Físicos podem ter criado “imã” mais potente do mundo
Uma equipe de físicos publicou na revista Science, a mais importante do mundo científico, que conseguiram criar o material mais magnético do mundo, tendo como base a descoberta de que a origem do magnetismo está no arranjo extremamente complexa presente no cristal de ferro Fe16N2.
A equipe que fez a descoberta foi liderada pelo Dr. Jian-Ping Wang, membro da Universidade de Minnesota, faculdade dos Estados Unidos. A equipe de pesquisadores conseguiu sintetizar um material que de acordo com os estudos realizados é cerca de 18% mais magnético do que os outros materiais que se acreditava serem os mais magnéticos.
A teoria criada pela equipe diz que a intensidade possível de magnetismo de um determinado material possui limites – até aí nenhuma novidade, já que essa propriedade já era conhecida. No entanto, a inovação que a equipe trouxe foi a afirmação de que o limite havia sido medido errado anteriormente, e que este limite pode estar além do que já foi estudado por pesquisas anteriores.
O super imã desenvolvido pela equipe do Dr. Wang
O imã extremamente magnético foi construído a partir com oito partes de ferro e apenas uma de nitrogênio, formando um cristal pouco estável de fórmula Fe16N2. Esta estrutura proporciona um magnetismo extremamente forte – nesta fórmula, um átomo de nitrogênio fica no meio de um aglomerado com mais seis átomos de ferro, e os outros dois átomos de ferro servem para unir esse aglomerado de átomos.
O magnetismo de um material pode ser menor ou maior dependendo da intensidade do giro dado pelos elétrons: quanto mais elétrons indo para o mesmo lugar, mais magnético o material é. Na fórmula desenvolvida pela equipe do Dr. Wang, os dois átomos de ferro que ficam parados unindo o aglomerado de átomos garante uma atração total entre os elétrons.
Controvérsias
Os resultados são tidos como excepcionais pela comunidade acadêmica, mas outros cientistas ainda estão vendo os resultados com um certo cuidado. O motivo é que esse material já havia sido chamado de super imã antes.
O experimento anterior havia sido anunciado por pesquisadores da Hitachi, mas como o experimento não foi reproduzido o assunto continuou gerando polemica. Um dos motivos apontados pelos cientistas que contestam o experimento é de que o cristal de Fe16N2 é instável e pode se quebrar formando outras estruturas.
No entanto a equipe de Minnesota diz que está trabalhando na formação deste cristal há anos e domina bem a técnica, conseguindo criar cristais estáveis.
A utilidade de um super-imã pode ser observada em muitas áreas, como na informática para a fabricação de discos rígidos mais eficientes e menores, que permitam a gravação de mais dados.
Neto