Como Reciclar Uma Lâmpada Fluorescente

Lâmpadas Fluorescentes

Todo ano são consumidas em torno de 100 milhões de lâmpadas fluorescentes no Brasil e boa parte dessas lâmpadas não são descartadas corretamente. Cerca de 94% dessas lâmpadas fluorescentes são descartadas em aterros sanitários sem as devidas precauções o que acarreta na contaminação do solo e da água por metais pesados.

O apagão que aconteceu em 2001 iniciou uma verdadeira corrida pela compra das chamadas lâmpadas econômicas no país, o consumo está cada vez maior. Para se ter uma ideia somente nos últimos anos o crescimento tem sido de 20% ao ano. A importação desse tipo lâmpada está em franco crescimento e em sua maioria essas lâmpadas vêm da China.

O Descarte das Lâmpadas Fluorescentes

No interior das lâmpadas fluorescentes existe mercúrio que é uma substância altamente poluente e devido a isso é necessário que seja feito o descarte correto dessas unidades. Os importadores e o poder público devem dar toda atenção para o correto descarte do produto pós-consumo.

O Caminho da Contaminação do Mercúrio nas Lâmpadas Fluorescentes

O principal problema advindo do incorreto descarte das lâmpadas fluorescentes é a contaminação das águas subterrâneas. Essa contaminação acontece devido a um caminho que o poluente percorre que começa quando essas lâmpadas são jogadas no lixo comum.

Do lixo comum as lâmpadas vão parar nos aterros sanitários formando assim um grande grupo de lâmpadas. O mercúrio que estava dentro da lâmpada então é liberado no solo quando a lâmpada se quebra e assim chega ao lençol freático.

O Mercúrio

Uma substância altamente tóxica, o mercúrio, é encontrado em pequenas quantidades dentro das lâmpadas fluorescentes. Pessoas que trabalham com limpeza devem ser orientadas a não quebrar essas lâmpadas e tocar nelas apenas com luvas. No caso de uma lâmpada dessas lâmpadas quebrar é importante ventilar o ambiente.

O mercúrio presente numa única lâmpada, em torno de 20 mg no caso das tubulares, não é suficiente para causar uma intoxicação, entretanto, já que se trata de uma substância perigosa é sempre bom tomar cuidado e se proteger. Uma intoxicação causada por mercúrio pode acarretar em problemas respiratórios, gastrointestinais, neurológicos e chegar até mesmo a causar óbito.

Green Company – Uma Possível Solução

Nesse contexto em que existe uma grande quantidade de lâmpadas no país que não tem como ser recicladas um engenheiro eletrônico pensou numa possível solução no seu TCC (trabalho de conclusão de curso) para a pós-graduação em gestão de negócios. O empresário Rodolfo Ferraz apresentou na Universidade Presbiteriana Mackenzie um plano de negócios para uma empresa fictícia que seria chamada Green Company que teria como foco fazer a reciclagem de lâmpadas.

Recebendo vários elogios por sua tese o engenheiro vislumbrou uma boa aposta para ter a sua própria empresa. No ano de 2009 a Green Company saiu do papel para se tornar uma empresa promissora de verdade. O engenheiro fez uma análise do mercado e percebeu que existiam bem poucas empresas que trabalhavam com o descarte e destinação correta dos componentes das lâmpadas.

A empresa foi montada em São Paulo e em faturamento médio de R$ 60 mil por mês. A clientela da companhia conta com hotéis, hospitais, shoopings e redes varejistas. A atuação da empresa ainda está restrita a capital e a Grande São Paulo.

O Trabalho da Green Company

A média de processamento da Green Company por mês é de 80 mil unidades de lapadas por mês. O custo médio desse serviço é de R$ 0,75 por unidade, a companhia conta com uma extensa lista de grandes empresas como clientes porque elas são obrigadas, por lei, a dar um correto descarte para essas unidades assim como outros tipos de resíduos como o industrial, lâmpadas de vapores de mercúrio, eletroeletrônico entre outros.

O engenheiro faz a coleta das lâmpadas quando seus clientes acumulam pelo menos 500 unidades para o descarte. Apesar da limitação de Ferraz os clientes costumam esperar que sejam acumuladas pelo menos 2.000 lâmpadas para chamar a Green Company.

Como é Prestado o Serviço da Green Company

Para realizar o seu serviço a empresa conta com um equipamento móvel que é levado até o cliente e então tritura o vidro. Também é feita a separação do alumínio, fósforo e mercúrio (substância tóxica presente nas lâmpadas). Depois dessa separação cada um dos componentes é enviado para o destino correto.

O alumínio que é extraído é enviado para cooperativas de reciclagem, já o fósforo e o mercúrio são enviados para aterros sanitários classe 1, ou seja, aterros que são específicos para o descarte desse tipo de resíduo. Por fim o vidro é enviado para uma empresa que o utiliza para fabricar tinta reflexiva que é utilizada no asfalto para refletir as luzes dos veículos.

Aterros Sanitários Classe 1

Os aterros sanitários de classe 1 que são específicos para o descarte de resíduos industriais perigosos são completamente diferentes daqueles convencionais para lixo orgânico. Quando os resíduos poluentes vão para o aterro correto se evita que haja a contaminação de lençóis freáticos entre outros possíveis problemas.

Expansão

Atualmente a Green Company tem capacidade de processamento de cerca de 3.000 lâmpadas por dia, mas pretende aumentar essa quantidade com a aquisição de outro equipamento que dobre a capacidade de trabalho. O mais curioso é que essa empresa que realiza um importante trabalho é pequena.

Além do dono da empresa Ferraz conta com uma secretária, um vendedor externo e um interno. Na parte técnica da empresa estão um motorista de caminhão para transportar o equipamento, um profissional que faz o faturamento e um profissional que opera o equipamento de processamento. A empresa conta ainda com a consultoria de dois engenheiros ambientais.

Descarte Especializado

Como pudemos verificar acima existem empresas que possuem equipamentos e processos adequados para extrair o mercúrio das lâmpadas fluorescentes de forma que se eliminam os riscos de contaminação do meio ambiente. O descarte correto das lâmpadas é uma forma de proteger o meio ambiente e também as pessoas que trabalham com o recolhimento do lixo comum, pois o mercúrio pode causar intoxicação.

Não deixe que esse material seja levado para aterros comuns, pois isso pode significar estar poluindo a água de muitas pessoas além de outros danos ao meio ambiente.

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Categoria(s) do artigo:
Reciclagem

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