que estão doentes.
Essa seleção se torna benéfica até para a própria população de presas. Porém, o número dessas onças tem diminuído muito devido ao abate feito por fazendeiros com o objetivo de proteger os seus rebanhos, desmatamento, fragmentação do habitat entre outras questões.
Arara-Canindé
A Amazônia conta com várias espécies de araras como a Arara-Canindé, arara-vermelha, maracanã-guaçu entre outras. Uma curiosidade sobre as araras é que quando um casal se forma permanecerá junto por toda a vida. Se apenas um dos parceiros morrer o outro fica sozinho pelo resto da vida ou até que a depressão acabe com a sua vida.
Jararaca-cinza
A jararaca-cinza (Bothriopsis taeniata) é uma cobra sobre a qual pouco se sabe, tinha-se a ideia de que ela tinha hábitos arborícolas, ou seja, de viver nas árvores, porém, com muitos relatos de casos de picadas nos membros inferiores se percebeu que essa serpente passa boa parte do seu tempo no chão.
Borboletas
Inúmeras espécies de borboletas podem ser encontradas na Amazônia uma vez que durante a fase de seca elas pegam minerais que são necessários para a sua reprodução nas margens dos rios. É possível observar muitas espécies num único ponto da floresta.
Sapos Venenosos
A Amazônia possui uma grande família de sapos venenosos (Dendrobatídeos). Uma boa forma de saber que um sapo é venenoso é observar se ele tem cores vibrantes. Mesmo os sapos pequenos podem ser muito perigosos. O veneno desses sapos é utilizado por algumas tribos na ponta de suas flechas para caçar.
Garça-real (Pilherodius pileatus)
A garça-real (Pilherodius pileatus) é uma ave que possui bico azul e penas bastante delicadas que começam a aparecer na base da sua nuca. Apesar de poder pescar peixes com o seu bico ela prefere os insetos que ficam perto da água.
Cobra-cigarra
A Cobra-cigarra também é chamada de jequitiranaboia (Fulgora sp.), trata-se de um inseto muito raro que possui muitas lendas e mitos. Uma lenda que cerca esse inseto e é comum na Costa Rica é que se uma pessoa for ferroada pelo inseto precisa manter relações sexuais em menos de 24 horas ou então pode morrer.
Já por aqui acredita-se que esse inseto seja muito venenoso podendo matar um homem adulto com apenas um pouco do seu veneno. Esclarecemos que esse inseto não é nada terrível como as lendas pintam já que a cobra-cigarra não envenena o homem.
O alimento preferido desse inseto é seiva das árvores e para poder ter acesso a ela utiliza o seu afiado e grande apêndice bucal que é confundido com um ferrão. Já foi comprovado pela ciência que em alguns casos animais acabaram armazenando veneno ao terem contato com plantas tóxicas, contudo, isso não foi registrado em relação a cobra-cigarra.
Pavãozinho-do-Pará
O nome pavãozinho-do-Pará (Eurypyga helias) pode aé causar confusão sobre a localização desse pássaro, porém, ele é encontrado em algumas regiões da Amazônia. Durante a fase de seca esse pássaro fica nas margens dos rios caçando insetos.
Saí-andorinha (Tersina viridis)
O que chama a atenção no saí-andorinha (Tersina viridis) é a sua cor vibrante que parece tinta. O azul do pássaro fascina por ser quase fosforescente, esse pássaro é encontrado nas margens de rios na floresta.
Jacaretinga
O jacaré conhecido como jacaretinga (Caiman crocodilus) pode ser encontrado na Amazônia. Enquanto ele é pequeno tem uma alimentação baseada em insetos, sapos e animais pequenos. Porém, quando crescem esses animais passam a se alimentar quase que totalmente de peixes. Esse é um tipo de jacaré preguiçoso que para se alimentar abre a boca e espera que a correnteza lhe traga os peixes.